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Brasil estreia no Mundial de bocha nesta terça-feira

Brasil terá atletas novatos em três classes; Evani Calado e Maciel Santos trazem experiência para a competição de bocha no Rio de Janeiro

Brasil - Arena Carioca 1 pronta para o Mundial de bocha
(Foto: Camila Nakazato)

O Campeonato Mundial de bocha, maior competição do ano para a modalidade, começa a partir de 6 de dezembro na Arena Carioca 1. Além de trazer atletas veteranos que já foram ao pódio em competições internacionais, o Brasil leva para o Rio de Janeiro atletas novatos, pensando já no ciclo paralímpico para Paris-2024.

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Experiência dos veteranos

Dentre os atletas com mais bagagem em competições, está Evani Calado, da classe BC3. A atleta já ostenta uma medalha de ouro paralímpica conquistada em próprio solo carioca, na Rio-2016, na competição em pares. Na época, a brasileira foi campeã ao lado de Evelyn de Oliveira e de Antonio Leme, entretanto, as regras da bocha mudaram para esse ciclo de Paris, dividindo as disputas por gênero. Evani vê a mudança como uma verdadeira conquista. “Eu sempre almejei que a bocha tivesse divisão de gênero, por conta da oportunidade que dá, pela igualdade para as mulheres. Então pra mim é uma grande honra estar competindo no feminino e uma grande conquista.” falou a atleta.

Evani Calado Brasil na Copa do Mundo de bocha
Evani Calado (Foto: Ale Cabral/CPB)

Evani Calado estudou muito as adversárias, diretas que a gente tem. Juntos com a equipe multidisciplinar, analisamos adversário por adversário. Fora isso, as competições serviram de muito aprendizado pra gente pra que eu pudesse chegar nesse Mundial mais preparada pra competir.”

Eliseu dos Santos é outro atleta mais que premiado da bocha paralímpica brasileira. Ele já disputou quatro Paralimpíadas e levou dois ouros, ambos ao lado de Dirceu Pinto, um dos grandes expoentes da bocha no Brasil, que faleceu em 2020. O Campeonato Mundial deste ano tem o Dibo como mascote, em homenagem ao brasileiro, juntando as palavras “Dirceu” e “bocha”. O antigo companheiro de seleção contou um pouco do que representa a homenagem. “Ter o mascote com o nome do Dirceu, por tudo que ele fez, a gente fez juntos. Fizemos individualmente e separados, mas fizemos pela bocha. Essa homenagem é mais que merecida, por tudo que ele representa pela nossa bocha.” declara o atleta de 46 anos.

Eliseu dos Santos Copa América de bocha
Eliseu dos Santos (Foto: WorldBoccia)

Novatos no pedaço

A classe que contará com mais atletas novatas será a BC1, com duas estreantes de 21 anos. Andreza Vitória, de Recife, e Letícia Karoline, de Caruaru, vão disputar um Mundial pela primeira vez. Andreza, porém, tem mais experiência internacional, pois já representou o país nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e na Copa América, no ano passado.

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Também com 21 anos, o potiguar Iuri Tauan é outro estreante em Mundiais integrante da Seleção Brasileira de bocha. Uma das revelações das Paralimpíadas Escolares, competição organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2006, Iuri é, atualmente, o segundo melhor atleta do Brasil e número 12 do mundo pela classe BC2.

Outra novidade na equipe brasileira será a paulista Josi Silva, de 29 anos, que vai estrear em Mundiais após voltar a ser convocada para a Seleção Brasileira neste ano pela classe BC4 (atletas com deficiências severas, mas que não recebem assistência). Na temporada de 2022, foi a única mulher do país a conquistar uma medalha de ouro em competições internacionais, no Challenger da Holanda.

Abertura em homenagem a Dirceu Pinto

O ponta pé dado para o Campeonato Mundial de Bocha Paralímpica foi dado na Arena Carioca 1. A cerimônia contou com desfile de 41 representantes das delegações que competirão e o Brasil teve Josi Silva, da classe BC4, e o calheiro Beto fechando o desfile de delegações.

Além do cerimonial, a família de Dirceu Pinto, campeão paralímpico falecido em 2020 , aos 39 anos, por problemas cardíacos, esteve presente. Eles receberam um placa comemorativa em homenagem às conquistas do atleta. Um vídeo foi exibido e em seguida foi revelado um grande painel com um mosaico de Dirceu com os dizeres “Dirceu forever” (Dirceu para sempre, em inglês).

As competições serão a partir de 9h30 de terça, 6. A principal competição da bocha do ciclo Paris 2024 vai reunir mais de 170 atletas de 40 países em disputas individuais, por pares e equipes. As partidas serão realizadas no mesmo palco dos Jogos Paralímpicos de 2016. Os jogos de bocha acontecerão nas estruturas das Arena Carioca 1 e a entrada será gratuita ao público. O Brasil já conquistou sete medalhas em mundiais: 2 ouros, 3 pratas e 2 bronzes.

Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 a distância e Paris-2024 in loco pelo Olimpíada Todo Dia; hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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