Representante do Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro, Ana Sátila foi o grande destaque da Copa Brasil de canoagem slalom, que abriu a temporada 2017 da modalidade no país. A canoísta ganhou quatro medalhas de ouro nas categorias K1, C1, C2 Mista e Slalom Cross.
“Só estou fazendo o meu trabalho que é fruto de um longo esforço visando sempre fazer uma boa temporada”, comentou. Na primeira disputa em um C2 com o parceiro Anderson Oliveira a atleta acredita que esta nova categoria fortalece ainda mais a Canoagem Slalom. “Gostei bastante, acho legal uma disputa onde mesclamos homens e mulheres”, ressaltou.
Sexto colocado na Olimpíada do Rio, Pedro Henrique Gonçalves, o Pepe, decepcionou na Copa Brasil de canoagem slalom. Representando a APEN (Associação Pirajuense de Esportes Náuticos) no K1 masculino, ele cometeu a penalidade máxima na baliza número cinco e tomou um “cinquenta”, ou seja, foi acrescido cinquenta segundos ao seu tempo de pista. Além disso, Pepe teve outro toque em uma baliza e com isso ficou fora da disputa pelas medalhas no K1 Masculino. “Eu fico muito chateado por ter errado, não gosto de errar, mas é tudo aprendizado. Essa prova vai servir muito para mim, talvez seja mais importante que a medalha de ouro”, esclareceu.
Na disputa pela final, Anderson Oliveira (APEN) que até então era o favorito na categoria, fez o melhor tempo da prova (74.55s), mas, assim como Pepe, levou uma penalidade máxima e ficou com o tempo final de 124.55 segundos. Com dois fortes candidatos fora da disputa quem levou a melhor foi Fábio Rodrigues do IMEL (Instituto Meninos do Lago). O atleta fez uma descida limpa e obteve o tempo de 75.11 segundos. “Graças a Deus tive muita sorte, remei muito bem também, a torcida ajudou e a cada grito eu arrepiava”, comentou o atleta natural de Ibaiti (PR), município localizado na região onde a etapa foi realizada.
Pelo K1 Masculino Júnior uma prova eletrizante. Na semifinal Guilherme Rodrigues (IMEL) foi o mais rápido, logo depois Daniel Carrasco (APEN). No entanto na final, Murilo Sorgetz da ASTECA, que tinha ficado em terceiro na semifinal, desbancou os dois e foi o melhor com o tempo final de 81.32 segundos garantindo a medalha de ouro.
Felipe Borges (IMEL) no C1 Masculino Sênior fez o tempo de 81.52 segundos e levou mais um ouro para a carreira. “Estou bem feliz com o meu resultado, mas analiso que preciso corrigir alguns erros na pista e fazer um tempo menor. Agora é levar tudo como aprendizado e focar na próxima prova em casa”, esclareceu Borges lembrando que a 2a Etapa da Copa Brasil acontecerá na sua terra natal, Foz do Iguaçu (PR). No C2 Masculino Welington Munhoz e Cassiano Alfredo (DEC) conquistaram o ouro.
Slalom Cross
Uma prova que encantou o público e os atletas. Com quatro competidores por descida ao mesmo tempo na água, passando por obstáculos como descer de uma rampa e fazer “rolagem” com o caiaque na água, o Slalom Cross é mais uma disputa nos eventos de Canoagem Slalom da Canoagem Brasileira. Além de Sátila no feminino, Pedro Gonçalves conseguiu a medalha de ouro no masculino. “Essa modalidade tem tudo pra ficar, é radical, bem parecida com o BMX, chama muito o público”, comentou Pepe que já participou desta prova ano passado na Europa e conquistou um bronze. “A primeira vez que organizamos uma prova desta e não deixamos nada a desejar para os europeus”, explicou.
Vinícius Cunha, representante do BNDES, patrocinador oficial da Canoagem Brasileira, falou sobre a expectativa em relação à nova prova nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. “Torcemos pela inclusão da Canoagem Cross no calendário olímpico e, com essa perspectiva, faz todo o sentido o banco patrocinar e ajudar a fomentar esse projeto”, disse.
Para ele a modalidade só vem crescendo no país e traz uma convivência bacana em campeonatos de atletas já conhecidos do público, como Pepe Gonçalves e Ana Sátila, com crianças e adolescentes que estão começando no esporte. “Esperemos vê-los competindo em breve”, diz Cunha.