Petra Sorling é a primeira mulher na presidência da ITTF, a Federação Internacional de Tênis de Mesa. E segundo o editor da entidade Ian Marshall, há ainda outro fato inédito: ela é primeira campeã mundial em atividade a assumir o posto!
Presidentes anteriores, como Ichiro Ogimura e Xu Yinsheng conquistaram títulos em Campeonatos Mundiais, mas assumiram a posição quando já tinham se aposentado das competições internacionais.
Em 2018, ao lado da dinamarquesa Pia Toelhoj, Petra Sorling foi campeã nas duplas no Mundial de Veteranos – na categoria de 45 a 49 anos.
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Durante o Campeaonato Mundial de Houston (realizado no final de novembro), a sueca recém-eleita à presidência da ITTF deu uma entrevista à CGTN/America – da qual reproduzo alguns trechos abaixo:
Petra Sorling, a senhora é a primeira mulher no comando da ITTF. Na sua opinião quais são os seus pontos fortes? Acho que minha experiência e meu estilo de liderança foram o que me alçaram a esta posição. E acho que o esporte em geral precisa de mais mulheres representadas neste tipo de cargo.
Quais os seus desafios imediatos? O que precisamos agora, assim como toda a sociedade, é recomeçar depois da pandemia. O Mundial em Houston foi um passo e teremos alguns outros eventos a seguir. E cabe a nós mapear o plano estratégico e trabalhar em conjunto. Na minha proposta de candidatura a prioridade é clara: temos que fazer nosso esporte crescer no lado dos negócios, temos que seguir fazendo uma boa governança, olhar para o futuro e trabalhar de forma mais sustentável. E para conseguir tudo isso, temos que trabalhar como uma família. Ou seja: este será o tom do plano estratégico.
Visão de Petra Sorling, primeira mulher na presidência da ITTF
Como implementar o seu plano estratégico? Agora temos uma nova equipe, um novo comitê executivo. Então, é importante termos certeza de que reunimos todas as capacidades/habilidades necessárias. Em seguida, devemos avaliar as diferentes tarefas e dividi-las. E o fundamental também é que cada um sinta sua importância dentro da equipe.
Qual é a sua visão para a série WTT (World Table Tennis)? Demos início ao WTT pouco antes da pandemia, e nesse sentido foi má sorte. Mas por outro lado, quando você começa algo novo e há uma parada como aconteceu (na pandemia), podemos calibrar várias coisas. Isso pode ser frutífero para o reinício e a primeira coisa é realizar vários eventos e então aprimorá-los.
Que papel a senhora acha que a China pode ter no desenvolvimento e na promoção do tênis de mesa ao redor do mundo? Temos muita sorte em ter o tênis de mesa como o esporte nacional na China. Todos nós sabemos como tem sido a jornada no mercado de lá e ter o tênis de mesa como o esporte número 1, é claro, muito importante para nós. Mas também temos que garantir que ele seja a primeira opção entre os mais jovens, que têm tantas opções atualmente, como o e-sports.
A geração de ouro da Suécia
A senhora vem de um país, a Suécia, que dominou o tênis de mesa durante uma época. Como exemplo, o mundialmente famoso Waldner – também muito reconhecido na China. Mas não temos vistos muitos jogadores “top” desde a aposentadoria dele. Por quê? Por muitos anos não competimos no mesmo nível, mas há 2 anos, no Mundial de Budapeste, Mathias Falck disputou a final contra Ma Long. Ele não venceu, mas teve chance. E temos alguns futuros astros: Truls Moregard é um nome que você deveria manter no radar. Mas é verdade que não tivemos a mesma força daquela “geração de ouro”, de Waldner, Persson, etc.
E atualmente no tênis de mesa é também mais complicado ser o número 1, como a China tem conseguido. Temos competido na Europa com vários outros países, o que é bom para o esporte que não seja somente Suécia ou Alemanha; agora temos visto medalhas de ouro para outros países também. Então, por um lado isso é positivo, mas por outro está muito mais difícil competir em meio a tantos países num nível alto – mas “voltaremos” – assim espero!
Os Estados Unidos receberam o campeonato mundial pela primeira vez na história. O que achou da receptividade dos fãs em Houston?
Estou muito feliz por termos podido receber o público em Houston. É a primeira vez desde 1939 que o Campeonato Mundial acontece fora da Europa e da Ásia. Na ocasião em 1939, foi no Cairo; então é a primeira vez nas Américas. Este foi um ótimo passo, o primeiro passo aqui para mostrar um evento tão grandioso com todos os atletas de elite competindo.