Em uma situação normal, a equipe brasileira de bobsled e skeleton já estaria na América do Norte para treinar e disputar provas do circuito internacional. Contudo, a pandemia de covid-19 fez com que a temporada ficasse restrita praticamente às pistas europeias. Uma situação que atrapalha – e muito – a preparação brasileira.
Ainda que a segunda onda da doença no continente preocupe diversas modalidades, a princípio o calendário internacional das duas modalidades segue inalterado. Sigulda, na Letônia, e Innsbruck, na Áustria, recebem etapas duplas em 2020. Depois, em 2021, provas em Winterberg e Königssee, na Alemanha, em Saint Moritz, na Suíça, e o evento-teste dos Jogos de Pequim-2022 em Yanqing, na China.
Nem mesmo a Copa América, realizada nas quatro pistas localizadas na América do Norte, está confirmada. No calendário provisório, a disputa teria duas em vez das quatro etapas tradicionais e aconteceria em janeiro de 2021. Entretanto, o evento ainda não foi oficializado pela federação internacional.
Por conta da proximidade geográfica, o Brasil possui experiência, conhecimento e bom relacionamento com a estrutura canadense e norte-americana no bobsled e skeleton. Isso permite que os atletas nacionais possam realizar treinamentos de ponta e participar de provas válidas para o ranking internacional sem ter que cruzar o Oceano Atlântico.
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Diante deste novo cenário, dois problemas surgem para a delegação brasileira. O primeiro deles é o custo. Além das viagens, é preciso transportar os trenós que estão nos Estados Unidos por alguns milhares de dólares (ou alugar equipamento por lá). A segunda questão é a preparação: os pilotos brasileiros têm pouca experiência prática nas pistas europeias.
Mas sem ter onde competir no continente americano, é preciso embarcar à Europa se quiser a vaga aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022. O período de classificação no bobsled e skeleton começou em 15 de outubro e os atletas devem participar de pelo menos três provas nesta temporada para ficarem elegíveis.
Pandemia não impediu rotina de treinos dos brasileiros
A desvantagem de competir na temporada europeia é financeira e estrutural, mas não de treinamentos. O avanço do novo coronavírus não impactou de forma significativa a preparação dos atletas brasileiros, que conseguiram manter as mesmas atividades em relação à elite das modalidades.
Isso ocorre porque todas as pistas de bobsled e skeleton fecham entre abril a outubro (justamente o início e o desenvolvimento da pandemia). Ou seja, é o período em que todos os competidores treinam exclusivamente a parte física e, em alguns casos, as técnicas de largada com pistas de push.
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A equipe brasileira de bobsled, por exemplo, manteve a preparação física e, nas próximas semanas, incluirá exercícios de potência no cronograma. Nicole Silveira, do skeleton, e Marina Tuono, do monobob, moram na América do Norte e prosseguiram com suas atividades ao longo da pandemia, aguardando a liberação das provas no calendário internacional.
Bobsled e Skeleton dos EUA competem apenas em 2021
O calendário europeu não afeta apenas o Brasil, mas também os Estados Unidos, uma das potências da modalidade. A equipe norte-americana de bobsled e skeleton anunciou no início de outubro que só vai participar de competições oficiais a partir de janeiro de 2021. Até lá, os atletas mantêm os treinamentos físicos.
O objetivo da medida é preservar a rotina dos atletas e garantir o mínimo deslocamento possível neste momento. “Para minimizar as viagens, reduzir os períodos de quarentena e fornecer um ambiente mais seguro possível, os Estados Unidos não competirão na Europa na primeira metade da temporada”, explica nota divulgada à imprensa.
Em novembro, a equipe dos Estados Unidos vai realizar testes e treinamentos em suas duas pistas oficiais (Lake Placid e Park City). A ideia é montar os conjuntos que competirão na sequência da temporada. O anúncio dos selecionados vai ser em 16 de dezembro. Depois, o país deve participar da terceira etapa da Copa do Mundo das modalidades em Winterberg, na Alemanha, entre 4 e 10 de janeiro.