2019 tinha tudo para ser um ano complicado para canoísta Isaquias Quieroz.
Isso porque, no final de 2018, Isaquias perdeu seu técnico Jesus Morlán para uma batalha contra o câncer. Morlán foi o homem que revolucionou a canoagem no país e que ajudou Isaquias a conquistar 3 medalhas nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Morlán, entretanto, exercia um papel mais importante do que o de treinador para Isaquias: o papel de pai, como o próprio canoísta declarou.
Mesmo tendo que lidar com o luto e não tendo os conselhos do maior técnico da história, Isaquias Queiroz mostrou porque é um dos maiores atletas brasileiros e honrou o nome de seu falecido treinador. No Campeonato Mundial de Canoagem Velocidade, realizado em agosto deste ano na cidade de Sgezed, na Hungria, o baiano conquistou duas medalhas. Um bronze ao lado de Erlon Souza no C2 1000m e o ouro na prova do C1 1000m.
Em entrevista ao Olimpíada Todo Dia, Isaquias comentou sobre o ano de 2019 e também sobre o título mundial.
“O ano de 2019 foi maravilhoso. Com um ouro e um bronze no mundial. E teve também um sabor especial. Principalmente porque foi um ano depois do falecimento do meu treinador, Jesus Morlán. Eu sempre falo que ele não está mais aqui fisicamente com a gente, mas espiritualmente sim. E [ o C1 1000m] era uma prova que ele queria muito ganhar”, disse o atleta.
Já assegurado nas Olimpíadas de Tóquio, Isaquias Queiroz já tem seu objetivo traçado. O atleta fez questão, novamente, de relembrar seu eterno treinador:
” Meu objetivo agora é ganhar a décima medalha. não a minha, mas a décima medalha do Jesus Morlán [ que já conquistou 8 medalhas olímpicas, 3 com Isaquias e 5 com o atleta espanhol David Cal]. Esse era o sonho dele e estamos treinando para isso. Aí depois eu vou pensar em ganhar minha sétima medalha olímpica individual na canoagem,” declarou o multicampeão.
Se conseguir duas medalhas nas Olimpíadas de Tóquio, Isaquias Quieroz se tornará o atleta olímpico com mais medalhas na história do Brasil ao lado dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael. A meta de Jesus Morlán quando vivo era fazer Isaquias conquistar 7 medalhas olímpicas. As três do Rio de Janeiro, duas em Tóquio e mais duas em Paris, em 2024.