Quando decidi registrar as lembranças olímpicas de mesatenistas neste blog, a minha primeira “convidada” só poderia ser a hoje técnica Monica Doti – que revelou nomes como Caroline Kumahara, Vitor Ishiy e Bruna Takahashi – todos assíduos na seleção nacional. Além disso, ela foi minha parceira de duplas em Barcelona-1992 e em Atlanta-1996. Sou muita grata à Monica pelos 16 anos de parceria na seleção e pela grande amizade que nos une até hoje! Confira o bate-papo:
A experiência de disputar uma Olimpíada
Monica Doti, quais são as suas lembranças olímpicas mais marcantes? O sonho de todo atleta é participar de uma Olimpíada, que é o máximo do esporte. Mas antes disso tem o pré-olímpico, que é bem difícil. Certamente o Brasil tem “tradição”, porém vale lembrar que na estreia do tênis de mesa em Seul-1988, nenhuma mesatenista brasileira se classificou. É porque há muita tensão e nervosismo, todos estão com o foco de participar dos Jogos! E quando conseguimos é uma mistura de alegria e alívio, vemos que todo esforço e dedicação foram válidos!
+ Disputar uma Olimpíada: um sonho que começou em Seul-1988
Quem são os seus heróis olímpicos no Tênis de Mesa? São os sul-coreanos: Hyun Jung Hwa, Yoo Nan Kyu e Kim Taek Soo, admirava o estilo de jogo deles. Por serem caneteiros, eles utilizavam o forehand por toda mesa e precisavam ter uma boa movimentação de pernas. E no meio de tantos chineses, se sobressaíam… por isso acho que eles são heróis!
+ A vitória da Coreia unificada no Mundial de 1991: uma conquista que virou filme
Tóquio-2020 e reflexões sobre as edições olímpicas
Olhando desde Seul-1988 (quando o tênis de mesa estreou nos Jogos) até o Rio-2016, de qual edição você gostaria de ter participado? E por quê? Acho que cada atleta tem sua história, seu momento; sendo assim, estou satisfeita com a minha participação nos Jogos de Barcelona-1992 e Atlanta-1996, foram especiais para mim! Além disso, quando me perguntam: “Quem é melhor, fulano ou siclano?” Respondo que acho que cada um faz o que pode, dentro das possibilidades!
Quais suas expectativas para o time brasileiro em Tóquio-2020? Acredito que será uma Olimpíada atípica devido à pandemia. A equipe de tênis de mesa ainda não está definida, mas acredito que qualquer atleta que for convocado estará preparado para jogar. São boas as expectativas, acredito que podemos sonhar com uma medalha!
Tente definir em poucas palavras a experiência de disputar uma Olimpíada. É um momento mágico, onde tudo é perfeito! Um sonho!! Eu não tinha noção da grandiosidade de ser um atleta olímpico até ir para o Japão em 2009, como técnica da Carol (Kumahara) em um evento. Lá fui apresentada como atleta olímpica de tênis de mesa – e só então vi como o status olímpico é valorizado!
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Dos fatores que levam um atleta a ter sucesso, Monica lembra dos técnicos…
Na sua opinião, que fatores contribuíram para suas conquistas no tênis de mesa? Acredito que um dos motivos sejam os técnicos; tive o privilégio de treinar com o melhor técnico do Brasil na época, o Lee Kou Tin, que me ensinou dentro e fora da mesa! E em seguida pela seleção, tive a oportunidade de ser orientada pelos também grandes técnicos Maurício Kobayashi, Wei Jia Ren e Francisco Camargo (Fran).
…e dos parceiros de treinamento.
E também menciono os parceiros de treinos, que me ajudaram muito. Apesar do tênis de mesa ser um esporte individual, é difícil ter sucesso se não houver pessoas te ajudando. Sempre serei grata a todos que ajudaram no meu desenvolvimento! E com todo esse suporte, cabia a mim me esforçar, ter disciplina e focar nos treinamentos e competições para alcançar boa performance… e gostar do processo para não ser um peso, mas sim um prazer! Na verdade é tudo, né?? Tudo coopera para que você tenha sucesso, são vários os fatores!