Michael Scott Machado estreará pela Seleção nesta sexta-feira (29), contra a Venezuela, às 20h.
Mesmo tendo nascido no bairro do Queens, em Nova York, Michael Scott Machado sempre sonhou em defender o Brasil. Depois de desperdiçar uma chance dada por Rubén Magnano em 2013, quando fez apenas um amistoso e acabou cortado do grupo que disputaria a Copa América daquele ano, finalmente o armador filho de pais brasileiros fará sua estreia oficial com a camisa da Seleção nesta sexta-feira (29), contra a Venezuela, às 20h, quando a equipe comandada por Aleksandar Petrovic defenderá a liderança do grupo B no Ginásio Papá Carrillo, em Caracas.
Mas para estar em quadra na primeira partida da terceira janela das eliminatórias das Américas para a Copa do Mundo FIBA 2019, Scott Machado teve de tomar uma decisão bastante difícil. Desejado pelo Milwaukee Bucks, o armador, que disputou a última temporada pelo South Bay Lakers, representante do gigante de Los Angeles na G-League, espécie de Liga de Desenvolvimento da NBA, precisou abrir mão da Summer League para enfrentar Venezuela e Colômbia, segundo adversário do Brasil, dia 2 de julho, em Medellín.
Mesmo tendo colocado um possível retorno à NBA em risco, Scott contou com o apoio de toda a família e não se arrepende da decisão.
“Falei com minha mãe, meus irmãos e todo mundo ficou muito feliz por eu ter tomado a decisão de ficar aqui e jogar esses dois jogos pelo Brasil. O pessoal do Milwaukee queria que eu chegasse lá dia 24 para fazer um mini camp, que acontece antes da Summer League, mas eu decidi ficar e jogar pelo Brasil. Já joguei a Summer League cinco anos e sabia que essa seria minha última chance aqui se optasse em voltar para os Estados Unidos. Sempre quis jogar pelo Brasil e não me arrependo. Se as coisas tiverem que dar certo na NBA elas darão quando eu voltar”, afirmou o corajoso armador de 28 anos.
Sobre a tão sonhada estreia, Scott não esconde a ansiedade, mas afirma que os anos de experiência no basquete serviram para minimizar o nervosismo de uma estreia tão importante.
“Estou um pouco ansioso sim, mas hoje consigo controlar o nervosismo e estou bem mais tranquilo em poder representar o Brasil. Estou com muita energia para poder ajudar esses caras que jogam demais e fazer o meu papel. Finalmente vou poder fazer minha estreia pelo meu país e os brasileiros vão poder me ver jogar”, comemorou o camisa 1 da Seleção Brasileira, que já se sente totalmente enturmado com seus novos companheiros.
“Estou me dando muito bem com todos e treinando bem, hoje já me sinto parte da Seleção. Está ficando tudo certinho e o sistema do Petrovic é muito bom. Estou vivendo dia após dia”, completou.
Independentemente de começar ou não jogando, Scott agradece a confiança que recebeu do técnico Petrovic durante a semana de treinamentos em Campinas e espera uma Venezuela muito perigosa jogando em casa.
“Eu fui para a high school com Echenique. É um grande jogador e esperamos um jogo muito difícil. Sabemos disso. O Petrovic me ajudou bastante nesse processo de adaptação ao basquete brasileiro, assim como os jogadores. Ele não me falou se eu serei titular, só me disse para ficar tranquilo, jogar o meu jogo e entrar em quadra com a mesma confiança que demonstrei durante a última temporada. Temos um time muito forte, com ótimos jogadores em cada posição e que continua crescendo. Estou com vontade de jogar logo, uma pressa de entrar em quadra e fazer minha estreia para tirar um peso das minhas costas”, disse Scott.
Sincero em reconhecer que não foi bem em 2013 quando foi chamado pelo técnico Rubén Magnano, Scott Machado desta vez agarrou com as duas mãos a oportunidade dada por Petrovic. Ausente nas duas primeiras janelas das classificatórias, o armador definitivamente conquistou a confiança do treinador croata e entrou de vez na briga por uma vaga na Copa do Mundo da China.
“Ele treinou muito bem nos primeiros cinco, seis dias em Campinas e foi uma grata surpresa para nós. Tenho certeza de que estará em ótimas condições para fazer jogar duas grandes partidas e nos ajudar a conquistar mais duas vitórias”, disse Petrovic.
Mesmo satisfeito com o excelente desempenho de Scott e dos demais jogadores durante o período de treinamento em Campinas, o técnico da Seleção Brasileira lamentou as condições do local da partida.
“Nosso período de preparação em Campinas foi muito bom, sem qualquer tipo de lesão ou problema, mas esses dois dias de treinos antes do jogo foram um pouco diferente. Perdemos uma noite de descanso depois de uma viagem de mais de 15 horas até chegar aqui e temos que colocar nossos jogadores em condições de jogar uma partida séria como essa. Estamos numa quadra onde temos que nos adaptar a tudo, com um ginásio aberto e muito vento. É uma situação estranha, não deveríamos jogar nessas condições, mas não podemos ficar chorando”, explicou Petrovic, que espera uma Venezuela muito mais forte que a da primeira janela, no Rio de Janeiro.
“Eles terão uma rotação maior do que na primeira partida, com a volta de três ou quatro jogadores importantes, e por isso vamos ter um jogo bastante complicado. Eles atacam muito bem o rebote ofensivo com 3, 4 e 5 e temos que ter um bom balanço defensivo para não permitir que eles façam pontos fáceis”, finalizou.