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Pequim 2022

Seleção brasileira de Curling quer “aparecer e inspirar”

A seleção brasileira de curling inicia disputa por equipes no Torneio Classificatório ao pré-olímpico para impactar as próximas gerações

Homens da Seleção Brasileira de Curling fizeram parte da preparação na Suíça pré-olímpico pequim-2022
Parte da equipe masculina de curling do Brasil em preparação na Suíça (Divulgação/CBDG)

Os Jogos Olímpicos ainda são um sonho para a seleção brasileira de Curling. Porém, a partir deste domingo, 10 de outubro, este objetivo surge no horizonte das equipes masculina e feminina do país. O Brasil inicia a disputa do Torneio Classificatório ao Pré-Olímpico realizado em Erzurum, na Turquia, para aparecer aos torcedores e, principalmente, inspirá-los.

A competição, criada neste ciclo olímpico pela WCF (Federação Mundial de Curling), é uma oportunidade única que os homens e mulheres da equipe nacional têm em competir contra seleções de nível técnico semelhante. Ou seja, o país tem um calendário maior de jogos e pode até vencer algumas partidas.

É um cenário diferente do que acontecia há poucos anos. Até então, os times só se reuniam para enfrentarem os Estados Unidos ou o Canadá no America’s Challenge – e invariavelmente perdiam todos os jogos. Agora, a possibilidade, ainda que remota, de classificar aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2022, garante exposição à modalidade dentro do Brasil.

Essa possibilidade, aliada à construção e inauguração da Arena Ice Brasil em 2020, faz com que a seleção brasileira de curling espere por dias melhores a partir do próximo ciclo olímpico. Com mais jogos e chance maior de vitória, a ideia é recrutar jovens interessados em se desenvolver no esporte dentro do país.

O primeiro passo será dado neste domingo, dia 10, às 8h (horário de Brasília), com o jogo da equipe masculina contra Taiwan. Os homens ainda enfrentam o Cazaquistão (dia 11, às 13h), o Quirquistão (dia 13, às 13h) e a Turquia (dia 14, às 3h). As mulheres estreiam no dia 11, às 3h, contra Turquia e depois enfrentam a Áustria (dia 12, às 3h), a Eslováquia (dia 13, às 8h) e a Noruega (dia 14, às 13h). Haverá transmissão via streaming aqui.

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Equipe masculina se reuniu com antecedência

“Mais que o resultado do gelo, nós temos a ambição de sermos embaixadores do esporte. Estamos dando os primeiros passos para que a próxima geração coloque o Brasil não apenas participando da Olimpíada, mas disputando medalhas”, idealizou Sergio Vilela, um dos atletas mais experientes da CBDG.

Ele é o second da seleção brasileira de curling. O skip é Michael Krähenbühl, brasileiro que mora na Suíça. Scott McMullan, que esteve nas Duplas Mistas, e o Claudio Alves completam a equipe como third e lead, respectivamente. Em termos de resultado, as metas são modestas: ficar entre os dois primeiros do grupo para avançar de fase (veja regulamento abaixo).

Com jogadores em três continentes (América do Sul e do Norte e Europa), grande parte do time se reuniu com antecedência na Suíça como forma de preparação. Chegaram a vencer até o campeonato de Küsnachtno país. “Claro que isso foi uma injeção de ânimo e confiança! Ainda que a gente não consiga a vaga, nosso ranking vai melhorar muito com as vitórias que certamente virão”, finaliza Sergio.

Mulheres almejam classificação ao pré-olímpico

Após disputar a competição de duplas, Anne Shibuya assume como skip da equipe feminina. Ao lado dela jogam Luciana Barrella de third, Debora Monteiro de second e a jovem Letícia Cid de lead. O time é praticamente o mesmo que disputou a repescagem do Campeonato Mundial de 2019. Por isso, a expectativa é obter um desempenho histórico no Torneio Classificatório.

“O nosso objetivo é se qualificar ao pré-olímpico em dezembro, na Holanda. Estamos todas confiantes. A pandemia não ajudou e não tivemos oportunidades de jogar campeonatos, mas o time fez vários treinamentos fora do gelo, team building, foco em estratégia e comunicação”, explicou a capitã da seleção brasileira de curling feminina.

Na repescagem ao Mundial em janeiro de 2019, o time venceu três de sete partidas e ficou a uma posição de classificar aos playoffs da competição. A única alteração foi a saída de Alessandra Barros e entrada da jovem Letícia Cid, skip do time júnior feminino (ela também substitui a titular Isabelle Campos, que não pôde estar presente na Turquia).

Apenas duas vagas por gênero em disputa

Diferentemente da disputa de Dupla Mista, a competição por equipes no Torneio Classificatório concede apenas duas vagas ao Pré-Olímpico. Isso faz com que o regulamento seja mais difícil para avançar aos playoffs. São 17 seleções entre os homens e dez entre as mulheres.

No masculino, os países foram divididos em três chaves. A seleção brasileira de curling está no Grupo A, ao lado de Cazaquistão, Quirguistão, Taiwan e Turquia. Apenas os dois melhores de cada grupo avançam e os seis classificados serão divididos de acordo com o desempenho. Os dois melhores avançam à decisão, enquanto que o terceiro pega o sexto e o quarto joga contra o quinto pelas vagas restantes às finais.

Na disputa feminina, o regulamento é mais simples. São duas chaves e o Brasil está no Grupo B, ao lado de Áustria, Noruega, Eslováquia e Turquia. As duas melhores seleções avançam aos playoffs. As campeãs de cada grupo se enfrentam e, quem vencer, se classifica ao Pré-Olímpico. As segundas colocadas jogam para definir quem enfrenta a seleção derrotada na outra semifinal.

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Seleção Brasileira de Curling teve bom desempenho nas duplas

A vaga ao Pré-Olímpico de Curling não veio, mas o desempenho da seleção brasileira de curling nas Duplas Mistas deve ser comemorado. Pela primeira vez, o país conseguiu avançar de fase em um torneio oficial da modalidade e disputou a classificação até o último dia de disputa.

Foram duas vitórias (contra a Eslovênia e a Nigéria) em cinco partidas disputadas. Nada mal para uma dupla que não tinha jogado junta antes do torneio e que teve poucos dias de treinamento antes da competição. Com uma preparação adequada nos próximos anos, não há dúvida de que os brasileiros podem almejar sonhos maiores.

Equipe feminina de Curling do Brasil posa para foto oficial da competição (Divulgação/OQE Erzurum)

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