Com fortes emoções, bons resultados e boas expectativas de futuro, 2016 era um ano muito aguardado e trouxe o tão esperado sonho olímpico para cinco canoístas brasileiros. Pedro Gonçalves garantiu a 6ª colocação na final do K1 Masculino nos Jogos Olímpicos Rio 2016, o melhor resultado da história do Brasil na modalidade; Charles Corrêa e Anderson Oliveira chegaram a semifinal olímpica do C2; Felipe Borges foi a revelação no C1; e Ana Sátila obteve o melhor desempenho em Copas do Mundo com a conquista uma prata inédita.
Ana Sátila trabalhou muito para chegar em sua segunda edição olímpica com chances reais de medalha. Mesmo vindo de uma boa temporada, a jovem acabou cometendo um erro nas classificatórias dos Jogos Olímpicos Rio 2016, pelo K1 Feminino, e não atingiu as finais. Motivos para se abalar? Não para Ana, que transformou a dor em combustível para dar a volta por cima. Poucos dias depois da maior festa esportiva mundial ela disputou a 4ª Etapa da Copa do Mundo, em Praga, na República Tcheca, e garantiu uma inédita medalha de prata. “Tive um bom ano, fiz uma boa temporada na Europa, mas não fui bem nos Jogos Olímpicos. Na minha modalidade um erro é fatal, mas agora eu quero trabalhar muito mais pensando em Tóquio”, comenta a canoísta.
Quem conquistou a torcida e levou as atenções nos Jogos Olímpicos foi Pedro Gonçalves, atleta do K1 Masculino, considerada a categoria mais disputada na modalidade. Em sua primeira participação olímpica o atleta chegou na 6ª posição e comemorou a melhor colocação de um brasileiro em Jogos Olímpicos. “Tenho que comemorar minha primeira vez em Jogos Olímpicos e o melhor resultado do Brasil na modalidade”, lembra o canoísta.
No C2 Masculino Charles Corrêa e Anderson Oliveira conseguiram os melhores feitos da carreira. Além de conquistar uma semifinal olímpica, eles chegaram à uma final em Copas do Mundo conquistando o 9º lugar na 1ª Etapa realizada, em Ivrea, na Itália.
Felipe Borges foi outro que brigou bastante para chegar ao sonho olímpico. O atleta parou nas classificatórias, mas fez a sua melhor temporada em Copas do Mundo garantindo duas vagas em semifinais. “Tive um bom resultado, acho que poderia fazer mais, mas agora é pensar em Tóquio, temos muito trabalho pela frente”, diz.
Os melhores das Américas
O Brasil se consagra como uma das maiores forças do continente americano. Durante o Campeonato Pan-americano, realizado no Rio de Janeiro logo após os Jogos Olímpicos, o país garantiu 14 das 15 medalhas de ouro disputadas. Destaque para os atletas olímpicos Ana Sátila e Pedro Gonçalves que mostraram ao público presente porque são colocados entre os melhores canoístas do mundo ao garantirem, com certa facilidade, o ouro pan-americano no K1 Feminino e K1 Masculino. Charles Corrêa e Anderson Oliveira do C2 Masculino também conquistaram um ouro e Felipe Borges ficou com a prata no C1 Masculino. Nas categorias juniores o Brasil teve o controle absoluto da competição, conquistando o ouro em todas as provas disputadas.
Deodoro: Legado olímpico e social para o Rio
Depois de uma edição histórica dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, o Complexo Esportivo de Deodoro foi o palco do Campeonato Pan-americano e Sul-americano de Canoagem Slalom 2016. “Não é apenas para o Brasil que o legado olímpico do Rio 2016 irá favorecer a continuidade do desenvolvimento esportivo, mas sim para todos os países do continente que agora encontram no Brasil um dos canais artificiais de Canoagem Slalom mais modernos do planeta”, afirmou João Tomasini Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa).
O local também já se tornou um ponto de encontro e lazer para a população da região. De sexta-feira à domingo uma determinada área da pista é tomada por crianças, jovens e adultos que tem a oportunidade de se refrescarem do forte calor carioca. Além disso a população também tem a chance de conhecer de perto a Canoagem Slalom e o Rafting.
“Nossa parceria com o Ministério do Esporte e a Prefeitura do Rio irá transformar esse local numa grande fonte de futuros talentos para o esporte, além de se tornar uma ótima alternativa para equipes do mundo todo que encontram aqui no Rio de Janeiro condições favoráveis de treinamento”, informou Tomasini.
Futura geração da Canoagem Slalom em destaque
Com a participação de 18 atletas os representantes brasileiros conseguiram bons índices no Mundial Júnior & Sub-23 de Canoagem Slalom. Foram à disputa oito embarcações garantindo vagas em semifinais e uma na final no K1 Masculino com Guilherme Mapelli que terminou em 10o lugar.
Boas disputas nacionais na Canoagem Slalom
Foram realizados em 20165 três eventos nacionais que foram base para a pontuação para o ranking nacional da modalidade.
A 1a Etapa da Copa Brasil aconteceu em Itiquira (MT), a 2a Etapa em Três Coroas (RS) e o Campeonato Brasileiro realizado em Foz do Iguaçu (PR), eventos que contaram com o patrocínio da Lei de Incentivo ao Esporte do Ministério do Esporte através do BNDES, além também dos patrocínios da GE e Itaipu Binacional.
“Neste momento ímpar que o esporte de alto rendimento está vivenciando com a realização dos Jogos Olímpicos, um dos fatores mais importantes como legado será, sem dúvida, o surgimento de novos núcleos de base. Iniciativas como da Prefeitura de Itiquira, no Mato Grosso, dando ênfase à formação de jovens atletas para a Canoagem Slalom é de fundamental importância para o crescimento da modalidade no Brasil”, ressaltou Darci Oberdan, vice-presidente da Confederação Brasileira de Canoagem.
Para o Antônio Pinto, supervisor do Comitê da Canoagem Slalom na CBCa, este ano foi muito bom para o esporte. “Nunca fomos a tantas semifinais e finais em Copas do Mundo, além do bom resultado no Mundial Júnior & Sub-23. Agora as atenções já estão voltadas para o próximo ciclo olímpico onde haverá mais atenção para o condicionamento físico dos atletas. Iniciamos este novo ciclo com um trabalho diferenciado com profissionais qualificados para termos um resultado diferente” explicou