No post anterior citei alguns dos benefícios à saúde mental do nosso esporte, da lista elaborada pelo The Nation Roar. E propositadamente, deixei o último deles para este texto:
Reduz o risco da doença de Alzheimer e de demência
Estas doenças são geralmente causadas devido a ineficiências motoras e cognitivas. Assim, o tênis de mesa é com frequência recomendado como terapia para a doença de Alzheimer e demência por combater justamente tais ineficiências. Ele melhora as habilidades motoras e cognitivas devido aos seus requisitos de ritmo rápido e de concentração.
Tratamento de Alzheimer sem medicamentos
No Reino Unido, a fundação “BAT” (Bounce Alzheimer’s Therapy; algo como impulsione a terapia de Alzheimer, em tradução livre) promove o tênis de mesa como terapia para a doença de Alzheimer. Ou seja, este trabalho abrange: uma pesquisa médica original, o desenvolvimento de equipamentos (mesas/raquetes) especiais e o treinamento de profissionais para que possam realizar a terapia.
Estudo e filme inspiraram trabalho em prol da saúde mental
Estudos realizados em 1998 no Japão exploraram o potencial do tênis de mesa como uma terapia efetiva na redução do declínio cognitivo, com a habilidade de retardar os primeiros sintomas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer. Isto é, os testes mostraram que o tênis de mesa ativava até 5 partes do cérebro nos pacientes com Alzheimer durante a prática. À luz deste resultado positivo, os realizadores do estudo designaram o tênis de mesa como o esporte cerebral número 1 do mundo.
Foi o estudo acima – que requer atualização – e o filme Ping Pong que inspiraram o BAT. O documentário de 2012, cujo subtítulo é “Nunca se é velho demais para o ouro”, retratou oito pessoas da categoria acima dos 80 anos no Campeonato Mundial de Tênis de Mesa. Uma delas associava sua melhoria cognitiva à prática do tênis de mesa.
Tratamentos com remédios são um foco de pesquisa. No entanto, há evidência crescente de que outras terapias de baixo custo podem ser eficazes na prevenção, reduzindo a progressão do Alzheimer.
Atividade física e saúde mental
Evidências de estudos preliminares sugerem que o exercício físico pode ser proativo contra o desenvolvimento de demência.
Os benefícios de atividade física são provavelmente mediados por mudanças na estrutura e função cerebral. Ou seja, foi demonstrado que com exercício há aumento do volume do cérebro, melhora da função cognitiva, da habilidade visuoespacial e do controle cognitivo. E mais recentemente, que há aumento do volume do hipocampo: uma região do cérebro afetada pela doença de Alzheimer e importante na memória.
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E um tipo de exercício físico acessível aos que estão em risco de desenvolver o Alzheimer ou que estão nos estágios iniciais da doença é o tênis de mesa. É uma atividade rápida, competitiva e social que envolve exercício, atenção sustentada e o desenvolvimento de habilidades visuoespaciais.
Wendy Suzuki, professora de neurociência e psicologia na Universidade de Nova York
“No tênis de mesa, temos realçadas as funções: motoras, de estratégia e de memória a longo prazo”, explicou a Dra Wendy Suzuki. De acordo com ela, o tênis de mesa trabalha partes do cérebro que são responsáveis por movimento, habilidades motoras finas e estratégia – áreas que podem se fortificar a cada partida. Por mais que os cientistas ainda tenham que estudar a fundo a atividade cerebral dos mesa-tenistas, Suzuki acredita que o jogo realce a função cerebral como nenhum outro esporte.