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Por punição, Bia Ferreira quase desistiu de carreira no boxe

Bia Ferreira, da categoria -60kg, tem marcado o cenário do boxe brasileiro. Conheça a história da atleta que está colecionando medalhas de ouro!

Filha de Raimundo Ferreira, ex-pugilista e conhecido como “Sergipe” no meio do boxe, Beatriz Ferreira, de 25 anos, tem marcado o território da modalidade no Brasil. Com o “esporte no sangue”, a atleta nem se recorda como ou quando começou a praticar.

“Eu não lembro de ter aprendido a treinar boxe, eu lembro de já saber. Dizem minha mãe e meu pai que, com quatro ou três anos, eu escutava o barulho e eu queria descer”, relembra a pugilista em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, contando da academia do pai no andar debaixo da própria casa. “Ele dava aula para os meninos do bairro e eu sempre queria ficar lá com ele”, completou.

Bia Ferreira com o pai, Raimundo – Foto: Arquivo Pessoal

Beatriz Ferreira, ou Bia, tem parte da sua história em Salvador, e parte em Juiz de Fora. Na Bahia, a atleta viveu até os 13 anos de idade. Já em Minas Gerais, até os 17, quando voltou à capital baiana com a mãe. Em seis meses sem treinar boxe, Bia percebeu que o esporte era essencial e, então, voltou a morar com o pai, onde poderia praticar uma de suas maiores paixões.

“Eu não consegui ficar sem treinar boxe e pedi para morar com o meu pai, voltar para poder treinar. E foi quando voltei, comecei a trabalhar com boxe e dei aulas”, contou.

Depois disso, com a ajuda de um treinador do pai, Bia Ferreira disputou a primeira luta oficial no boxe. Com 21 anos, a pugilista participou do 12º Campeonato Brasileiro de boxe feminino elite, em 2014. Logo no primeiro desafio, um nocaute.

O que a atleta não esperava, porém, era que os desconhecidos fossem atrás do seu histórico e descobrissem uma luta de Muay Thai na carreira, que a desclassificaria da competição nacional e acarretaria em uma punição de dois anos. “Eu fiquei muito triste, me abalou, eu quase desisti do boxe”, disse.

Entretanto, ainda em 2014, Bia disputou e venceu os Jogos Abertos, fato que não deixou a boxeadora abandonar o sonho. “Aquilo me empolgou de novo e resolvi não parar, é isso o que eu gosto, é isso o que eu quero”.

 

Seleção brasileira

Bia Ferreira no Belgrado Winner – Foto: Reprodução/Instagram

Mesmo sem poder disputar o Campeonato Brasileiro entre 2015 e 2016, Bia Ferreira chamou a atenção da comissão técnica da seleção brasileira de boxe, que convidou a atleta a colaborar com os treinamentos da pugilista Adriana Araújo, que competiu nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Com o convite feito, Bia deixou Juiz de Fora e veio para São Paulo no final de 2015, onde fez testes durante nove meses até ser aceita em definitivo e entrar na equipe da elite do boxe brasileiro.

Já de volta às competições oficiais, na última temporada, Bia disputou os primeiros torneios internacionais da carreira, conquistando o ouro no tradicional Belgrado Winner e no Campeonato Continental – relembre aqui as conquistas da atleta no ano passado. Como disse a própria pugilista: “2017 foi o meu ano”. “Estou colecionando ouro”, finalizou. Com a atleta na delegação, inclusive, o boxe brasileiro estreia nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba nesta sexta-feira (1).

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