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Esportes de Gelo

Ideia de ‘bolha’ nas competições de inverno ganha força

Proposta de uma “bolha” nas principais competições de inverno ganha força para salvar temporada das modalidades de neve e gelo

Equipe feminina dos Países Baixos: país é a principal potência da patinação de velocidade e pode ser escolhido como sede da "bolha" (Christian Kaspar-Bartke/ISU)

Colocar os atletas de uma modalidade em uma única região e realizar ali todas as competições é a tática encontrada pelas entidades esportivas para combater a pandemia de Covid-19. A ideia da “bolha”, porém, não ficou restrita às modalidades de verão e começa a ganhar força nas competições de inverno.

A mais recente tentativa partiu da ISU (União Internacional de Patinação). Para garantir a realização das etapas da Copa do Mundo de Patinação Velocidade, a entidade convocou um grupo de trabalho em 4 de novembro de 2020. O objetivo? Analisar a possibilidade de montar uma “bolha” nos Países Baixos, principal potência desta modalidade.

“Embora tenha decidido em setembro que a implementação do conceito de hub na patinação de velocidade em novembro e dezembro de 2020 fosse prematura, o Conselho concluiu que pode ser uma opção válida para atingir o objetivo de proporcionar aos patinadores as melhores oportunidades possíveis de competir internacionalmente, desde que a saúde e a segurança possam ser garantidas”, escreveu a ISU.

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Diversas iniciativas semelhantes são adotadas nas principais competições de inverno. No Bobsled e Skeleton, por exemplo, acontecerão etapas duplas em Sigulda, na Letônia, e Innsbruck, na Áustria. A FIS (Federação Internacional de Esqui) reduziu a quantidade de etapas na elite e monta estratégia de deslocamento mínimo para os atletas.

A proposta de uma “bolha” ganhou força com a iniciativa bem sucedida da NBA. A liga norte-americana realizou o restante da temporada regular e os playoffs na Flórida sem registrar qualquer caso de Covid-19 em três meses. Desde então, a iniciativa foi copiada por diversas entidades, incluindo o Comitê Paralímpico Brasileiro.

No caso dos esportes de inverno, é uma solução para manter o cronograma do período pré-olímpico. A maioria das modalidades já está contando pontos para o ranking internacional. Portanto, quanto mais eventos tiver, mais chances os atletas terão de alcançar seus objetivos para Pequim-2022.

Competições de inverno precisam de atenção com ‘bolhas’

A proposta de uma bolha para a Copa do Mundo de Patinação de Velocidade pode ser uma alternativa viável, mas em outras competições de inverno é preciso ter maior cuidado e atenção. Alguns esportes dependem da diferença de terrenos, pistas e condições climáticas para serem competitivos.

No Bobsled, Skeleton e Luge, por exemplo, um dos critérios de classificação aos Jogos Olímpicos é participar de oito provas, em cinco pistas diferentes e em três países. No hóquei no gelo, o número de ginásios disponíveis deve ser maior do que no basquete, uma vez que leva tempo para preparar o gelo antes de cada partida.

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Nas modalidades de neve, cada resort possui um tipo de terreno e há grande influência da temperatura externa no tipo de neve. Sem falar, evidentemente, no tempo de preparação da pista – há diferenças nos percursos dentro da mesma modalidade, como o slalom (categoria mais técnica) e downhill (categoria mais rápida) no esqui alpino.

Brasileiros da patinação de velocidade seguem em treinamento

Enquanto as competições de inverno seguem se adaptando ao novo coronavírus, os atletas brasileiros buscam treinar como podem. Na patinação de velocidade, por exemplo, João Victor da Silva aguarda novidades relacionadas à categoria júnior enquanto treina em Inzell, na Alemanha.

Ele está lá desde o fim de setembro de 2020.  Aos 19 anos, João detém todos os recordes nacionais júnior na patinação de velocidade e os recordes adultos no 1500 m, 3000 m e 5000 m. O objetivo nesta temporada é melhorar ainda mais seus tempos e tentar disputar alguns eventos internacionais, se o calendário permitir.

Já Larissa Paes e Eder Lopes estão em Salt Lake City, nos Estados Unidos. Ela é a única atleta feminina da equipe brasileira e também almeja melhorar seus tempos nesta temporada. Já ele integra a equipe brasileira de patinação sobre rodas e inicia a transição para o gelo dentro do programa desenvolvido pela CBDG.

Larissa Paes participa de competições de inverno na patinação de velocidade
Larissa Paes, da equipe brasileira de patinação de velocidade, participa de prova nos EUA (instagram/icebrasilspeed)

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