O Ano Novo traz um dos eventos mais aguardados pelos fãs de esportes de inverno – e um desafio e tanto para os atletas de esqui cross country. O Tour de Ski chega a 15ª edição desafiando não só a pandemia de covid-19, mas as “zebras” que surgiram no início da temporada. A primeira etapa será nesta sexta-feira, 1º de janeiro de 2021, em Val Müstair, na Suíça.
Nesta temporada, a competição mantém as oito etapas tradicionais. Contudo, serão disputadas em apenas três locais e dois países – além do resort suíço, as provas acontecerão em Toblach e Val di Fiemme, na Itália. O objetivo é reduzir o deslocamento dos atletas, respeitando os protocolos de prevenção.
A segunda onda do novo coronavírus no continente europeu chegou a colocar em xeque o evento nesta temporada. Mas devido a sua importância ao calendário internacional, a FIS (Federação Internacional de Esqui) manteve a disputa sem a presença do público e com realização de testes entre os atletas e técnicos presentes.
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Dessa forma, o Tour de Ski emerge como o principal desafio para atletas que estão surpreendendo no início da temporada. Entre as mulheres, a norte-americana Rosie Brennan, líder da Copa do Mundo, espera se tornar na primeira atleta fora da Europa a conquistar o torneio para impulsionar ainda mais o seu desempenho no restante do calendário.
Na disputa masculina, os britânicos Andrew Young e Andrew Musgrave, quarto e sétimo colocados no ranking internacional, esperam conquistar as primeiras vitórias do Reino Unido no esqui cross-country e ganhar o Tour. O grande favorito, contudo, é o russo Alexander Bolshunov, líder isolado da temporada e atual campeão da disputa.
Evento catapulta os vencedores no ranking
Assim como o Four Hills faz para o Saltos de Esqui, o Tour de Ski representa um importante marco na Copa do Mundo de Esqui Cross Country. Um bom desempenho nas etapas realizadas pela competição pode alavancar a temporada do atleta, colocando-o definitivamente na briga pelo Globo de Cristal.
O impacto que a competição tem para a sequência de competições é impressionante. Em 14 edições já realizadas, o vencedor masculino foi o campeão geral da temporada em nove oportunidades. Entre as mulheres, o retrospecto é ainda maior: em 11 das 14 vezes a campeã do Tour também venceu a Copa do Mundo.
Isso ocorre pelo sistema de pontuação do Tour de Ski. Enquanto o Four Hills mantém a mesma pontuação da temporada, nessa competição o vencedor de cada etapa ganha metade dos pontos normalmente oferecidos no calendário, mas o vencedor geral tem um adicional de 400 pontos em seu ranking para a sequência da temporada.
Quando surgiu o Tour de Ski?
A origem do Tour de Ski remete à década de 1990. O norueguês Vegar Ulvang, campeã olímpico no esqui cross country em 1992, sonhava em criar um torneio longo para a modalidade, mesclando as várias distâncias e os dois estilos. A inspiração, claro, era o Tour de France, principal evento de ciclismo.
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A proposta ganhou força a partir de 2006, quando Ulvang tornou-se diretor técnico de esqui cross-country na FIS. Ele não perdeu tempo e propôs a criação do Tour já na temporada seguinte em provas disputadas na Europa Central. Contudo, não foi fácil. Áustria e Suíça se recusaram a sediar etapas na primeira edição com medo de um possível desinteresse do público.
Nove Mesto, na República Tcheca, foi a escolhida para a abertura, mas a falta de neve cancelou a disputa. Munique correu para realizar a etapa inaugural do Tour de Ski e, em vez de oito, o primeiro ano teve seis provas. Apesar disso, foi um sucesso tanto para os competidores quanto para a audiência, tanto que se consolidou no cenário internacional nos anos seguintes.