A campeã paralímpica Evelyn de Oliveira disse que a primeira fase de treinamentos da seleção brasileira de bocha neste ano é um momento de adaptação para o Campeonato Mundial da modalidade, marcado para dezembro deste ano, no Rio de Janeiro. O foco é em mudanças relacionadas às bolas utilizadas nas competições internacionais. A equipe, composta por sete mulheres e sete homens, está reunida no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, desde terça-feira (18) e ficará no local até o próximo domingo (23).
“Para mim, é mais um momento de adaptação, pois tive que comprar novas bolas. Houve uma mudança na regra em relação às bolas utilizadas em competições internacionais. Agora, elas precisam ser licenciadas. Só em desafios poderemos usar materiais que não são licenciados. Estou desde o final do ano focada nessa mudança. Parei só por 15 dias e voltei um pouco antes do meu descanso. Tudo isso para ganhar mais tempo e chegar em uma melhor forma ao Mundial, em dezembro”, afirmou Evelyn de Oliveira, medalhista de ouro nos Jogos da Rio 2016 por pares da classe BC3. Cinco anos mais tarde, em Tóquio-2020 ela foi a porta-bandeira do Brasil na Cerimônia de Abertura, junto com o velocista Petrúcio Ferreira.
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“Não acredito que vá mudar muito no meu jogo. Todos os atletas serão submetidos a essa nova regra. Alguns, inclusive, já estavam treinando e jogando com as bolas licenciadas há mais tempo. Por uma questão de logística, não consegui ter acesso a elas antes. Só consegui recentemente. No entanto, em relação ao material, não muda nada. O que muda, um pouco, é o peso da bola. Há uma diferença entre bolas gastas e novas. Então, nesse caso, é preciso se adaptar para fazer a jogada de maneira assertiva. Treinando bem, o desempenho continuará em alto nível”, acrescentou, ainda sobre as mudanças.
Derrota e aprendizado
Evelyn de Oliveira também comentou sobre o vice-campeonato na Copa América da modalidade, realizada no fim do ano passado, também no CT Paralímpico. Para ela, a derrota na final para a argentina Stefanía Ferrando serviu como um aprendizado em sua carreira. “Ficarei mais atenta aos detalhes, pois perdi por detalhes. Tenho que levar esse pensamento para a vida. Eu fiz uma boa competição, mas é fato que houve um choque de realidade para mim. Na primeira fase, quando você pega atletas novas e iniciantes, às vezes, o nível de exigência é menor. Depois, nas fases mais agudas, as partidas começam a ficar mais complicadas. Esse é um ponto de atenção. Na Copa América, nem joguei as quartas de final, pois minha adversária estava suspensa. Na semifinal, fiz o meu melhor jogo na competição, contra a argentina Micaela Salvador, uma atleta boa e experiente. Na decisão, perdi o título por ter feito uma parcial ruim. É um aprendizado e vou buscar fazer diferente nas próximas competições.”
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Por fim, atleta da bocha comentou sobre o ciclo para os Jogos de Paris-2024. “Agora, as competições são por gênero (disputas separadas entre homens e mulheres). Muitas atletas novas e de qualidade estão surgindo. Elas podem conquistar medalhas em Paris. A expectativa é que, em 2024, homens e mulheres brasileiros estejam mais bem preparados do que estão hoje. Podemos ter muitos atletas nossos subindo ao pódio. Sem dúvidas.”