Beatriz Ferreira, que já conquistou o ouro nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba e diversas medalhas em 2018, compartilhou os anseios em ser a aposta do boxe brasileiro para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
“Tem hora que dá um friozinho, uma pressão. Mas é o meu sonho, eu estava pensando em Tóquio desde 2016”, contou a pugilista em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
“Estou bem focada e levo como um incentivo, uma força. Eu estou defendendo o meu país, e isso me dá força. Não é só a minha vontade, eu estou levando a vontade de muita gente. Eu estou bem, estou com muita garra, acreditando em mim”, completou.
Na Rio 2016, Bia foi convidada a compor um seleto grupo de 20 atletas no projeto Vivência Olímpica, do Comitê Olímpico do Brasil (COB), que visava preparar uma geração com chances de competir em Tóquio 2020. Antecipar a experiência em um ambiente olímpico foi fundamental para a confiança da atleta.
“A gente teve palestras, conhecemos vários atletas que estavam participando da Olimpíada, conhecemos a Vila, conhecemos a Casa Japão… A gente conviveu com eles o nervosismo, recebemos roupa, como se a gente tivesse competindo”, relembrou.
Além de Bia, Emily Rosa Figueiredo (levantamento de peso), Joílson de Brito Ramos Júnior (luta greco-romana), Maria Paula Mangabeira Heitmann (natação), Marcelo da Silva Costa Filho (tiro com arco) e Gabriel Bastos Pereira (vela), Andrea Santos de Oliveira (canoagem velocidade), Anderson Ezequiel de Souza Filho (ciclismo BMX), Gabriela Paczko Bozko Cecchini (esgrima), Ângelo Dias de Assumpção e Thaís Fidélis dos Santos (ginástica artística), Nathália Castelan Brigida e Rafael Godoy de Macedo (judô), Felipe Ribeiro de Souza (natação), Edival Marques Quirino Pontes (taekwondo), Manoel Messias dos Santos Júnior (triatlo), Eduarda Santos Lisboa e Ana Patrícia Silva Ramos (vôlei de praia), Mikael de Jesus e Paulo André Oliveira (atletismo) participaram do projeto.
“Depois que eu participei do Vivência, em 2017 tudo mudou. Eu tinha um objetivo traçado, eu queria aquilo ali, eu queria participar de uma Olimpíada”, acrescentou Bia.
Boxe em Tóquio 2020?
Com a Associação Internacional de Boxe (AIBA) enfrentando problemas de gestão, o Comitê Olímpico Internacional (COI) voltou a abordar a possibilidade da modalidade ser excluída dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. O fato espanta os atletas, que vivem em função dessa ambição.
“No início, quando a gente soube, ficamos assustados, com medo, porque o sonho de todo atleta é participar de uma Olimpíada. Se o boxe sai, eu acho que muita gente vai ter que parar, porque não vai ter verba para nada e vamos ter que fazer outra coisa”, analisou Bia Ferreira.
“Mas a comissão falou que não é para a gente se preocupar, que é para continuar focado, para não deixar isso atrapalhar o nosso treino. Então não estamos pensando nisso, vamos deixar eles resolverem”, completou.