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Pequim 2022

Conheça as prováveis vagas do Brasil nos Jogos de Inverno de 2022

Delegação do Time Brasil chega na reta final do pré-olímpico dos Jogos Olímpicos de Pequim com chances de estabelecer novo recorde na delegação

Jaqueline Mourão é uma das cotadas para representar o Brasil nos Jogos de Inverno de 2022
Jaqueline Mourão segue na briga pela oitava participação olímpica no esqui cross-country (Divulgação/COB)

Mal acabou a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio com recorde de medalhas para o país e a delegação brasileira busca um novo recorde – agora na disputa do inverno! A participação do Brasil nos Jogos de Inverno de 2022 pode representar um novo recorde de atletas e de esportes classificados.  

Atualmente, esta marca pertence à participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Sochi, em 2014. Na ocasião, foram 13 atletas (mais dois reservas no Bobsled) e sete modalidades disputadas. O desempenho foi impulsionado pelas classificações inéditas da dupla feminina no bobsled, do esqui freestyle aerials, do biatlo e da patinação artística.

Agora, em uma projeção bem otimista, o Time Brasil tem chances de levar até 20 competidores em até 12 categorias distintas. Já a previsão pessimista indica 10 atletas em cinco esportes. A tendência, contudo, é levar entre 12 e 15 atletas, excluindo possíveis reservas em modalidades coletivas.

Mas quais são as chances de classificação do Brasil nos Jogos de Inverno de 2022? O período pré-olímpico de inverno termina em 16 de janeiro de 2022, mas alguns esportes definem seus classificados bem antes – a Cerimônia de Abertura em Pequim vai ser no dia 4 de fevereiro. Confira todas as chances dos brasileiros nas próximas semanas:

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> Esqui Alpino

O atleta precisa obter menos de 160 pontos FIS em cinco provas oficiais no Slalom ou no Slalom gigante e menos de 80 pontos FIS no Downhill e no Super G para concorrer a uma das vagas. Além disso, ele precisa ficar entre os 500 melhores da modalidade na lista que será divulgada em 17 de janeiro.

Hoje, o Brasil tem três atletas habilitados no masculino, o que dá direito a uma vaga – Michel Macedo, presente em PyeongChang/2018, é favorito à vaga. No feminino, Isabella Springer retorna ao circuito para recolocar o Brasil na disputa entre as mulheres após oito anos.

> Esqui Cross-Country

Um fato inédito para o Brasil nos Jogos de Inverno de 2022: a delegação vai levar três atletas no esqui cross-country. Isso é possível porque, além da cota básica por gênero (menos de 300 pontos FIS em provas distance), a federação internacional concedeu vagas adicionais de acordo com o ranking das nações realizado na temporada 2020-2021.

Como a equipe feminina ficou entre a 21ª e 30ª colocação, ganhou uma vaga a mais e, portanto, vai levar duas atletas – os nomes serão definidos apenas em janeiro por conta da disputa interna na CBDN (seis mulheres têm o índice necessário). Entre os homens, dez atletas estão habilitados e disputam uma cota já conquistada.

Há uma chance remotíssima do Brasil levar mais competidores no esqui cross-country. Para isso, a lista de realocações deveria rodar bastante. Atualmente estamos na 16ª posição da “lista de espera” entre as mulheres e na 37ª colocação na disputa masculina.

> Esqui Freestyle

Sabrina Cass, campeã mundial júnior no Moguls em 2019, conseguiu cidadania brasileira e, com isso, o Time Brasil tem boas condições de confirmar uma vaga na modalidade. Ela já atingiu todos os requisitos necessários e, atualmente, já está no ranking pré-olímpico.

Além dela, os irmãos Dominic e Sebastian Bowler buscam a classificação no slopestyle e halfpipe. Os requisitos mínimos envolvem 50 pontos FIS e Top 30 em uma etapa da Copa do Mundo. Dominic, 20 anos, já possui mais de 60 pontos FIS no slopestyle e vai participar do circuito internacional para alcançar uma cota para o Brasil nos Jogos de Inverno de 2022.

> Snowboard

Dois jovens atletas tentam a classificação no Snowboard. Noah Bethonico, 17 anos, participa do Snowboard Cross. Ele precisa ter um mínimo de 100 pontos FIS e um top 30 em Copa do Mundo para entrar no ranking pré-olímpico. Atualmente, ele possui 85 pontos FIS e uma 49ª em uma etapa da Copa do Mundo.

