Isaquias Queiroz, novo reforço do Flamengo, concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (05). Relembrando a importância do método de treinamento de Jesús Morlán, seu ex-técnico falecido em novembro, e confirmando presença nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, o canoísta de 25 anos quer usufruir da boa estrutura do clube para ajudar a expandir a modalidade no Rio de Janeiro.
Maior nome da história da canoagem brasileira, Isaquias detém a marca de ser o primeiro atleta brasileiro a conquistar três medalhas em uma única edição dos Jogos Olímpicos. Feito conquistado em 2016, na cidade da nova equipe. Apesar dos treinos intensos para atingir o resultado desejado, a participação de Morlán ao longo desta caminhada foi fundamental. Mesmo após a perda do treinador, o baiano terá a presença do companheiro espanhol no projeito até Tóquio 2020.
“Jesús Mórlan nunca fez canoa, sempre foi atleta de caiaque. Ele contou para a gente que não foi dos melhores, não chegou a remar por muito tempo. Ele estudou muito, aprendeu muito sobre técnica, sobre planejamento. Teve uma vez que ele tentou estudar um novo método de treinamento da parte de academia. Disse que estudou durante um ano e não conseguiu ver um treinamento melhor do que o que a gente tinha. O Jesús deixou o planejamento já feito até 2020. É o melhor que tivemos durante toda a carreira”, ressaltou.
Para continuar trilhando o caminho das vitórias, o canoísta acredita no diálogo entre os companheiros de time. Este é o caminho para alcançar os objetivos. Com mudanças na estrutura, o Flamengo disponibiliza um setor que possibilita as conversas.
“Em 2015, quando eu e o Erlon de Souza viemos fazer um teste aqui no Flamengo, eu já vi que tinha mudado bastante a estrutura. Até pela parte da academia, do alojamento dos atletas. Para mim, está muito diferente. Quando cheguei, eu não sabia por onde entrar e sair (risos). Isso é muito legal em relação ao remo, canoagem, o crescimento da área e dos atletas. Dá pra se sentir mais à vontade, mais confortável para sentar depois do treinamento e poder dialogar, conversar um com o outro. Eu acho que foi isso que deu bastante resultado. Eu e ele (Erlon) conversávamos bastante. Até dentro d’água, e depois fora do treino. Aqui (no Flamengo) tem local para ficar ainda mais próximo do outro”, comentou Isaquias.
A importância dos patrocínios para atletas olímpicos é imensurável. De olho no futuro do filho e da esposa, Isaquias Queiroz relata a necessidade de parcerias para ter estabilidade financeira no momento da aposentadoria, além de agradecer as oportunidades recebidas ao longo da carreira e a proximidade com a marca do Flamengo.
Individual, eu tenho apenas o da Petrobras. Agora, tem o Ministério do Esporte, que me apoia como atleta pódio, e a Confederação me ajuda também. Vinculando à imagem com o Flamengo, posso abrir novas portas, novas janelas para patrocinadores. E assim me manter mais tranquilo ainda para treinamentos. O atleta sempre recorre aos patrocínios para poder ter um conforto ao parar, ter uma coisa que você colheu durante a sua carreira. Eu acho que esse é o meu objetivo também, de conseguir o máximo de apoiadores possível para eu ficar tranquilo quando encerrar minha carreira”, afirmou.
E o Jogos Pan-Americanos, Isaquias? Vai disputar?
“Vou. Antes do falecimento, o Jesús deixou claro que queria que a gente participasse do Pan, que tem uma visibilidade muito grande. Parece que tem mais visibilidade do que o Mundial. O Mundial, para nós, tem mais importância que os Jogos Pan-Americanos, que não tem tantos adversários de alto nível. Ele (Jesús Morlán) deixou claro que a gente tem que participar”, finalizou.