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Esportes de Gelo

Agora, seleção brasileira inicia caminhada ao Mundial de Curling

Equipe brasileira comandada pelo skip Marcelo Mello enfrenta Canadá e México no America’s Challenge de Curling para sonhar com o Mundial

Marcelo Mello, integrante da equipe brasileira que tenta vaga ao Mundial de Curling
Marcelo Mello novamente conduz equipe brasileira que busca vaga ao Mundial de Curling de 2022 (WCF/Clare Toia-Bailey)

Duas semanas depois de tentar o sonho olímpico, o Brasil tem um novo desafio pela frente: conquistar a inédita vaga ao Mundial de Curling por equipes. O país enfrenta o México e o favoritíssimo time canadense no America’s Challenge da modalidade. A disputa ocorre entre 29 e 31 de outubro em Lacombe, no Canadá.

Essa vai ser a segunda vez na história que os brasileiros enfrentarão o Canadá, principal potência do esporte de gelo. Anteriormente, em 2018, também pelo desafio continental, a equipe enfrentou Glenn Howard em três partidas (perdeu todas). Agora, os canadenses vêm com força máxima: o time de Brendan Bottcher, simplesmente o atual campeão do Brier, o campeonato canadense de curling.

“Fazendo um paralelo com o futebol, seria como a equipe do Canadá enfrentando o Brasil, onde a chance de vitória existe, ainda que seja pouco provável. Vai ser um confronto para dar rodagem e experiência a equipe, que conta com nova formação depois de 2019”, comenta Marcelo Mello, o skip brasileiro.

O campeonato, por assim dizer, será contra o México. São dois jogos entre cada equipe, totalizando quatro partidas por uma vaga ao evento classificatório do Mundial de Curling. O Brasil enfrenta o Canadá nos dias 29 e 30, às 22h. Os jogos contra o México serão dias 30 e 31, às 12h – sempre de acordo com o horário de Brasília.

Para conquistar a vaga, os atletas se prepararam nas últimas semanas e, no último fim de semana, participaram do Classic BDCC 2021 em Baie-D’Urfé, na região de Montreal. “A equipe brasileira está muito motivada e, apesar do pouco tempo no gelo após 18 meses de pausa devido à pandemia, realizamos vários treinamentos”, afirma Mello.

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Equipe conta com atletas pioneiros do esporte

Para superar essas adversidades, a equipe montada para o America’s Challenge conta com dois nomes pioneiros do esporte no Brasil. Marcelo Mello e Filipe Nunes fazem parte do grupo responsável que montou as primeiras seleções brasileiras e que desafiaram os Estados Unidos na disputa continental entre 2009 e 2010.

Marcelo Mello, aliás, foi o skip nas duas ocasiões e, desde então, trilhou sólida trajetória no Curling Brasileiro como capitão. Nas Duplas Mistas, ao lado de Aline Gonçalves, conquistou a primeira vitória do país em uma edição do Mundial de Curling. Também esteve presente na primeira vitória da equipe mista e da equipe masculina.

Filipe Nunes esteve na equipe que enfrentou os Estados Unidos em 2010 e prosseguiu como um dos principais nomes da CBDG no esporte. Além deles, completam a equipe brasileira nesta competição Ricardo Losso e Gilad Kempenich.

Equipe brasileira que busca vaga ao Mundial de Curling de 2022
Ricardo Losso, Marcelo Mello e Filipe Nunes: integrantes da equipe brasileira no America’s Challenge de Curling (Arquivo Pessoal)

Qual é a caminhada do Brasil para o Mundial de Curling?

Nesta temporada, há dois caminhos disponíveis para a seleção brasileira. Um deles é bastante improvável: conquistar o título do America’s Challenge de 2021. O campeão conquista uma vaga direta. O Canadá conta com força máxima e quer evitar qualquer tipo de surpresa, como mostra o tweet do Time Brendan Bottcher: “Não seria legal ter Brasil ou México no Mundial? Bom, que não seja a gente o motivo deles estarem lá!”

https://twitter.com/TeamBottcher/status/1453052002791944196

Por outro lado, a segunda opção de classificação ao Mundial de Curling é mais longa, porém mais provável. O segundo colocado ganha vaga ao Evento Classificatório que acontecerá em janeiro de 2022, na Finlândia. Nesta disputa são oito equipes, de todos os continentes, que duelam pela última vaga restante.

O time feminino do Brasil também disputaria o America’s Challenge, mas contra a seleção dos Estados Unidos. Entretanto, como foi a única desafiante e já teria vaga à repescagem de janeiro, as brasileiras abriram mão do confronto para se prepararem melhor para o evento classificatório.

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Torneio dá lugar ao Pan Continental a partir da próxima temporada

Essa vai ser a última edição do America’s Challenge. A partir da próxima temporada, a Federação Mundial de Curling resolveu unificar os continentes (com exceção do Europeu) e criou o Pan Continental com equipes da Ásia, América, África e Oceania. Dessa forma, o evento classificatório também chega ao fim.

A nova competição vai dar cinco vagas diretas ao Mundial de Curling por equipes e será dividido em duas divisões. Para esta temporada inicial, a primeira divisão terá cinco equipes da região do Pacífico (Ásia e Oceania) e três equipes americanas. Em contrapartida, o último colocado vai ser rebaixado à segunda divisão no ano seguinte.

“O campeonato foi criado para oferecer aos membros associados em desenvolvimento na América e nas zonas do Pacífico Asiático uma oportunidade de competir em igualdade de condições, dando-lhes chance de melhorar seus rankings e oferecer uma plataforma consistente de evolução”, escreveu a WCF em nota.

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