O recém-eleito presidente da CBB, Guy Rodrigues Peixoto Júnior, completou, nesta segunda-feira (dia 13), 56 anos de idade. Ex-jogador da Seleção Brasileira e empresário bem sucedido, o dirigente tem o desafio de comandar, nos próximos quatro anos (até março de 2021), uma entidade que atravessa a maior crise financeira e administrativa em seus 83 anos de história. Planejamento, profissionalismo e transparência são palavras-chaves para o sucesso de sua administração. Guy Peixoto também conta com o apoio de ex-jogadores, ex-técnicos e profissionais da modalidade em atividade, além das Federações Estaduais que o elegeram com 17 votos contra nove do candidato Amarildo Rosa e uma abstenção.
O que significa ter sido eleito presidente da CBB?
Guy Peixoto – O basquete me deu tudo que eu tenho na vida. Agora, chegou a minha hora de retribuir. Junto com um grupo de pessoas formidáveis, me dispus a trabalhar arduamente para recolocar o basquete nacional no seu devido lugar. Quero agradecer a todos que estiveram comigo neste caminho eleitoral. O apoio dos presidentes das federações estaduais, atletas, ex-jogadores, técnicos e diretores. Enfim, toda a coletividade do basquete nacional que foi fundamental para que a “Chapa Transparência” se tornasse cada vez mais forte. Quero seguir com o apoio de todos ao longo dessa gestão.
Como vai ser seu início de trabalho na Confederação já que muito se fala de uma grande dívida?
Guy Peixoto – O primeiro passo é conhecer o montante da dívida da CBB. Depois, junto com a minha equipe de trabalho, colocaremos em prática os planos de recuperação da sua saúde financeira, usando para isso profissionais competentes visando recuperar a credibilidade da entidade, que foi totalmente perdida pela gestão anterior. A meta é realizar uma gestão profissional e transparente, com uma administração diferente, que vai pensar em todos os níveis do basquete nacional.
E o senhor já tem um planejamento para o início de sua gestão?
Guy Peixoto – Vamos anunciar o plano de 100 dias, ou seja, um conjunto de ações emergenciais que julgamos essenciais para o nosso início de trabalho. Alguns dos itens mais importantes são: retirar a suspensão imposta à CBB; reativar os Campeonatos Brasileiros de Seleções Estaduais Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-19; implementar o Centro de Treinamento de Excelência para Seleções Brasileiras de Base e Adultas; dar transparência total às informações financeiras, administrativas e técnicas da Confederação; implementar a universidade do basquetebol para atender a todos os segmentos da modalidade (técnica, arbitragem, saúde do esporte, gestores esportivos e atletas e ex-atletas) e criar o Conselho de Notáveis.
Qual a expectativa para a reunião com os dirigentes da FIBA na próxima sexta-feira em Genebra?
Guy Peixoto – A prioridade é retirar a suspensão do basquete brasileiro. Nossos atletas e equipes estão prejudicados e precisam voltar a participar de competições internacionais. Com isso, desbloquearemos todo o dinheiro e conseguiremos novos investidores. A FIBA em nenhum momento colocou que nos suspendeu por causa da dívida, mas pelo descumprimento do acordo do antigo presidente como o cancelamento de uma etapa do Mundial 3×3 (World Tour), a não participação do Brasil nos Campeonatos Sul-americanos Sub-15 Feminino e Masculino.
Existe um plano especifico para o basquete feminino?
Guy Peixoto – Sim. Vamos dar ao naipe feminino toda a atenção que é merecida, fato que não aconteceu nas gestões anteriores. É fundamental fomentar a base, em uma escala ainda maior do que no masculino, trazendo de volta os campeonatos nacionais. Com isso, vamos elevar o número de praticantes e, a partir daí, extrair a qualidade.
Qual seu plano para as categorias de base e como trazer jovens atletas para o basquete?
Guy Peixoto – A base é muito importante para o futuro do nosso basquete, pois é a formação que dá a sustentação para a modalidade no futuro. Vamos dar uma atenção mais do que especial à base, já que ela foi totalmente esquecida nos últimos anos. Por isso, iremos realizar eventos e ações que fortaleçam a base e possam elevar os níveis dos nossos atletas e treinadores. Como disse anteriormente, vamos realizar os Campeonatos Brasileiros de base Sub-13, Sub-15, Sub-17 e Sub-19. Saliento que alguns destes campeonatos foram interrompidos em 2016 (Sub-15 e Sub-17), traremos de volta o Sub-19 (que por muitos anos não foi promovido) e criaremos o Sub-13, paralisado há mais de 30 anos.
Como será o relacionamento da CBB com as ligas?
Guy Peixoto – Mantenho um relacionamento extremamente cordial com a Liga Nacional de Basquete (LNB) e a Liga de Basquete Feminino (LBF). Não sei qual foi o tipo de acordo firmado com eles, mas vou verificar.