Augustinho Teixeira, 16, compete no halfpipe e no slopestyle. Em ambos, precisa de 50 pontos FIS e um Top 30 na Copa do Mundo ou Mundial. No Slopestyle, o jovem já possui 79.33 pontos FIS, mas foi apenas o 34º no Mundial. No halfpipe é o contrário: foi o 24º no Mundial, mas possui 31.60 pontos FIS até o momento.

> Bobsled

O Bobsled brasileiro não competiu na temporada 2020/2021 por conta da pandemia de covid-19. Mas isso não deve complicar a busca pela vaga no 4-man. A equipe precisa atingir os critérios mínimos: oito provas em três pistas diferentes, o que vai ser alcançado com a Copa América. Das trinta vagas disponíveis, oito são para países com apenas um conjunto.

O desafio é tentar classificar o 2-man novamente. Novamente são trinta vagas e dez países poderão levar um conjunto. O time precisa somar pontos nas provas da Copa América para alcançar o ranking. Em caso de necessidade, não está descartado participar de provas na Europa entre dezembro e janeiro de 2022 para garantir a vaga do Brasil nos Jogos de Inverno de 2022.

> Skeleton e Monobob

Nicole Silveira teve uma temporada histórica, com resultados no Top 20 em etapas da Copa do Mundo e no Mundial – ela foi a 22ª na classificação final da competição mesmo sem disputar três provas. Ao todo, são 25 vagas e 11 países poderão levar uma atleta. Se mantiver o desempenho, certamente alcança a classificação com sobras.

No monobob, são apenas 20 vagas e 12 cotas para levar uma atleta. Marina Tuono foi a terceira na Série Mundial, mas a disputa não contou com todas as competidoras do Bobsled que se dedicam às duplas. Em todo o caso, ela também está próxima de confirmar uma vaga na modalidade que estreia em Pequim.

nicole silveira mundial de skeleton
Nicole Silveira busca a classificação olímpica inédita no Skeleton (Divulgação/IBSF)

> Patinação Artística e de Velocidade

Isadora Williams tentará uma das seis vagas olímpicas restantes na patinação artística durante o Troféu Nebelhorn entre 22 e 25 de setembro. A regra é simples: ela precisa ficar entre as seis primeiras do grupo de atletas que tentarão a classificação (quase todas). Há dez competidoras que já alcançaram notas melhores que a da brasileira, mas ela está na disputa.

O Brasil nos Jogos de Inverno de 2022 também pode ter atletas na patinação de velocidade. João Victor e Larissa Paes conseguiram passar o primeiro obstáculo e alcançaram o índice para a disputa da Largada em Massa nas etapas da Copa do Mundo. Eles ainda precisam atingir o tempo mínimo exigido nos 1500 metros (1min57seg50 para ele e 2min10seg00 para ela) e somar os pontos nas etapas da Copa do Mundo entre novembro e dezembro para alcançarem boas posições no ranking pré-olímpico.

> Curling

O caminho do Curling é longo, mas o Brasil segue com chances. No início de outubro, o país disputará a classificatória para o Pré-Olímpico com suas equipes masculina e feminina e a dupla mista. Apenas as duas melhores seleções na disputa por equipes e as três melhores duplas avançam para o Pré-Olímpico, que acontecerá em dezembro, na Holanda.

É neste evento que serão definidos os últimos países classificados na modalidade. Há duas cotas disponíveis para as duplas e mais três para as equipes nos Jogos Olímpicos de Pequim. A vaga olímpica é improvável, mas ainda há chances.

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Quais as chances do Brasil nos Jogos de Inverno de 2022?

É improvável que todos os atletas conquistam as vagas olímpicas. Mesmo assim, as perspectivas do Brasil nos Jogos de Inverno de 2022 são boas. A projeção pessimista indica delegação de dez atletas em cinco esportes distintos – muito acima dos cinco classificados em três esportes na edição de 2010, por exemplo!

Mas particularmente acredito que o número ficará entre 12 e 15 competidores. Além disso, alguns atletas chegam com chances de alcançarem bons resultados para o país. Bobsled e Skeleton, por exemplo, brigarão por Top 20. Sabrina Cass pode alcançar resultado ainda melhor. No Esqui Cross-country, a expectativa é pelo recorde brasileiro.

A disputa olímpica em Pequim ainda está distante, mas o Brasil já se prepara para fazer história mais uma vez.

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