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Brasileira mostra que vaga olímpica no skeleton é possível

Nicole Silveira mostra evolução na busca pela inédita vaga olímpica no skeleton e segue bem cotada para o ranking pré-olímpico

Nicole Silveira segue na busca pela vaga olímpica no Skeleton
Nicole Silveira durante treinamento na etapa de Innsbruck na Copa do Mundo de Skeleton (Viesturs Lacis/IBSF)

Nicole Silveira participou de apenas quatro provas na elite, mas foi o suficiente para mostrar que a inédita vaga olímpica no skeleton é um sonho possível de se alcançar. A atleta brasileira manteve a evolução no esporte e se posiciona como uma das candidatas a ficar com uma das 25 cotas disponíveis no ranking internacional.

Depois de estrear nas duas etapas da Copa do Mundo de Skeleton em Sigulda, na Letônia, Nicole participou de mais duas provas em Innsbruck, na Áustria. Curiosamente, em ambas ela repetiu a 18ª colocação que havia obtido nas corridas anteriores – mas com um desempenho bem melhor.

Na primeira disputa obteve o tempo de 55seg19, quase um segundo e meio atrás da russa Elena Nikitina, vencedora, e à frente da francesa Agathe Bessard e de Katie Tannenbaum, de Ilhas Virgens. As duas são suas rivais diretas na corrida pela vaga olímpica no skeleton. A etapa teve apenas uma tomada de tempo por conta da falha da organização, que esqueceu uma vassoura na pista durante uma das descidas!

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Na segunda prova, realizada em 18 de dezembro, a brasileira obteve o tempo de 1min48seg99, quase dois segundos atrás da austríaca Janine Flock, primeira colocada, e novamente na frente de Bessard. Dessa forma, ela tem 320 pontos no ranking da Copa do Mundo da modalidade e ocupa a 17ª posição. A líder até o momento é Janine Flock, com 875.

Mais do que a classificação numa temporada esvaziada por conta da pandemia de covid-19, o mais importante é perceber a evolução de Nicole na elite da modalidade. Em sua primeira prova, ela ficou 5.84 segundos atrás da primeira colocada. Na quarta etapa, menos de um mês depois, ela conseguiu um tempo apenas 1.98 segundo superior à vencedora.

Como funciona o ranking pré-olímpico?

A partir dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022, o skeleton feminino terá a participação de 25 atletas em vez das 20 que participavam até 2018. Além disso, os critérios de classificação definidos pela IBSF (Federação Internacional de Bobsled e Skeleton) valorizam a participação de mais países.

O ranking pré-olímpico se estende até 16 de janeiro de 2022. Após seu encerramento, os dois países com as três melhores atletas colocadas no ranking garantem três cotas na corrida pela vaga olímpica no skeleton. Quatro países com as duas melhores colocadas garantem duas cotas. As 11 restantes serão destinadas às nações mais bem colocadas.

Em uma temporada “normal”, os 320 pontos conquistados pela Nicole Silveira já serviram de cálculo no ranking pré-olímpico. Contudo, devido à pandemia de covid-19, a IBSF congelou o ranking internacional desta temporada, mas não definiu os novos critérios de classificação para os Jogos de Inverno de 2022.

Sonho com vaga olímpica no skeleton começou em 2018

A trajetória coroa a evolução da brasileira na modalidade. Até 2017, ela sequer tinha contato com esportes de inverno. Praticante de diversos esportes, estava envolvida com o fisiculturismo no Canadá, onde mora. Até que foi convidada para integrar a equipe de Heather Paes no Bobsled para tentar uma vaga aos Jogos de PyeongChang-2018.

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A experiência durou apenas uma temporada, mas Nicole pegou gosto pela aventura. Logo após os Jogos de Inverno de 2018, aceitou o convite de Matheus Figueiredo, presidente da CBDG, para trocar de esporte e tentar a inédita vaga olímpica no skeleton.

Deu certo. Mesmo com apenas duas temporadas completas na nova modalidade, ela se sagrou vice-campeã da Copa América em 2019/2020, participou de duas edições do Mundial (2019 e 2020) e obteve o índice para o atual circuito da Copa do Mundo – foi a primeira atleta do país a conseguir essa façanha.

Quais são os próximos passos?

Nicole Silveira encerrou sua participação na Copa do Mundo de Skeleton nesta temporada. Ela não retorna para a sequência da competição, que acontecerá na Alemanha, Suíça e Áustria entre janeiro e fevereiro de 2021. Em contrapartida, ela deve participar das provas previstas na Copa América no mesmo período.

Após um período de indefinição por conta dos crescentes casos de covid-19 na América do Norte, a IBSF divulgou o calendário das provas. A caminhada pela vaga olímpica no skeleton prevê três corridas em Park City e mais duas em Lake Placid, ambos nos Estados Unidos. Não haverá provas no Canadá.

Os eventos irão adotar a tática de bolha e de separação de eventos para evitar aglomerações. Em Park City, por exemplo, o Bobsled 2-Man acontecerá entre 15 e 17 de janeiro. Já o 4-Man e o 2-Woman entre 21 e 23 e o Skeleton entre 26 e 28 do mesmo mês.

Nicole Silveira mostra evolução na caminhada pela vaga olímpica no skeleton
Nicole Silveira prepara seu trenó antes da Copa do Mundo de Skeleton em Innsbruck (Viesturs Lacis/IBSF)

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