No Star Contender em Doha, Vitor Ishiy e Hugo Calderano enfrentaram adversários que jogam no estilo “classineta”, ou seja: mesatenistas com empunhadura dos “caneteiros”, mas que usam borrachas em ambos os lados da raquete – como os jogadores do estilo “clássico”.
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Como não podia deixar de ser, a China produziu grandes mesatenistas neste estilo, como Liu Guoliang (campeão olímpico de simples em Atlanta-1996) e Ma Lin (campeão olímpico de simples em Pequim-2008). Além de Wang Hao, três vezes prata olímpico no individual: em Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012. E claro, não podemos nos esquecer de Xu Xin: ouro por equipes e prata nas duplas mistas em Tóquio-2020.
Características do estilo classineta:
O pulso da mão que segura a raquete fica mais “solto” (quando comparado ao estilo clássico) e ganha em amplitude, o que favorece os golpes de precisão, as bolas curtas e próximas à rede. E, notadamente, o “flick” de forehand. Mas esta empunhadura não favorece os golpes de potência e de meia distância, principalmente do lado do backhand.
Assim, vemos os mesatenistas que jogam neste estilo próximos à mesa, com ótima variação de serviço e recepção, jogo curto e muita consistência no bloqueio e no jogo passivo. Além, é claro, de uma movimentação incrível para usar o forehand e cobrir toda a mesa.
Para quem quiser acompanhar mais sobre o estilo classineta, listo 3 finais olímpicas de simples masculina que envolveram esta e outras empunhaduras:
Atenas-2004 – Wang Hao (classineta) x Ryu Seung-min (caneteiro)
Pequim-2008 – Wang Hao x Ma Lin (classineta)
Londres-2012 – Wang Hao x Zhang Jike (clássico)
Se o estilo classineta voltará aos seus dias de glória, só o tempo dirá. Particularmente, torço para que esta empunhadura perdure. Isto é: com uma maior variedade de golpes e rallies, o jogo tende a ficar mais interessante. Candidatos temos, como Xue Fei (№ 139 do ranking mundial), que venceu Vitor Ishiy no Star Contender. E Dang Qiu (№ 25 do ranking), que venceu Calderano no Contender, mas que na semana seguinte foi eliminado pelo brasileiro no Star Contender. E entre os mais novos, temos o francês Felix Lebrun, de apenas 15 anos. Lebrun conseguiu se classificar para a chave principal do Contender, mas perdeu na 1ª rodada para o taiwanês Lin Yun-Ju (№ 6 do mundo).
