A partir deste sábado, 20 de novembro de 2020, o Brasil passa a integrar a elite de mais um esporte de inverno. A atleta Nicole Silveira vai representar o país na abertura da Copa do Mundo de skeleton. A competição será em Sigulda, na Letônia, às 5h no horário de Brasília (10h no horário local).
A brasileira vai ser a terceira competidora a descer na primeira bateria. Na sequência já acontece a segunda descida que determina a classificação final das atletas. A prova terá transmissão no canal oficial da IBSF (Federação Internacional de Bobsled e Skeleton) no YouTube. É possível conferir aqui e aqui.
“Essa temporada vai ser bem importante para meu desenvolvimento. As primeiras duas etapas da Copa do Mundo vão ser interessantes pois é uma posta mais difícil e onde nunca tive a oportunidade de descer. Me sinto feliz por ter conseguido essa vaga. Vai ser um grande passe para o ano olímpico”, comentou a atleta via CBDG.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK
Esta é a primeira vez que o Brasil terá um representante na elite do skeleton. A competição é destinada aos melhores atletas do ranking internacional. Presente na modalidade desde 2018, Nicole participa ativamente da Copa América e esteve presente nos Mundiais de 2019 (25ª colocada) e 2020 (24ª).
Antes dela, o Brasil integrou a elite da modalidade em apenas duas oportunidades no Campeonato Mundial masculino. Em 2015, Gustavo Henke foi o 33º. Em 2011, Emílio Strapasson ficou em 30º. Emílio, aliás, é quem mais se aproximou da vaga olímpica, ficando a poucas posições dos Jogos Olímpicos de Vancouver, em 2010.
Classificação olímpica inédita no skeleton é possível
A evolução rápida de Nicole Silveira ajuda, mas há outro fator que faz o sonho olímpico ser real: o aumento de vagas no skeleton feminino. A partir dos Jogos de Pequim-2022, a modalidade vai classificar 25 atletas em vez de 20 como era até PyeongChang-2018.
Se o ranking pré-olímpico considerasse a última temporada, encerrada em março de 2020 antes da pandemia de Covid-19, a brasileira estaria em boas condições. Com 480 pontos e na 39ª colocação no ranking da IBSF, seria a primeira na lista de realocações – algo bem provável de acontecer.
Isso porque apenas dois países podem levar três atletas e seis países podem garantir até duas competidoras. Assim, a lista costuma rodar bastante até o meio da classificação. Mas o período pré-olímpico para os Jogos de Inverno de 2022 começou em 15 de outubro. Assim, a abertura da Copa do Mundo de skeleton já conta pontos para o ranking.
Uma vida dedicada ao esporte
Nicole Silveira dedicou grande parte de seus 26 anos de vida ao esporte. Quando criança, fez aulas de dança, ginástica olímpica e praticou rúgbi e vôlei na escola. Aos 14 anos, migrou para o futebol e seguiu na modalidade por nove anos. Conseguiu duas bolsas em universidades canadenses, onde reside até hoje.
+ O BRASIL ZERO GRAU TAMBÉM ESTÁ NO TWITTER, NO FACEBOOK E NO INSTAGRAM! SIGA!
Contudo, começou a praticar fisiculturismo e pegou gosto – chegou a ficar na sexta colocação do campeonato canadense da modalidade. Mas em 2017, quando conciliava o esporte com o trabalho em uma loja de suplementos, recebeu o convite para integrar a equipe feminina de bobsled comandada por Heather Paes. O objetivo era buscar uma vaga para o Brasil em PyeongChang-2018.
A classificação olímpica não veio, mas o universo dos esportes de gelo a cativou. “Nunca gostei de atividades de adrenalina, mas por algum motivo eu amei essa sensação”, comentou ao Brasil Zero Grau em 2018. No mesmo ano, ela aceitou o convite de Matheus Figueiredo, presidente da CBDG, e passou a treinar o skeleton. Desde então, está quebrando paradigmas e obstáculos nos esportes de inverno do Brasil.