Pela primeira vez, a equipe de esqui cross-country do Brasil conquistou três vagas olímpicas para a disputa dos Jogos de Inverno de Pequim, em fevereiro de 2022. Mas isso não significa que a escolha vai ser mais fácil do que em edições anteriores. Pelo contrário, a tendência é os atletas brasileiros lutarem ponto a ponto pela classificação.
Ao menos seis mulheres e dez homens atingiram os critérios mínimos estabelecidos pela Federação Internacional de Esqui (FIS) e estão aptos a disputarem a próxima edição dos Jogos Olímpicos. Além disso, diferentemente de outros ciclos, nenhum atleta se sobressaiu dos demais na temporada pré-olímpica.
O principal motivo para esse equilíbrio é a popularização do esqui cross-country graças ao rollerski. O equipamento, que nada mais é do que um esqui com rodas, ganhou espaço nos últimos anos. O Circuito Brasileiro, por exemplo, foi criado pela CBDN em 2014 e, atualmente, é uma importante competição para os atletas melhorarem os pontos FIS no ranking internacional.
A primeira etapa da competição nesta temporada aconteceu entre 14 e 19 de setembro no CT da entidade, em São Carlos (SP) e apenas reforçou esse equilíbrio na disputa do esqui cross-country do Brasil. Novos nomes que surgiram neste ciclo olímpico estão se posicionando ao lado de atletas que já alcançavam bons resultados em anos anteriores.
O período pré-olímpico na modalidade se estende até 16 de janeiro de 2022. Mesmo que o país já tenha as vagas garantidas, os competidores brasileiros podem melhorar suas marcas e ranking. Com eles duelando ponto a ponto, a CBDN só deve definir os convocados após esta data. A segunda etapa do Circuito, por sua vez, vai ser realizado entre 30 de setembro e 2 de outubro, novamente em São Carlos.
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Quais são os critérios de convocação para o esqui cross-country do Brasil?
Para garantir uma disputa justa entre seus competidores, a CBDN estipulou regras internas para definir os nomes dos convocados para os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2022. As normas visam criar critérios que garantam uma convocação baseada na trajetória esportiva da equipe de esqui cross-country do Brasil durante o pré-olímpico (iniciado em julho de 2020).
No documento, o índice A estabelecido pela FIS (média inferior a 100 pontos FIS) possui vantagem em relação ao B (abaixo de 300 pontos FIS). Assim, um competidor que atingir esse indicador na lista da federação internacional em 16 de janeiro de 2022 vai ficar com a vaga. Caso nenhum atleta atinja esse índice, a preferência é para o atleta que fizer o critério B tanto em provas de distance quanto no sprint.
Em caso de empate no total de pontos FIS, a entidade criou a lista de “pontos CBDN”, derivados da média dos seis menores resultados em pontos FIS durante o pré-olímpico. Curiosamente, esse ranking não conta as provas disputadas no rollerski. A publicação vai ser em 17 de janeiro de 2021, definindo os nomes dos convocados.
Manex Silva vence quatro das cinco provas masculinas
O jovem Manex Silva, 19 anos, foi o grande destaque da disputa masculina na primeira etapa do Circuito Brasileiro de Rollerski. Presente nos Jogos da Juventude de Inverno de 2020, ele sai na frente na disputa entre os homens.
O jovem atleta, que mora e compete na Espanha, venceu quatro das cinco provas realizadas e, com exceção do Sprint, conseguiu fazer menos de 100 pontos FIS em todas. Dessa forma, ele é um grande candidato na luta por uma das vagas olímpicas da equipe de esqui cross-country do Brasil.
Na primeira prova, Manex venceu os 10km de largada em massa e técnica clássica com novo recorde nacional: 90.80 pontos FIS. Ele ainda foi o mais rápido nos 11km clássico, nos 15km livre em perseguição e nas baterias decisivas no sprint clássico. Steve Hiestand, por sua vez, venceu os 11km livre e igualou o recorde de pontos FIS.
Os dois atletas, ao lado de Victor Santos, presente em PyeongChang-2018, são os candidatos à única cota masculina do Brasil na modalidade em Pequim-2022.
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Disputa feminina tem três vencedoras em cinco provas
Se Manex Silva foi o destaque masculino, entre as mulheres três atletas dividiram a atenção e grande parte dos pódios das cinco provas realizadas. Mirlene Picin, Bruna Moura e a jovem Eduarda Ribera, também presente nos Jogos da Juventude de Inverno de 2020, conquistaram vitórias na primeira etapa.
Bruna Moura, uma das cotadas do esqui cross-country do Brasil para 2022, venceu as duas primeiras corridas: os 5km clássico de largada coletiva e o sprint clássico. Mirlene, por sua vez, foi a vencedora dos 5km em técnica livre. Já Eduarda Ribera venceu os 5km clássico e os 5km livre em perseguição.
Com duas vagas em jogo, as três atletas se juntam a Jaqueline Mourão na disputa interna pela convocação. Jaqueline, que busca participar de sua oitava edição olímpica, não esteve presente no Circuito Brasileiro de Rollerski porque faz sua pré-temporada no Canadá após participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio no ciclismo.