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Canoagem Slalom

Ana Sátila se vê mais forte após Paris e retoma treinos no Rio

Depois de tirar férias pós-Paris, “incansável” Ana Sátila inicia preparação com foco em Los Angeles

Ana Sátila competindo no caiaque cross dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 (Foto: Gaspar Nóbrega/COB)
(Foto: Gaspar Nóbrega/COB)

Ana Sátila teve férias merecidas após os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Um dos destaques do Time Brasil por ter obtido três resultados históricos na canoagem slalom, ela tirou alguns dias para descansar depois de ‘incontáveis’ descidas no megaevento. O período de pausa, porém, durou pouco. Se vendo “mais forte mentalmente”, a atleta já retomou as atividades em solo brasileiro e iniciou a preparação com foco no ciclo de Los Angeles-2028.

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“Quando acaba os Jogos Olímpicos e você volta, você fala assim: ‘São quatro anos. Quatro anos de três treinos por dia, de viver só pro esporte, quatro anos sem a sua família’. Mas a partir do momento que a gente toma a decisão de continuar, é 100%”, disse Ana Sátila em vídeo produzido pelo Time Brasil. “Eu volto ainda mais forte e mais preparada mentalmente. Agora é ajustar o corpo, que sofreu muito”, falou ela.

Descanso necessário

Ana Sátila participou de três provas em Paris-2024 e obteve top-8 em todas: ela foi quarta colocada na prova do caiaque (K1), quinta colocada na canoa (C1) e terminou em oitavo lugar no caiaque cross. Por ter chegado nas fases decisivas das três disputas, a canoísta de 28 anos realizou um total de 15 descidas em um período de oito dias, o que fez com que ela aparecesse muitas vezes nas telinhas dos brasileiros.

Por conta disso, Ana virou meme e ganhou o apelido de “incansável”. Ela ganhou quase 200 mil seguidores em suas redes sociais após os Jogos Olímpicos e, logo após o encerramento do megaevento, ganhou férias patrocinadas por uma marca de cerveja. A mineira e o seu namorado, o remador Lucas Verthein, passaram alguns dias em Jericoacara, no Ceará, retornando para o Rio de Janeiro já no final de agosto.

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“Tive um período de férias e o mais diferente de tudo isso foi que, quando a gente chegou no hotel, deitou para descansar e no próximo dia não tínhamos nada para fazer. Foi a sensação mais estranha desse mundo. Foi fenomenal. E depois disso já tentei voltar aos treinos porque ainda tinha muita coisa pela frente para fazer e pensando em iniciar o novo ciclo, porque passa muito rápido e não queria perder tempo”, disse Ana.

O retorno da canoísta

Assim que desembarcou no Rio, onde mora e treina, Ana Sátila foi até o Centro de Treinamento do Time Brasil, na Barra da Tijuca, e realizou alguns testes físicos e técnicos. Um dos exames detectou uma lesão crônica em seu ombro. “Fiquei bastante preocupada, mas tenho toda uma equipe aqui, 24 horas por dia para me ajudar e a me aconselhar. Estou fazendo um trabalho de fortalecimento junto com a fisioterapia, a massoterapia e os médicos. O foco é voltar para esse novo ciclo totalmente preparada”, falou.

Em sua quarta participação olímpica, Ana teve os três melhores resultados da história da canoagem slalom brasileira, mas ficou com um pouco amarga por ter batido na trave por uma inédita medalha em todas essas ocasiões. Ela sabe que precisará trabalhando para ajustar o que faltou para lutar por um pódio na Olimpíada de Los Angeles.

“Basicamente, eu fiz o trabalho que um medalhista olímpico fez, só que foi um detalhezinho. E é esse detalhezinho que eu quero consertar para esse próximo ciclo. Foi por isso que eu cortei minhas férias pela metade, para voltar o quanto antes e poder me preparar mais. Acho que isso me fortaleceu ainda mais, principalmente mentalmente porque sei que fui muito resiliente durante a competição”, explicou Ana, que vai voltar a ‘satilar’.

“Eu não imaginava receber o carinho das pessoas da forma que foi. Foram tantas mensagens de apoio e de amor, e é isso que muda tudo. Você saber que tiveram pessoas que assistiram e que agora estão levando os filhos pro esporte, seja para canoagem ou não. As pessoas chegam e falam: ‘Ana Sátila, é você! Te vi na TV’; ‘Satilei muito essa semana’; ‘Vou satilar muito essa semana’. Satilar, no final, foi uma homenagem e uma forma de colocar no verbo a questão de você trabalhar muito, terminar exausto. Foi o que aconteceu durante os Jogos.

Paulistano de 23 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri a Universíade de Chengdu, o Pan de Santiago-2023, a Olimpíada de Paris-2024 e a Paralimpíada de Paris-2024.

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