Oportunidade de jogar ao lado dos ídolos Leandrinho e Varejão mexe com o jovem Didi, recém convocado para a seleção brasileira de basquete
Além dos retornos dos experientes Leandrinho e Augusto Lima, a outra novidade na lista dos 13 convocados do técnico Aleksandar Petrovic para os jogos da primeira janela válidos pela segunda fase das classificatórias para a Copa do Mundo da China, contra Canadá, nesta quinta-feira (13), em Montreal, e Ilhas Virgens, no próximo domingo (16), em Goiânia, atende pelo nome de Marcos Henrique Louzada Silva, ou simplesmente Didi, como o ala de Franca é conhecido na comunidade do basquete.
Se o apelido desde o berço veio por acaso, graças ao tratamento carinhoso de sua avó, a primeira convocação para a seleção principal chegou por méritos próprios.
Nascido no Espírito Santo em 1999, Didi chamou a atenção de Aleksandar Petrovic durante o Sul-Americano sub-21, em Salta, na Argentina, no mês passado. Um dos destaques da conquista brasileira, com média superior a 11 pontos por partida, o ala de 1,95m e que deu seus primeiros arremessos no projeto da Lusb (Liga Urbana de Streetball), em Cachoeira de Itapemirim, é uma das apostas do treinador croata para o futuro.
– Assisti todas as partidas da seleção sub-21 e o Didi foi um dos jogadores que mais me impressionou, essa é uma das razões para ele estar aqui conosco. Apesar de ser muito jovem e ter apenas 19 anos, ele mostrou uma personalidade muito grande e não teve nenhum tipo de medo ou receio logo no primeiro treino com a seleção principal. Fez tudo muito bem e de uma maneira natural, por isso acredito que nos próximos 10, 15 anos ele será um jogador muito importante para ao Brasil – afirmou Petrovic após o treino da manhã desta segunda-feira.
Mesmo com toda a confiança depositada pelo novo comandante do basquete brasileiro em seu basquete, Didi reconhece que foi pego de surpresa quando viu seu nome entre os 13 convocados para os jogos contra Canadá e Ilhas Virgens. Tímido confesso, o jogador manteve a fama de falar pouco até mesmo na hora de explicar o momento mais especial de sua curta carreira.
– Minha expectativa é muito boa, mas sinceramente não esperava ser convocado – disse o calouro da seleção brasileira.
A timidez só foi vencida na hora de enaltecer seus grandes ídolos e mais novos companheiros de time.
– Apesar de o Petrovic ter assistido os primeiros treinos para o Sul-Americano sub-21 e ter dito que dependendo do desempenho de cada um na Argentina nós poderíamos ser convocados, nunca imaginava que esse momento de jogar ao lado do Leandrinho e do Varejão iria chegar. São jogadores que admiro muito, principalmente o Varejão, que é o cara que realmente sempre me espelhei desde pequeno. Ele é capixaba e quando eu soube que ele iria jogar na NBA passei a acompanhar a carreira dele – contou o ala, que dispensou convites de Pinheiros e Paulistano para jogar em Franca quando tinha 15 anos.
Se fora de quadra a timidez faz com que Didi muitas vezes não seja notado, na hora que a bola sobe a história muda de figura, Quem garante é o próprio jogador, que mesmo sendo o novato da delegação em Montreal se sente pronto para ajudar o Brasil caso seja preciso.
– Sempre fui calado, desde pequeno, até minha mãe tinha dificuldade de fazer eu me comunicar. Sou bastante tímido, mas dentro de quadra é outra história, me solto totalmente e procuro jogar o melhor basquete que eu puder. Estou bastante ansioso, mas se o Petrovic precisar de mim nesses dois jogos vou fazer de tudo dentro de quadra para ajudar a seleção. Na defesa, no ataque, não tem muito segredo, é jogar basquete e ser feliz – disse o Didizinho da vovó, que por pouco não foi batizado como José Augusto.
– Quando eu nasci minha mãe estava em dúvida entre Marcos e José Augusto e fui para casa ainda sem nome, até que minha avó passou a me chamar de Didizinho da vovó e pegou. Eu gosto bastante desse apelido e vou usar sempre. Na verdade uso mais até que meu próprio nome (risos).