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Santiago 2023

Mulheres impulsionam campanha histórica do boxe

Conquistando todos os ouros do Brasil na modalidade, mulheres abrilhantam grande campanha do boxe em Santiago-2023

Jucielen Romeu, do Boxe, comemora vitória nos Jogos Pan-Americanos de Santiago
(Foto: Miriam Jeske/COB)

Até 2019, o boxe feminino do Brasil tinha apenas uma pugilista campeã dos Jogos Pan-Americanos: Bia Ferreira. Mas se ela estava sozinha na galeria das medalhistas de ouro da modalidade no país, Bia ganhou companhia este ano em Santiago-2023, com as brasileiras indo ao pódio em todas as categorias femininas no Chile. Ao todo, foram quatro medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze.
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No total, o boxe brasileiro teve uma grande campanha nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, conquistando 12 de 13 medalhas possíveis, além de nove vagas nos Jogos Olímpicos de Paris. Mas o grande destaque fica pela equipe feminina do Brasil que levou todos os ouros do país na modalidade. O primeiro veio com Bia Ferreira, que tornou-se bicampeã do Pan. “Missão dada é missão cumprida. Saio daqui mais leve e muito feliz não só com o meu desempenho, mas com o de toda equipe”, afirmou a bicampeã.
+ Bia Ferreira é bicampeã dos Jogos Pan-Americanos no boxe
+ Naka, Bynha e Jucielen vencem suas finais e levam o ouro em Santiago
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Outra “veterana” da equipe subiu no topo do pódio em Santiago. Jucielen Romeu havia levado a medalha de prata em Lima-2019. Mas quatro anos depois, a pugilista paulista conseguiu melhorar sua colocação final e ganhar a tão sonhada medalha de ouro. “Estou muito contente e realizada mesmo. Agora é continuar e focar para Paris. Todos campeonatos que fizermos a partir de agora serão focados nos Jogos Olímpicos”, comentou a atleta que ficou em quinto lugar em Tóquio-2020 e vai em busca da medalha olímpica.

Estreantes fazem bonito no Pan

Das seis mulheres pugilistas do Brasil em Santiago, apenas Bia Ferreira e Jucielen Romeu já tinham participado dos Jogos Pan-Americanos Anteriormente. As outras quatro atletas competiram pela primeira vez no evento e logo na estreia saíram com uma medalha no peito.

Uma dessas boxeadoras foi Caroline “Naka” de Almeida. Ela fez uma grande campanha em Santiago, vencendo a colombiana Ingrit Valencia, atual vice-campeã olímpica da sua categoria na semifinal. Com a principal adversária superada, a pernambucana se divertiu no ringue para levar o ouro. “Foi a realização de um sonho. Vim com o objetivo de classificar e consegui ao passar pela Ingrit que é uma atleta muito dura. Na final eu só fui feliz no ringue, consegui boxear no meu estilo e trocar a medalha de prata pela de ouro para chegar firme e forte em Paris. Porque hoje eu sou a melhor das Américas”, afirmou a atleta.

Já um dos desempenhos mais impressionantes nas finais foi o de Bárbara dos Santos, a Bynha. Após um primeiro round equilibrado, a baiana partiu para cima de sua adversária, tendo uma das vitórias mais contundentes das finais do boxe nos Jogos Pan-Americanos. “Eu vim muito focada em conquistar o ouro e consegui. A disciplina, a dedicação e os treinos diários que me trouxeram aqui e só tenho a agradecer”, declarou a atleta que comemorou sambando em cima do ringue após ganhar a medalha dourada.

Tati e Viviane também vão ao pódio

Tatiana Chagas também avançou até a final do Pan de Santiago, conquistando a medalha de prata e a vaga olímpica. “Estou muito feliz, apesar que o ouro não veio. Mas consegui me classificar, então essa medalha tem gosto de ouro. Agora é continuar o foco até Paris e treinar muito”, falou a baiana que além do boxe, também vai treinar o seu francês até o ano que vem: “Já sei falar Bonjour! Mas até lá aprendo outras palavras”, brincou.

Quem ainda vai precisar confirmar sua vaga nos Jogos Olímpicos de Paris é Viviane Pereira. Ela levou o bronze na categoria até 75kg, mas o seu peso só dava a classificação para as duas finalistas. Agora, a atleta terá que buscar a vaga na Olimpíada através de dois torneios pré-olímpicos que acontecem no início do ano que vem.

Mateus Alves faz um balanço da campanha brasileira

Head coach da seleção brasileira de boxe, Mateus Alves avaliou positivamente o desempenho brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. “Estou muito satisfeito, essa equipe feminina é monstruosa. Estados Unidos sempre foi a potência no feminino. Eles tiveram três ótimas gerações com Claressa Shields, Mikaela Mayer e que não tinha como ganhar, eram muitas meninas boas. Agora eles estão em uma entressafra. Então agora o Brasil, ao lado da Colômbia são as potências do feminino no continente. E não é só porque elas pioraram. O Brasil também evoluiu.”, analisou Mateus

Apesar da alegria com o alto número de medalhas, o treinador não saiu 100% satisfeito, já que gostaria que o time saísse do Chile com pelo menos um ouro no masculino. “Estou sofrendo porque não tenho esse ouro masculino. Em Lima tivemos duas pratas e um bronze e aqui quatro pratas e dois bronzes. Só falta para mim como técnico o ouro masculino pan-americano. E eu não vou sossegar enquanto não tiver essa medalha.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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