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Tremor de terra assusta seleção brasileira em Guayaquil

Terremoto a 470 km de distância de Guayaquil causa tremor forte no hotel da seleção brasileira de boxe e assusta atletas e membros da comissão técnica

terremoto assusta seleção brasileira de boxe em Guayaquil
Após sentiram o terremoto, atletas da seleção brasileira de boxe esperam na rua a autorização para voltar em segurança para o hotel (Mateus Alves)

O relógio marcava 23h28 da noite em Guayaquil, 1h28 da madrugada no horário de Brasília, quando o hotel que abriga a seleção brasileira de boxe, que disputa na cidade o Campeonato Continental das Américas, começou a balançar por causa dos reflexos de um terremoto de magnitude 6,2 pontos, que teve como epicentro a costa da cidade de Esmeraldas, que fica a 470 km de onde estão os pugilistas.

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O hotel precisou ser evacuado e todos os hóspedes ficaram cerca de 30 minutos do lado de fora até serem autorizados a voltar para seus quartos. “Eu estava lendo um livro sentado na cama e tremeu muito. O meu quarto balançou de um jeito que o abajur começou a tremer e parecia que ia cair da escrivaninha. O banheiro fazia um barulhão de água porque o vaso balançava. Deu para ouvir uma gritaria do lado de fora, todo mundo saindo correndo para o corredor. Em seguida tocou o alarme e veio um cara com megafone, mandando todo mundo descer porque o medo era que pudesse haver uma réplica do tremor. Todo mundo desceu correndo as escadas. Foi uma loucura! Tinha gente de pijama, de cueca”, descreve Mateus Alves, técnico da seleção brasileira. “Eu ainda coloquei uma calça, uma camiseta, um chinelo e desci tranquilo”, afirmou o treinador, mas esta não foi a reação mais comum que foi vista depois do tremor. “Tiveram vários atletas que desceram fazendo escândalo! Depois, no final, todo mundo deu risada, mas foi um susto”.

Em seus stories no instagram, o campeão olímpico da Juventude em Buenos Aires-2018 e vice campeão mundial de boxe em 2021, Keno Marley registrou tudo. É possível ver a correria dos hóspedes descendo as escadas por causa do terremoto e as pessoas esperando a autorização para voltar para os quartos na frente do hotel.

De volta a sua cama, depois de todo o susto, Keno Marley pergunta a Isaías Filho, seu companheiro de quarto. “Que loucura! E agora para dormir, Isaías?”, pergunta Keno ao parceiro, que responde. “Medo da p…! Medo de tudo tremer de novo”.

Depois, mais calmo, Keno Marley explicou como tudo aconteceu na visão dele. “A gente está no décimo andar e balançou muito. Primeiro eu achei que eu estava vendo coisa. Mas quando começou a balançar forte, eu resolvi chamar o cara (Isaías) porque se realmente fosse para cair, pelo menos o cara ia morrer acordado”, brincou com o amigo. “E vi que tem um alerta de tsunami, mas, com fé em Deus, vamos dormir”, se despediu Keno Marley em vídeo publicado por volta de 2h da manhã no horário de Brasília.

Não foi a primeira experiência do técnico Mateus Alves com um terremoto, mas foi disparada a mais forte de todas. “Foi sinistro! Eu já tinha passado por isso uma vez no Chile em 2014 nos Jogos Sul-Americanos, mas foi bem menor. Foi só uma sensação. Não tem comparação. Esse balançou mesmo. Senti o prédio balançando de um lado para o outro”, relatou.

Segundo o Instituto Geofísico do Equador, o ponto exato do terremoto foi no Oceano Pacífico a 23,02 km da costa de Esmeralda a 10 km de profundidade. Apesar do susto, a seleção brasileira segue a missão de conquistar o maior número de pódios possível no Campeonato Continental das Américas de boxe. Até agora, nove medalhas já estão garantidas e este número pode chegar 13. Sem mais tremores de terra, por favor, mas com terremoto de medalhas brasileiras.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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