Ana Sátila fez algo inédito para a Canoagem Salom feminina em campeonatos mundiais na tarde desta sexta-feira (28) na raia olímpica de Deodoro, durante o Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Rio, que reúne cerca de 250 atletas, de 37 países. Ela conseguiu, com o tempo de 107.52, a classificação para a final do K1, na oitava posição. A confirmação na final da categoria veio acompanhada de muita emoção.
“Não tenho palavras para descrever o sentimento de poder competir uma final em casa. O Campeonato é algo que tivemos como foco durante tantos anos e competir nesse legado olímpico é uma experiência única. Fazer parte dessa final é realmente incrível. Estou muito feliz pelo meu país, por todos que me apoiaram e torceram por mim”, declara.
Sobre a descida, Ana observa que teve uma penalidade, de dois segundos, mas que não comprometeu seu desempenho. “Eu estava me sentindo muito confiante desde o início. Apesar de pressão por estar competindo em casa, os Jogos Olímpicos aqui no Rio ensinaram bastante quanto a isso. Então, procurei deixar minha mente limpa e me preparar a cada dia”, comenta.
Já sobre a final, que acontece neste sábado (30), a partir das 9h40, Ana não hesita em responder: “Vou dar meu melhor, porque eu tenho chance como qualquer outra atleta”, diz sobre a possibilidade de subir ao pódio.
No período da tarde, Ana entra novamente na raia do Parque Radical do Rio para disputar uma vaga para a final do C1, que começa às 14 horas. Uma hora depois, às 15 horas, é a vez de Pepê Gonçalves desafiar as corredeiras do canal de competição de Deodoro. Ele obteve o sexto lugar nos Jogos Olímpicos Rio 2016 nesta prova, melhor colocação de um brasileiro até o momento.
C 1 Masculino – Já na disputa da semifinal do C1 Masculino, o brasileiro Felipe Borges fez uma descida limpa, mas falhas de navegação empurraram o brasileiro para a 18ª colocação, eliminando-o da final, que acontece neste sábado a partir das 9 horas.
“Querendo ou não, eu estou feliz. Se fosse me basear nesse Mundial, eu iria conseguir a vaga olímpica para Tóquio 2020. Isso só aumenta a minha vontade para treinar. Então, agora é focar ainda mais, treinar ainda mais e conseguir a vaga olímpica no próximo ano na Espanha”, frisa. O próximo campeonato mundial de Canoagem Slalom será em La Seu D’Urgell (Espanha).
Felipe fechou sua participação com o tempo de 106.97, o que já é um resultado significativo para a Canoagem Brasileira nessa categoria. “Tive alguns errinhos na linha d’água, mas agora é levantar a cabeça e treinar”, reforça.
Charles e Omira demonstram potencial no C2 Misto
As provas do C2 Misto, abriram o quarto dia de provas no Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018. Sete equipes participaram das baterias. A Polônia levou o ouro, a França ficou com a prata e a República Tcheca com o bronze. Já o Brasil, representado por Charles Correia e Omira Estácia Neta, terminou na sétima posição.
Na semifinal, a dupla surpreendeu e ficou em segundo lugar, porém não conseguiu repetir a performance na final, a dupla cometeu sete penalidades e acabou ficando em último lugar. “Há um mês, a equipe decidiu fazer a dupla de C2 Misto para o Mundial. Na semifinal tínhamos feito um bom resultado, mas na segunda descida, tivemos penalidades. Porém, o Mundial é um impulso para treinarmos mais”, diz Charles.
Omira também terminou a prova motivada. “Gostei demais de competir. Deu uma motivação para continuar e acredito que temos boas chances nos próximos mundiais”, diz.
Já o técnico da Seleção Brasileira de Canoagem Slalom, Cássio Petry, avalia que preparação foi simples. “Não vínhamos treinando com Omira e Charles nessa categoria, mas como eles treinam a canoa individual e o modo de remar é similar, decidimos formar uma dupla para o Mundial e, assim, termos uma equipe mais completa”, diz.
Sobre a continuidade da dupla na C2 Misto, Petry comenta que irá avaliar, mas adianta que a dupla tem potencial para crescer no cenário mundial.