O Brasil encerrou sua participação no Mundial de boxe masculino, em Tashkent, no Uzbequistão, na última semana, com duas medalhas. O país levou sete atletas à competição e faturou uma prata com Wanderley Pereira (75kg) e um bronze com Wanderson de Oliveira (71kg), igualando sua melhor campanha na competição em número de pódios. Já em solo brasileiro após a participação no evento, os medalhistas e a comissão técnica avaliaram o desempenho de forma positiva e projetaram a sequência da temporada.
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“No geral, o desempenho foi excepcional. Na verdade, beiramos algumas medalhas a mais e tínhamos algumas expectativas, mas nem tudo no esporte é o que a gente prevê. Conseguimos uma medalha de um atleta que surpreendeu, que é o Wanderley. Ele não tinha uma medalha de expressão antes e logo no Mundial, pega uma medalha prata. E tem o Shuga que passou a barreira da medalha de bronze. O desempenho dos outros também foi muito bom e mostra que nós podemos esperar coisa boa para frente”, disse o presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe), Marcos Brito.
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Medalhas inéditas
Natural de Conceição do Almeida, na Bahia, Wanderley Pereira tem 22 anos de idade e participou do Mundial de boxe pela segunda vez. Em sua primeira aparição, em 2021, perdeu na estreia. Desta vez, ele competiu na categoria até 75kg e teve uma grande trajetória para conquistar a medalha de prata, vencendo quatro lutas, incluindo atletas de países de tradição no boxe, como Cazaquistão e Uzbequistão, e perdendo a final para o cubano Yoenlis Hernández.
“Essa medalha representa um trabalho bem feito e significa que eu estou no caminho certo. O que estou fazendo está dando certo, vamos continuar e buscar melhores resultados. Meu desempenho poderia ter sido melhor com a medalha de ouro, mas foi bom. Dedico essa medalha à minha família e aos meus amigos, que sempre me apoiaram, me ajudaram e fazem de tudo para que eu continue seguindo atrás do meu sonho”, disse Holyfield, como é conhecido.
O pódio de Shuga
Depois de bater na trave em duas oportunidades, Wanderson de Oliveira enfim foi ao pódio do Mundial. Ele havia parado nas quartas de final nas duas últimas edições do campeonato, em 2019 e em 2021, ficando assim a uma luta da medalha. Na Olimpíada de Tóquio-2020, o carioca de 26 anos também terminou em quinto lugar e ficou no “quase”. Desta vez, porém, Shuga foi consistente em sua campanha na categoria até 71kg e superou atletas do Quirguistão, de Belarus e da Geórgia, até cair na semifinal para o uzbeque Saidjamshid Jafarov.
“Essa medalha eu dedico para a minha mãe. Já tem três anos que ela faleceu, mas mesmo assim eu sinto ela comigo, nunca morreu no meu coração”, falou Shuga, emocionado. “Não só nessa competição, mas também nas outras, já vemos tendo um desempenho muito bom. Para a sequência, é focar nos erros que tivemos para mudar a cor da medalha. Também focar no Pan-Americano, em outubro, para conseguir a vaga olímpica”, completou o brasileiro, já projetando a sequência da temporada.
Próximas metas
Com uma prata e um bronze, o Brasil chegou à marca de duas medalhas conquistadas em uma edição de Mundial de boxe masculino pela terceira vez na história, repetindo os desempenhos de 2011 (Everton Lopes, ouro, e Esquiva Falcão, bronze) e 2013 (Robson Conceição, prata, e Everton Lopes, bronze). Além da disputa masculina, o país também participou do Mundial Feminino em março, obtendo um ouro com Beatriz Ferreira (60kg) e um bronze com Barbara Santos (70kg).
Encerrados os Mundiais, a Equipe Olímpica Permanente agora volta suas atenções para a próxima grande competição do ano: os Jogos Pan-Americanos Santiago-2023, que acontecerão de 20 de outubro a 05 de novembro. No caso do boxe, o evento distribuirá vagas para a Olimpíada de Paris-2024 e, por isso, terá um peso maior. Cada categoria masculina classificará dois atletas, enquanto a distribuição das vagas no feminino vai variar em cada categoria, de duas a quatro cotas.
“Encerramos com um desempenho satisfatório o Mundial de boxe masculino, no Uzbequistão. As duas medalhas eram uma meta numérica. Poderíamos ter passado essa meta esse ano, mas estamos satisfeitos com esse resultado”, avaliou Mateus Alves, head coach da seleção brasileira. “O nosso próximo evento é no final de outubro, com os Jogos Pan-Americanos, que é classificatório olímpico. Vamos com uma expectativa de classificar de cinco a sete atletas”, projetou.