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Após homenagem, medalhistas revelam que conquistas já mudaram suas vidas

Após medalhas em Tóquio, Hebert Conceição, Beatriz Ferreira e Abner Teixeira afirmam que a vida deles já mudou completamente com as conquistas

Menos de dois meses após conquistarem medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Hebert Conceição (ouro), Beatriz Ferreira (prata) e Abner Teixeira (bronze) foram homenageados no centro de treinamento da seleção brasileira de boxe, em Santo Amaro, bairro da zona sul de São Paulo. Sob o olhar atento e orgulhoso dos outros atletas da equipe e dos membros da comissão técnica, os três pugilistas tiveram suas conquistas imortalizadas com placas com suas fotos penduradas nas paredes do local. Esse tipo de homenagem virou tradição na modalidade desde que o país começou a acumular conquistas internacionais a partir da década passada.

O painel com fotos de todas as principais conquistas internacionais do Brasil servem também de motivação para os mais jovens. Hebert Conceição, Beatriz Ferreira e Abner Teixeira passaram por isso. Nas primeiras vezes em que pisaram no CT, olhavam encantados para os heróis, sonhando com o dia em que estariam ao lado deles. “Quando eu cheguei em 2021, eu olhava esses quadros e tudo isso me inspirava. Às vezes quando eu estava cansado, batendo num saco, eu olhava para cima, pensava ‘um dia quero colocar uma foto minha aqui’ e aquilo me dava motivação para eu continuar. E hoje eu olho eu tenho duas (fotos) e a reflexão que eu tenho é que por mais que pareça distante seu sonho sempre será possível se a gente levar a sério e trabalhar. Quando eu cheguei aqui em 2017 era muito distante para mim ganhar uma medalha importante, mas em tão pouco tempo eu consegui duas , uma no Mundial (bronze em 2019) e uma olímpica (ouro em Tóquio)”, comemora Hebert Conceição.

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“Quando eu cheguei aqui, eu fiquei admirando a galera que estava treinando, fiquei reparando quem estava nos quadros e, quando cheguei ali no que fala ‘quem será o próximo?’, fiquei pensando ‘será que eu vou ter?’. Falei para o treinador e brinquei que estava precisando embelezar. Daí em diante, quando eu vinha treinar, eu ficava olhando porque eu queria colocar minha foto ali. Eu quis tanto que consegui”, acredita Beatriz Ferreira. “Isso era um sonho porque eu olhava para os quadros e via os heróis do boxe brasileiro”, completa Abner Teixeira.

Além do orgulho de ver a foto de cada um deles entre os heróis do boxe brasileiro, os três medalhistas do boxe em Tóquio-2020 revelaram que, apesar do pouco tempo passado do momento em que subiram no pódio, suas vidas mudaram completamente. Primeiro pelo reconhecimento do público. Todos eles tiveram o número de seguidores nas redes sociais multiplicados. Hebert Conceição agora tem 251 mil, Beatriz Ferreira, 116 mil, e Abner Teixeira, 36,9 mil. Com tudo isso, novas oportunidades começaram a surgir e os atletas estão aproveitando para capitalizar.

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“Muita coisa mudou, me tornei um cara mais público, me tornei uma referência positiva para muitas pessoas, mas principalmente para os atletas da minha modalidade. É o que me deixa mais feliz. Mais do que nunca, além da medalha, o que fica também é o legado positivo que ela traz. Isso não tem dinheiro que pague”, explica Hebert Conceição.

“De 2017 (quando Bia virou titular da seleção) para agora, meu crescimento está nítido, eu acho que o amadurecimento também. Tudo o que o boxe está me proporcionando. Isso eu levo como um incentivo para conseguir mais coisas. Quero continuar nessa pegada positiva, continuar evoluindo, trazendo títulos e ajudando a crescer mais o esporte e terminar de concluir minha missão que é trazer essa medalha (de ouro) em Paris”, afirma Beatriz Ferreira.

Em termos de competição, Beatriz Ferreira e Abner Teixeira já voltaram a competir. Na semana passada, eles disputaram o Mundial Militar em Moscou, na Rússia. Enquanto Bia fez sucesso e conquistou o título de campeã, Abner foi surpreendido e acabou eliminado na primeira rodada. O objetivo agora é o Mundial da Aiba. O masculino está marcado para outubro, na Sérvia. Já o feminino ainda não está 100% confirmado, mas deve acontecer no final de novembro na Turquia.

Se Bia e Abner estão em atividade, Hebert Conceição vai usar o resto do ano para se recuperar de uma lesão na mão. O atleta competiu os Jogos Olímpicos com dores e teve que tomar infiltração para conseguir competir. Após a conquista da medalha de ouro em Tóquio-2020, a decisão foi de ficar de fora dos últimos torneios de 2021 para que o atleta possa se recuperar totalmente para voltar com tudo em 2022.

“Se você perguntar para todo atleta de modalidade olímpica qual é o sonho dele, ele vai falar que é ser campeão olímpico e eu, com 23 anos, consegui realizar o meu sonho de ser campeão olímpico, mas minha carreira não acabou. Minha carreira está no início. Eu preciso ter novos sonhos, novas metas para que alimente a minha vontade de continuar vencendo. Então, eu tenho sim o pensamento já em Paris. Tenho pensamento também em outras atividades no boxe, talvez boxe profissional, não sei ainda. Mas sabendo que, independente de boxe profissional ou olímpico, eu posso lutar a Olimpíada de Paris, isso me dá mais vontade de, quem sabe, conquistar outra medalha de ouro”, revelou o atleta já sonhando com o bicampeonato.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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