Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 16 de outubro do Diário de S. Paulo
Mike Tyson e Evander Holyfield foram dois dos maiores boxeadores de todos os tempos. No final dos anos 90, eles protagonizaram dois combates históricos pelo título mundial dos pesos pesados, sendo que em um deles, ocorreu a cena mais bizarra que o esporte já presenciou, a mordida de Tyson na orelha de Holyfield, em 1997.
E não é que 12 anos depois eles estarão novamente um diante do outro? Hoje, no programa da apresentadora norte-americana Oprah Winfrey, líder de audiência nos EUA, Tyson e Holyfield estarão juntos, ao vivo. Será o primeiro encontro dos dois desde o lamentável episódio.
Carreira no lixo
Difícil prever o que pode acontecer neste programa. Na época da famosa mordida, o ódio entre os lutadores era tanto que sairiam no tapa caso se esbarrassem na rua. Hoje, diante de milhões de espectadores, certamente trocarão amabilidades. Mais de uma década depois, o tempo certamente terá curado algumas feridas. Só não serviu para acalmar a alma conturbada de Tyson.
Dentro do ringue, poucos conseguiram mostrar a mesma força demolidora de Mike Tyson, uma verdadeira máquina de nocautear oponentes. Mas longe do esporte, sua vida foi sempre um drama permanente, a ponto de ter ficado três anos preso por uma acusação de estupro. Gordo, falido e destroçado emocionalmente — sua filha de quatro anos, foi encontrada morta em casa este ano —, Tyson tenta reconstruir sua vida. Se irá conseguir, é outra história.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo