O sobrenome deixa claro: esta família tem história no boxe brasileiro. Luiz Oliveira, mais conhecido como Bolinha, é neto do grande Servílio de Oliveira, bronze nos Jogos Olímpicos da Cidade do México em 1968 e primeiro medalhista brasileiro da modalidade. “O sobrenome não me pressiona nem um pouco. Não me incomoda, pelo contrário, me incentiva”, garante o lutador de 19 anos.
Ter ao lado um avô pioneiro no boxe brasileiro é uma grande vantagem para Luiz. “Quando eu vou na casa dele nós sempre conversamos sobre boxe. Ele me pergunta como estão meus treinos, quais os próximos campeonatos e me dá dicas sobre o que fazer”, conta. “Ele tem uma grande importância na minha vida, foi ele que deu início ao boxe em nossa família.”
Luiz cresceu conhecendo as conquistas do avô, mas a paixão pelo esporte surgiu principalmente pelo pai Ivan de Oliveira. “Sempre acompanhei lutas e treinos e sempre gostei. Meu pai dava aula em uma academia em São Caetano e eu e meu irmão fazíamos basquete lá. Certo dia, eu falei para ele que queria começar a treinar boxe, então ele me disse ‘Tá bom, mas vamos treinar sério desta vez’ e estou aí até hoje, sem parar”, lembra Bolinha. O apelido, aliás, é outra herança que carrega do avô. “Eu era uma bebê gordinho então meu avô me apelidou de Bolinha e hoje sou muito conhecido com o apelido.”
Caminho profissional
Bolinha começou a despontar no boxe profissional com 17 anos e entrou para a seleção brasileira em 2018. Hoje com 19 anos, o lutador já tem importantes conquistas na carreira. Em 2018, venceu o Interamericano Juvenil ao bater um norte-americano dentro dos Estados Unidos. Também foi medalha de bronze no Mundial da Juventude, em Budapeste, e nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires.
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“Sou jovem, mas me considero um lutador experiente”, afirma. “Treino desde os 10 anos de idade, tenho mais de 110 combates sendo 25 deles internacionais. Sempre que tive uma oportunidade, eu aproveitei bem.”
Futuro
Agora, Luiz quer aproveitar a oportunidade e conseguir sua primeira participação olímpica em Tóquio. Antes da pandemia do coronavírus, a seleção brasileira de boxe tentaria garantir as vagas no Pré-Olímpico das Américas, marcado para acontecer entre os dias 26 de março e 3 de abril, em Buenos Aires, na Argentina. Na categoria de Bolinha, a dos 52 kg, eram 5 vagas disponíveis.
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O surto mundial, no entanto, suspendeu as competições classificatórias e adiou os Jogos de Tóquio para 2021. Mas qualquer que seja a nova data do torneio classificatório, Luiz Oliveira estará bem motivado para buscar a vaga.
“Minha maior motivação é minha família, meus pais. Antes de entrar (no ringue) sinto que todos eles estão juntos comigo nessa missão, com energia boa, não importa o fuso horário eles sempre estão ligados na minha luta”, comenta o lutador, que fará 20 anos em janeiro de 2021.
Se a vaga para Tóquio vier, faltará mais um sonho para Luiz Oliveira. E para esse, ele já tem um grande exemplo a seguir. “Meu maior sonho no momento é conquistar MAIS uma medalha olímpica para nossa família, mas dessa vez vamos trocar a cor da medalha”, brinca – e sonha – o jovem lutador.