A brasileira Marina Tuono viveu um sonho na temporada passada: foi a terceira colocada no circuito mundial do Monobob. Entretanto, com os Jogos Olímpicos de Pequim-2022 no horizonte, ela prefere manter os pés no chão. O objetivo principal é lutar por uma das 20 cotas olímpicas disponíveis na modalidade.
Ela é uma das atrações da delegação da CBDG na primeira etapa da temporada de inverno. A equipe, que conta com o time masculino de Bobsled e a Nicole Silveira no skeleton, compete na abertura da Copa América das modalidades. Ao todo, serão três provas na pista de Whistler, no Canadá, entre o domingo, 7 de novembro, e a terça-feira, dia 9.
Com apenas três temporadas de experiência no Monobob, a brasileira está evoluindo com o próprio esporte. No ano passado, aproveitou o calendário esvaziado e surpreendeu. Disputou as cinco provas do circuito internacional realizadas na América do Norte e ficou no Top 5 em todas. Além disso, ganhou uma prata e dois bronzes em Park City, nos Estados Unidos.
“Por conta da covid-19, consegui ficar na terceira posição do circuito mundial. Mas sei que não vou ficar em terceira nas Olimpíadas. Temos que ser realistas. Meu objetivo é ficar no Top 20 para pegar a vaga, mas estou confiante no meu desempenho”, comentou Marina Tuono com exclusividade ao Brasil Zero Grau e Olimpíada Todo Dia.
O objetivo mais realista, contudo, não impede que ela almeje melhores resultados na carreira. A preparação intensa na pré-temporada faz com que ela acredite em um Top 3 nas provas da Copa América (são oito até dezembro) e até mesmo um Top 15 no ranking internacional que vai definir as classificadas na modalidade.
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Preparação inclui pré-temporada em Lake Placid
Para alcançar os objetivos esperados e até surpreender, a representante da CBDG aposta na preparação realizada nesta temporada. Ela passou o verão do Hemisfério Norte (entre julho e setembro) na Ice House criada em Lake Placid, o centro de treinamento da equipe estadunidense de bobsled.
Dessa forma, Marina Tuono pôde fazer todo o treinamento físico em uma estrutura de ponta. Além disso, a técnica de pilotagem também melhorou ao longo dos últimos três anos. Ainda que o número de descidas com o trenó sempre pode aumentar, a quantidade realizada pela brasileira já está em um nível satisfatório.
“Tenho um desenvolvimento com segurança. Já estou entendendo mais como o esporte funciona e nas pistas melhorou bastante também a pilotagem. Ainda que não tenha tantas descidas quanto gostaria, já estou mais familiarizada com o gelo e as pistas. Os resultados estão sendo positivos e estou segura”, afirma.
Marina Tuono tem uma vida ligada ao esporte
Participar de esportes de inverno ainda pode surpreendê-la, mas a convivência com atletas e competições não é novidade para a representante da CBDG. Natural de Santo André, na região metropolitana de São Paulo, ela foi ginasta por quase 13 anos, passando tanto na categoria artística quanto na acrobática.
Marina Tuono saiu da ginástica aos 19 anos, mas continuou no esporte. Passou a praticar o crossfit por ser uma atividade física capaz de conciliar com a faculdade de Direito e o estágio. Mas foi nesse período que o acaso mudou sua vida. O personal trainer de seu tio estava no Canadá e ouviu o time feminino do Brasil liderado por Heather Paes precisava de uma Break Woman.
Na temporada 2017/2018 ela tentou a vaga olímpica para os Jogos de PyeongChang na equipe que também tinha Nicole Silveira. A classificação não veio, mas a jovem esticou sua estadia no Canadá. Em março de 2018 chegou a conhecer o Skeleton, mas a entrada do Monobob no programa de Pequim-2022 a fez mudar de esporte.
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Caminhada olímpica no Monobob não é fácil
Mesmo bem posicionada no ranking do circuito internacional do esporte na temporada passada, a brasileira sabe que a classificação aos Jogos Olímpicos de Inverno não será tão fácil. Além da pandemia de covid-19 ter impactado no calendário de provas, são poucas vagas disponíveis para países que competem apenas no Monobob.
Ao todo, são 20 vagas: quatro países podem levar até duas atletas e as 12 cotas restantes são divididas para as demais nações. A questão é que as competidoras do 2-women também podem se classificar no Monobob. Dessa forma, só há seis vagas disponíveis para quem compete apenas na modalidade, como é o caso da Marina Tuono.
Funciona assim: as nações que poderão levar duas atletas são as que tiverem a melhor classificação no ranking internacional das duplas e também na lista combinada. Seis vagas individuais são para países que se classificaram no 2-women, mas não novo esporte. Por fim, as seis cotas restantes são destinadas a países que competem apenas no Monobob – é nesta lista que Marina precisa ficar bem posicionada.