Em poucos mais de quatro anos como titular da seleção brasileira de boxe, Beatriz Ferreira coleciona 27 pódios em 28 torneios, com 22 medalhas de ouro, entre eles o Mundial e os Jogos Pan-Americanos de 2019, quatro de prata e uma de bronze. No total de lutas, são 116 vitórias e apenas cinco. Invariavelmente a brasileira superou suas algozes depois de perder para elas. Faltava uma. Mira Potkonen, bronze nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, que havia vencido os dois encontros entre elas até hoje. Mas, neste sábado, tudo mudou! Bia não deu chances à adversária que estava engasgada, como ela disse no Pode Contar, e venceu por decisão unânime dos jurados e conquistou o bicampeonato do Torneio Strandja de boxe.
Primeira colocada do ranking mundial, Beatriz Ferreira reafirmou na Bulgária que ela é a grande favorita à medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio. A vitória incontestável sobre Mira Potkonen, medalhista olímpica e segunda do ranking, mostra isso.
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Beatriz Ferreira dominou a luta desde o começo e se manteve assim durante os três rounds. O reflexo foi que todos os cinco jurados deram vitória de 10 a 9 para a brasileira em todos os assaltos. Foi uma vitória categórica e incontestável sobre a antiga algoz, que se mantém em alto nível mesmo aos 40 anos de idade.
Mas não foi só a vingança sobre Mira Potkonen que mostra a força de Beatriz Ferreira. De toda a trajetória, que contou com vitórias por decisão unânime contra Chopra Shashi, da Índia, Agnes Alexiusson, da Suécia, e Yildiz Esra, da Turquia, a luta mais difícil foi contra a russa Nune Asatrian na semifinal.
Asatrian era a sensação do Torneio Strandja depois de ganhar da campeã mundial de 2018, a irlandesa Kellie Harrington, nas oitavas e da medalha de bronze de 2019, a americana Rashida Ellis nas quartas.
Mas a sensação russa não foi capaz de superar Beatriz Ferreira. Foi uma luta dura, é verdade. Asatrian teve seus momentos de superioridade, mas a brasileira conseguiu a vitória em decisão divivida por três votos a dois dos jurados.
Além da medalha de ouro de Beatriz Ferreira, o Brasil sai do Torneio Strandja com os bronzes de Viviane Pereira, que participou pela primeira vez de uma competição internacional, e de Luiz Oliveira.
A parada mais importante no caminho rumo a Tóquio acontece em maio, na Argentina, onde será disputado o Pré-Olímpicos das Américas, que vai definir quais brasileiros vão disputar a Olimpíada.