O ano de 2021 marca os 50 anos da “Diplomacia do pingue-pongue”, uma série de eventos que ajudou na aproximação de China e Estados Unidos. Por sua importância, chegou a ser retratada no filme “Forrest Gump – O contador de histórias” (1994).
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Em 10 de abril de 1971, depois de participar do Campeonato Mundial de tênis de mesa em Nagoya (Japão) e a convite dos chineses, a equipe dos Estados Unidos tornou-se a primeira delegação americana a visitar a China desde 1949. Ou seja: este evento abriu a porta para uma relação que estava interrompida há 22 anos entre os dois países. No ano seguinte (1972), foi a vez do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, fazer uma visita oficial à China.
E segundo a história, tudo teria começado quando o americano Glenn Cowan, ao perder o ônibus do seu time durante o Mundial no Japão, entrou no veículo da delegação chinesa. Cowan foi então saudado por Zhuang Zedong (tricampeão mundial de simples) e até ganhou uma lembrança na ocasião. O convite para a ida à China foi formalizado pouco depois.
Esporte “perfeito” e diversidade
Nicolas Griffin, autor de “Ping Pong diplomacy: the secret history behind the game that changed the world” (Diplomacia do pingue-pongue: a história secreta por trás do jogo que mudou o mundo), explica por que o tênis de mesa era perfeito para essa aproximação: “Muito levado a sério na China, ao passo que nos Estados Unidos era um esporte de recreação. Isso tornou tudo perfeitamente aceitável para os americanos.”
Além do mais, Griffin lembrou que o time americano que visitou a China era incrivelmente diverso, formado por “homens, mulheres, brancos, negros, latinos, estudantes e profissionais de diferentes áreas.”
Encontro casual, mas nem tanto
Segundo Qian Jiang, autor de “Ping-pong Diplomacy: The beginning and End” (“Diplomacia do pingue-pongue: O início e o fim”), China e Estados Unidos já vinham mantendo contatos secretos, e o fato de eles terem iniciado a abertura para relações bilaterais por meio do tênis de mesa foi acidental. Ou seja: mesmo sem a Diplomacia do pingue-pongue, esses dois países teriam encontrado outro meio para “quebrar o gelo” e gradualmente normalizar seus laços.
Mas Nicolas Griffin destaca: “O ponto chave da Diplomacia do pingue pongue é que havia um desenho, um caráter diplomático pré-estabelecido. Não era algo sofisticado nem estava em perfeito acabamento, mas que já existia.” Em sua obra, Griffin conta uma história estranha e trágica de como o jogo foi manipulado nas mais altas e esferas do poder – com uso até de espionagem!
Esporte como meio de aproximação política?
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Ao ser perguntado se o esporte ainda podia ser usado para apaziguar tensões políticas, Qian Jiang respondeu: “O esporte é maravilhoso. Ele pode de fato melhorar entendimentos entre países com culturas diversas, especialmente entre os jovens… Tais trocas podem funcionar bem para fortalecer a comunicação e minimizar mal-entendidos.”