Dia 30 de janeiro foi o dia da ginástica artística e quis aproveitar a data para registrar as lembranças olímpicas que tenho da modalidade. E uma das primeiras é de Los Angeles-1984: além do boicote da União Soviética aos Jogos, lembro das atuações da americana Mary Lou Retton (campeã no individual geral) e da romena Ecaterina Szabó, que conquistou 4 ouros!
Nessa mesma época também assisti ao filme Nadia, sobre a romena que encantou o mundo em Montreal-1976. Curiosamente, uma das coisas que guardei do longa foi o nome da ginasta soviética Ludmilla Tourischeva, uma das expoentes quando a Nadia Comaneci começou a chamar a atenção.
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Mesmo em Seul-1988, ano da estreia do tênis de mesa em Olimpíadas, assisti a várias horas de ginástica artística pela TV. Desta vez não houve boicote e os soviéticos mostraram a sua arte; só lembrarmos que o pódio do individual geral masculino foi 100% da União Soviética. Nas transmissões, notei que os comentaristas mencionavam um salto chamado “Tsukahara”, nome do ginasta que o criara; e, claro, torci muito pela Luísa Parente.
+ Disputar uma Olimpíada: um sonho que começou em Seul-1988
Já na Vila Olímpica em Barcelona-1992, primeira das duas edições olímpicas que disputei como atleta, a Monica Doti e eu dividimos o apartamento justamente com a delegação de ginástica artística. Ou seja: Luísa Parente e a técnica Georgette Vidor. Logo elas viram que eu era fã da modalidade, pois eu perguntava sobre a competição, os atletas, os aparelhos, a pontuação… É que me chamava a atenção (e ainda chama) como os ginastas executavam movimentos tão complexos e precisos, de forma elegante – como se isso fosse a coisa mais fácil do mundo!
Credencial com livre acesso na capital da Catalunha
E então, num belo dia, consegui a credencial “C”, que dava livre acesso a qualquer venue dos Jogos. Logo quis conhecer o local de competição da ginástica artística, aproveitando um período em que não haveria disputas do tênis de mesa. E enquanto eu caminhava pelo hall, ainda sem grande público – o evento começaria dali a algum tempo – vi uma árbitra e olhei o crachá: Ludmilla Tourischeva.
Pouco depois, perto de onde estava a seleção do Japão, vi outro nome que me era familiar: Mitsuo Tsukahara. E assim, sem hesitar, pedi tanto a ele como à Tourischeva que tirassem uma foto comigo, e ambos se mostraram surpresos quando viram que eu era do tênis de mesa! Até hoje dou risada quando lembro desse dia no venue da ginástica artística, uma das minhas mais caras lembranças olímpicas!
Encontros e reencontros como comentarista
A Luísa Parente é uma amiga querida até hoje. Como comentaristas, nos reencontraríamos no Pan do Rio-2007, na Olimpíada de Pequim-2008 e no Pan de Guadalajara-2011. Nessas ocasiões, ela me atualizava sobre os vários destaques brasileiros da ginástica artística.
Já na cobertura da Rio-2016 pela ESPN, “troquei figurinhas” nos bastidores das transmissões com a Camila Comin, ginasta que representou o País em Sydney-2000 e em Atenas-2004 – e depois se juntou ao Cirque du Soleil.
Mas antes dos Jogos no Rio, ainda teve um evento-teste que fui conferir in loco. Nele, o time Brasil deu um show e fiz questão de parabenizar a técnica Georgette Vidor.
Enfim… com a proximidade de Tóquio-2020 e tantas histórias, será que já posso pleitear uma credencial de fã junto à CBG (Confederação Brasileira de Ginástica) e/ou à FIG (Federação Internacional de Ginástica)?