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Pequim 2022

Pequim 2022: as perguntas (e respostas) a um ano para os Jogos

Começa a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos de Pequim 2022. A um ano da Cerimônia de Abertura, evento tem mais dúvidas do que certezas

Cerimônia da Tocha Olímpica celebra um ano para Pequim 2022
O Comitê Organizador de Pequim 2022 revelou a tocha olímpica a um ano para os Jogos Olímpicos de Inverno (International Olympic Committee)

Os Jogos Olímpicos de Tóquio ainda nem aconteceram, mas a partir desta quinta-feira, 4 de fevereiro, um novo relógio começa a correr (e a pressionar) o Comitê Olímpico Internacional. A um ano para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, há muitas perguntas e poucas respostas sobre o evento.

Não se trata de questionar se será realizado, mas como. O colega Marcelo Laguna em seu blog pontuou bem: o cenário atual não é de cancelamento dos Jogos de Tóquio – e tampouco de Pequim. Mas a cautela se faz necessária em ambos os casos para evitar surpresas desagradáveis mais para frente.

Para celebrar a data, o COI estimulou a hashtag #StrongerTogether nas redes sociais e realiza diversos eventos on-line para atender as normas de prevenção contra a covid-19. O momento mais importante, claro, foi a revelação da Tocha Olímpica – ainda que detalhes do revezamento dependem do controle do novo coronavírus.

Fosse um período normal, o marco de um ano para os Jogos de Pequim 2022 era a oportunidade perfeita para o COI, meios de comunicação e patrocinadores “virarem a chave”. O ano de 2021 seria exclusivamente dedicado ao planejamento e operação dos Jogos Olímpicos de Inverno após a experiência nas Olimpíadas de Verão.

Contudo, não vivemos em um período normal ou “novo normal”. A pandemia de covid-19 ainda assusta, eventos de inverno são cancelados ou adiados e os Jogos de Tóquio nem foram realizados ainda. Assim, a incerteza ainda ronda todos aqueles que planejam estar em Pequim daqui 365 dias.

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Quais são as dúvidas pendentes sobre Pequim 2022?

Pandemia de covid-19: China foi o epicentro, mas controla a situação: foram 34 mortes nos últimos trinta dias, segundo cálculo da Universidade John Hopkins. Contudo, o novo coronavírus ainda deixa dúvidas sobre a organização e, principalmente, a competição esportiva, uma vez que a aglomeração de atletas é inevitável em eventos assim.

Prazo curto: o Comitê Organizador de Pequim 2022 não depende de Tóquio 2020, mas serão menos de seis meses de um evento a outro. Isso implica em um período apertado para o COI, patrocinadores e conglomerados de mídia de montarem suas estruturas e deslocarem suas equipes.  

Direitos Humanos: diversas organizações civis em todo o mundo pedem o boicote dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. As denúncias de violação de direitos humanos são fantasmas que sempre rondam a China em megaeventos. Foi assim em 2008 e é agora novamente. O COI não parece se abalar com essa questão, mas as tensões podem aumentar até a abertura.  

Falta de preparação: o desempenho esportivo também está em xeque. Ainda que o calendário de inverno esteja em operação, o fato é que não dá para saber como os atletas irão chegar aos Jogos Olímpicos. Muitos eventos foram cancelados e diversos países de elite estão selecionando suas competições. A preparação inadequada pode se refletir na neve e no gelo em Pequim.

E quais são as certezas?

Tudo pronto: a China, mais uma vez, deu exemplo de eficiência. Todas as 12 arenas esportivas de Pequim 2022 já estão prontas. As construções não-esportivas (como Vila Olímpica e Centro de Imprensa) serão entregues, no mais tardar, em julho de 2021. Os atletas, dirigentes e jornalistas encontrarão tudo pronto para a Cerimônia de Abertura.

Legado em funcionamento: uma obra é considerada o principal legado dos Jogos de Inverno ao país: o trem de alta velocidade que conectará Pequim à Zhangjiakou, local de disputa das modalidades de neve. Ele já está em pleno funcionamento desde dezembro de 2019 e atende toda a região.

Sustentabilidade: a busca pela sustentabilidade da Agenda 2020 se fez presente na organização dos Jogos de Inverno de Pequim. Diversas arenas dos Jogos de Verão de 2008 serão reaproveitadas e outras serão apenas temporárias. Além disso, a maioria conta com eficiência energética para reduzir significativamente a emissão de poluentes na atmosfera.

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Economia: dessa forma, os custos de Pequim 2022 devem ser menores do que outras edições de inverno. A estimativa do COI e do Comitê Organizador local está em US$ 3,9 bilhões. Parece muito, mas é uma bagatela perto dos US$ 12,9 bilhões gastos em PyeonChang 2018 e dos incríveis US$ 50 bilhões de Sochi 2014.

E o Brasil nessa história?

No meio das dúvidas e certezas, as equipes brasileiras de neve e gelo seguem se preparando para garantirem presença nos Jogos Olímpicos de Pequim daqui um ano. Ainda que as verbas provenientes da Lei Piva tenham diminuído nesse ciclo olímpico, a expectativa é alta para levar uma delegação semelhante a de PyeongChang, em 2018.

Algumas vagas são praticamente certas: duas no esqui cross-country (masculino e feminino), uma no esqui alpino masculino e o quarteto masculino de Bobsled. Marina Tuono, no monobob, e Nicole Silveira, no Skeleton, têm boas chances. Isadora Williams não competiu no último ano, mas segue como um bom nome na briga por uma vaga na patinação artística.

Outras vagas são improváveis hoje, mas podem se tornar realidade no futuro. O esqui alpino feminino tem as estreias de Clara Macedo na categoria adulta. Elas precisam completar cinco provas abaixo de 160 pontos FIS até 22 de janeiro de 2022 para ficarem elegíveis a uma das cotas em Pequim 2022.

No snowboard, os jovens Noah Bethonico e Augustinho Teixeira seguem evoluindo e podem surpreender. Mirlene Picin e Matheus Vasconcellos, por sua vez, estão acumulando pontos no Biatlo. Já Larissa Paes e João Victor da Silva seguem treinando e diminuindo seus tempos na patinação de velocidade. No cenário mais otimista, poderíamos ter 16 atletas classificados, mas é bem provável levar entre 11 e 13 competidores.

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