Beatriz Ferreira foi a grande estrela da estreia do Sem Limites bem na semana em que vai lutar pelo cinturão da Federação Internacional de Boxe. Durante o talk show do Olimpíada Todo Dia, a boxeadora, que esteve acompanhada do técnico Mateus Alves, revelou a estratégia adotada para enfrentar e vencer no sábado, 27 de abril, a argentina Yanina Del Carmen Lescano e conquistar o seu primeiro título profissional.
“Estou pronta, estou muito confiante. Nesse cara (aponta para o Mateus) eu confio demais, ele sabe muito e sabe onde pode exigir mais, onde ele pode dar uma relaxada e eu confio muito no trabalho de toda a equipe. Eu não deixo a desejar nos treinos para poder só me divertir no ringue. Eu vou continuar fazendo essa história e vou trazer esse cinto com certeza”, confia Beatriz Ferreira.
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Como ela está levando simultaneamente a carreira olímpica com a profissional desde 2022, Beatriz Ferreira precisa fazer algumas adaptações em seu treinamento para chegar pronta para a disputa do cinturão. “Tem uma leve diferença na mobilidade de pernas porque é menos intenso o ritmo de volume de golpes entre o profissional e o olímpico e sempre focado em machucar a adversária, buscar mais o nocaute, que no boxe olímpico não é tão comum porque é uma luta rápida e tem protetor de cabeça no feminino”, explica Mateus Alves.
TREINO PESADO DE FORÇA
Por conta dessas diferenças, Beatriz Ferreira precisou trabalhar mais a força para ganhar pegada nos golpes e conseguir derrubar a adversária. “Muito treino de força, muito treino de encaixe de golpe, que a gente faz no olímpico, mas não é tão focado nisso. E o profissional exige muito disso. Então, foi dureza”, contou a boxeadora.
Para chegar bem preparada para enfrentar a argentina Yanina Del Carmen Lescano, Beatriz Ferreira trabalhou também com as companheiras de seleção brasileira como sparrings e usou a estrutura da equipe para estudar a adversária. “A gente utilizou uma estrutura da equipe olímpica, que é a Paula Vakian, analista de dados do Comitê Olímpico (do Brasil), onde ela faz um estudo da adversária, faz análise estatística, parte de escalte, tanto das lutas anteriores da Bia quanto da adversária. Tem um software para analisar as lutas. Tem toda uma preparação para analisar os erros da adversária, os nossos erros em lutas anteriores. Realmente, tem muito estudo sim para chegar no dia 27 e fazer o que tem que ser feito”, explicou Mateus Alves.
“É um time pesado que eu tenho. A gente pensa em tudo, vai analisando cada detalhe para poder ter também uma referência no que trabalhar, no que melhorar, no que não precisa tanto que a gente está confiante naquilo ali”, completa Beatriz Ferreira, que acredita que seu estilo de luta tem tudo para encaixar com o de Yanina Del Carmen Lescano.
A ADVERSÁRIA
“É uma adversária que a gente tem que ter um pé atrás. Ela já está fazendo boxe profissional há um tempo. Todas as adversárias eu levo com um grau de importância surreal. Acho que ninguém é bobo. Mas eu acho que meu jogo vai encaixar legal com o dela por tudo o que a gente vem planejando. Ela é uma adversária mais alta e eu gosto de adversárias altas. Então eu acho que eu vou conseguir aplicar tudo o que a gente vem treinando para buscar esse cinto. Eu não vou deixá-la confortável”, promete Beatriz Ferreira.
Se vencer a luta de sábado, Beatriz Ferreira vai ser a primeira medalhista olímpica brasileira a ganhar também um cinturão. Além disso, ela busca ser a primeira da história, tanto no masculino quanto no feminino, a faturar no mesmo ano uma medalha olímpica e um cinturão do boxe profissional.