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As irmãs Ana Sátila, 22 anos, e Omira Estácia Neta, 18 anos, carregam a paixão por uma dose extra de aventura e coragem no DNA. Desde criança, as duas, que atualmente integram a Seleção Brasileira de Canoagem Slalom, se renderam à adrenalina das águas do Rio das Mortes em Primavera do Leste, município interiorano de Mato Grosso.
Incentivadas, em especial pelo pai Cláudio Vargas, ex-atleta amador de natação, elas logo tomaram gosto pelo esporte e, atualmente, vão disputar juntas o Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018, que acontece de 25 a 30 deste mês, no Parque Radical do Rio.
O evento esportivo reúne, desde a semana passada, quando foi dado início aos treinos, cerca de 250 atletas de 40 países. As irmãs também iniciaram os treinos juntas nas corredeiras da pista de Deodoro, mas nem de longe esboçam qualquer rivalidade. Aliás, percebe-se uma imensa cumplicidade entre as duas.
Nascidas em Iturama, interior de Minas Gerais, Ana e Omira seguiram com a família para Mato Grosso quando tinham sete e dois anos de idade, respectivamente. Primeiro, as irmãs aprenderam nadar sob a orientação do pai, mas logo migraram para a canoagem, que foi iniciada no Rio das Mortes, conhecido por suas correntezas.
O rio não era apropriado para a prática de canoagem, mesmo a slalom, que é considerada a mais radical entre as modalidades, o que não impediu que se apaixonassem pelos remos. “No início a sensação, ao remar, era de medo. Porém, como era muito divertido a gente se apaixonou”, revela Ana Sátila, com o aval de Omira.
Competições – O Campeonato Mundial de Canoagem Slalom Rio 2018 não será o primeiro disputado juntos pelas irmãs no currículo. No ano passado, elas conquistaram medalhas na Copa do Mundo de Canoagem Slalom Cracóvia (Polônia). Ana ficou com o bronze, na categoria C1 (canoa individual) e Omira conquistou a prata no K1 Extremo (caiaque individual – modalidade não olímpica, praticada com quatro atletas ao mesmo tempo na pista que, ao invés de acessarem o canal de competição pela esteira, saltam direto de uma ponte sobre as águas).
Elas também participaram juntas do Mundial Júnior & Sub-23, realizado em Ivrea, na Itália, neste ano. Na prova do K1 Extremo Cross Sub-23, Ana levou a melhor na disputa e segurou a medalha dourada, já Omira garantiu a 4ª colocação.
“Nunca a vejo como rival. Quero sempre que ela reme bem. Estamos num nível um pouco diferente. Ela é muito jovem, então, tento passar um pouco do que sei para ela”, garante. Já Omira quer seguir os passos da irmã. “Tenho ela como um espelho para mim e estou indo sempre atrás dela”, diz.