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‘Será o ciclo mais difícil de todos’, diz Mateus Alves sobre Paris-2024

Depois de sete medalhas nas últimas três Olimpíadas, Mateus Alves vê o ciclo até Paris 2024 como o mais difícil que o boxe vai enfrentar

Mateus Alves Bia Ferreira
Miriam Jeske/COB

O boxe brasileiro fez história nos Jogos Olímpicos de Tóquio com as conquistas de Hebert Conceição, Bia Ferreira e Abner Teixeira. Foi a modalidade que mais trouxe pódios do Japão para o país. As seguidas conquistas em Olimpíadas faz do esporte o segundo no ranking de medalhas desde 2012 e deixa o treinador Mateus Alves em alerta sobre o que está por vir saiba o que está por vir no ciclo até Paris-2024. “Será o mais difícil de todos até agora, sem dúvida disso. Precisamos nos preparar e melhorar para seguir no pódio”.

Desde 2012 o boxe brasileiro vem estabelecendo novos feitos. Nos Jogos Olímpicos de Londres, a modalidade quebrou um jejum de 44 anos e voltou ao pódio. Quadro anos mais tarde no Rio de Janeiro, Robson Conceição conquistou a primeira medalha de ouro do país em uma Olimpíada e em Tóquio o esporte teve seu melhor resultado na história com um ouro, uma prata e um bronze.

Miriam Jeske/COB

Para os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, Mateus Alves sabe que o desafio para seguir vencendo vai ser muito maior por uma série de fatores. “Não vou esconder, será o ciclo mais difícil de todos que já tivemos. Se para Tóquio tivemos um ano a mais, e conseguimos aproveitar muito bem ele, para Paris teremos um ano a menos. Além disso, temos outras questões a enfrentar. Provavelmente teremos que definir se um atleta subirá de categoria para Paris, que é o Keno. Tenho para Paris um grupo ainda jovem que já é vencedor e precisamos que eles entendam que é necessário sim mudar algumas coisas para melhorar ainda mais. Além disso, precisamos igualar algumas questões dentro do grupo e fazer com que ele seja ainda mais homogêneo. Temos menos tempo e mais trabalho”.

Trabalho, trabalho e mais trabalho

A cabeça por trás das medalhas do Brasil não tem medo de esconder que é apaixonado pelo seu trabalho e pelo boxe como um todo. Presente na comissão técnica da seleção brasileira permanente de boxe há mais de 10 anos, primeiro como assistente e como o treinador principal desde o início do ciclo para Tóquio, Mateus Alves costuma dizer que só existe um caminho para alcançar o que quer.

“Só o trabalho diário. De segunda a sábado estaremos no nosso local de treinos em Santo Amaro desde às 7h da manhã. Só o trabalho faz com que as medalhas consigam acontecer. São sete medalhas olímpicas e 14 em mundiais desde o começo da seleção olímpica permanente de boxe, em 2009. Não tem segredo, não tem milagre, não tem mídas com toque de ouro, não existe isso. É o trabalho de todos que faz com que isso aconteça e os atletas acreditarem nesse processo todo”.

Julio César Guimarães/COB

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Abrir mão para conquistar

O prcesso existe e já provou que dá certo. O apoio e a estrutura para treinos está lá para que todos utilizem da maneira correta. O que acaba sendo a diferença entre o pódio olímpico e o quase? Para Mateus Alves a resposta está na ponta da luva.

“A vontade de estar na equipe olímpica permanente. Temos três medalhas, tivemos mais duas chances de pódio em Tóquio, levamos sete para a Olimpíada e a diferença é que esses atletas quiseram e lutaram para chegar até onde chegaram. Temos um grupo de cerca de 20 atletas na nossa equipe treinando diariamente. Desde o começo do ciclo, lá em 2017, mais de 50 passaram pelo grupo e a diferença é que esses que estão conosco ainda e chegaram mais longe é que eles quiseram muito mais, acreditaram no processo. Estar aqui é abrir mão da família, de aniversário, feriado, estar com a mãe, com o pai, vir para outra cidade, outro estado. Esses três (Hebert, Bia e Abner) e os que estão conosco toparam essa parte mais sofrida e as conquistas vieram”.

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