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Blog da Lyanne Kosaka

As memórias olímpicas da mesatenista Krisztina Tóth, de 1996 a 2012

As memórias olímpicas da mesatenista húngara Krisztina Tóth, que participou das cinco edições olímpicas de Atlanta-1996 a Londres-2012

Krisztina Tóth em ação
Krisztina Tóth: 5 participações olímpicas e 26 medalhas em campeonatos europeus (Foto: Arquivo pessoal)

É a vez da mesatenista húngara Krisztina Tóth compartilhar as suas memórias olímpicas. Ela participou de 5 edições dos Jogos, de Atlanta-1996 a Londres-2012, sendo o melhor resultado o 4º lugar nas duplas em Sydney-2000 ao lado de Csilla Bátorfi. Em campeonatos europeus, a húngara conquistou incríveis 26 medalhas! Técnica desde 2013 da Associação Bávara de tênis de mesa e ainda hoje atleta do Kolbermoor, da 2ª divisão da Bundesliga, “Kriszti” é uma entusiasta da modalidade. Como hobby, ela tem um canal no Youtube para técnicos e jogadores.

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Krisztina Tóth, quais são as suas memórias olímpicas? Adorei todas as cerimônias de abertura e participei de todas, ainda que tivesse jogo no dia seguinte. A melhor foi em Sydney-2000; quando você está desfilando no estádio diante de 60-70 mil pessoas é simplesmente incrível! E há realmente um espírito olímpico. Na Vila a gente conhece tantos atletas e técnicos, faz amizades e guarda memórias para a vida inteira. E a Hungria é um país pequeno, nunca temos muitos torcedores nas competições, mas nas Olimpíadas todo o time húngaro te apoia, é uma sensação maravilhosa. Há transmissão ao vivo na TV, no rádio, o país inteiro te assiste… nunca me esquecerei.

Krisztina Tóth em Sydney-2000
Krisztina Tóth em Sydney-2000, em sua segunda de 5 participações olímpicas
(Foto: Arquivo pessoal)

Estrutura de treino

Nos ciclos olímpicos de que participou, como era a estrutura de treinamento e preparação? Bom, até 2000 eu ainda jogava na Hungria. A classificação acontecia cerca de um ano antes dos Jogos, e com exceção de Atlanta-1996 eu nunca tive que disputá-la, garantia a vaga pelo ranking mundial. Então eu me concentrava a temporada inteira para a Olimpíada, com preparador físico, apoio médico e psicológico. Era uma ótima preparação, com vários parceiros e training camps, como o realizado pela ETTU (União Europeia de TM) em Luxemburgo – com todas as mesatenistas da Europa.

Preparação pós-2000

Passei a jogar na Alemanha e disputava vários jogos entre clubes, o que ajudou a melhorar o meu jogo. Aprendi muito com todos os meus técnicos e com os adversários. Planejávamos o calendário de torneios tendo em vista o chaveamento nos Jogos Olímpicos. Isto é, mais pontos no ranking mundial significam uma melhor posição nas chaves de simples e de duplas. Nos últimos 2-3 meses o treinamento ficava ainda mais intenso e focado. E essa é uma das maiores dificuldades no tênis mesa, estar na sua melhor forma na Olimpíada, tanto mental como fisicamente. Ou seja: que você não esteja esgotado e que jogue o seu melhor tênis de mesa no momento perfeito. Os jogadores chineses fazem isso muito bem.

A mesatenista húngara Krisztina Tóth na cerimônia de abertura em Pequim-2008
Na cerimônia de abertura dos Jogos de Pequim-2008 (Foto: Arquivo pessoal)

Rio e mais memórias olímpicas de Krisztina Tóth

Se você pudesse escolher, de qual edição olímpica gostaria de ter participado? Eu escolheria Seul-1988 por ter sido a estreia do tênis de mesa nos Jogos, e Rio-2016 porque o Rio é uma das minhas cidades favoritas!!

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Quem são os seus heróis olímpicos do tênis de mesa? Cheng Jing, a campeã individual em Seul-1988. Ouvi dizer que na época havia uma tensão na equipe chinesa e que ela não era a favorita… então foi uma vitória fantástica. E na verdade, Chen Jing é destra – mas ela jogava com a mão esquerda! E meu outro herói é Ryu Seung-min, campeão individual em Atenas-2004 com uma grande performance. Ou então, Jan-Ove Waldner (nesses mesmos Jogos), nas semifinais com quase 40 anos. Em Barcelona-1992 ele ganhou o único ouro de toda a delegação sueca.

Em ação na competição de tênis de mesa em Londres-2012
Kriztina Tóth em ação em Londres-2012 (Foto: Divulgação)

Tente definir a experiência de disputar uma Olimpíada… Não tem como comparar a nenhuma outra competição. Se você não tiver experiência, é uma sensação avassaladora, precisa se acostumar. Há condições mais rígidas, por exemplo: você tem que vestir um equipamento especial, tem a sua própria mesa para o aquecimento, tem que estar pronto 45 minutos antes da partida e ficar na área de espera – onde pode perceber que tem um jogo pela frente e sentir os nervos… Mas é uma experiência linda, inigualável.

Tóquio-2020

+Duplas mistas em Tóquio, um ouro a mais no tênis de mesa

Quais são as suas expectativas para Tóquio-2020 com a adição das duplas mistas? E em quem devemos prestar atenção? Adorei a inclusão das duplas mistas, nos torneios classificatórios pudemos ver ótimos jogos! No individual, verei a Mima Ito lutando contra as chinesas – espero que ela possa causar alguma surpresa. Há uma expectativa enorme, mas ela tem um estilo único de jogo e é mentalmente muito forte. Vou acompanhar o máximo possível das partidas femininas. Espero que as mesatenistas europeias recuperem, em alguns anos, a sua glória.

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