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Basquete

Após 14 anos de Brasil, Shamell busca título inédito no NBB

Considerado por muito o melhor estrangeiro da história, Shamell busca título inédito do NBB, mas faz balanço de seus quase 14 anos no basquete brasileiro e mira aposentadoria

O ano era 2004. Desembarcava no Brasil, para jogar em Araraquara, Shamell Stallworth. Na época o americano entrou no elenco da equipe paulista para jogar as quartas de final do campeonato estadual. Depois daquela temporada, o jogador passou por Paulistano, Pinheiros, Mogi e ficou pouco mais de uma temporada fora atuando na Croácia e na China.

Shamell é um dos poucos jogadores que participaram de todas as edições do NBB, e também esteve em todos os jogos das estrelas da competição. Caracterizado pelo seu poder de ataque e decisão, o americano esteve sete vezes entre os cinco maiores pontuadores das edições da competição nacional, sendo o primeiro colocado em 2013/2014 e 2014/2015. Se levarmos em consideração as médias de pontos das 10 temporadas regulares, o ala do Mogi das Cruzes fica com 18.8 pontos de média na história.

Por todos esse números, Shamell é considerado por muitos um dos maiores, se não for o maior estrangeiro que já atuou no país, mesmo com atletas como Dexter, Charles Byrd, Askia Jones e Vargas com passagens muito marcantes em solo brasileiro. Para o jogador, apensar de não gostar de fazer esse tipo de análise, vendo como foi sua trajetória no Brasil, ele se considera o melhor gringo dos últimos 14 anos.

“Eu acredito que, se você olha para os últimos 14 anos, sim. Eu lembro que quando eu cheguei aqui, existiam outros estrangeiros, mas eu fiz minha carreira aqui, no meu coração eu vejo que sim. Em todos os times que joguei acredito que consegui fazer com que as equipes chegassem ao alto nível e que elas tivesse o reconhecimento aonde o time fosse, ao meu ver isso foi o melhor que eu fiz”, comenta Shamell, que, no entanto, nunca foi campeão do NBB.

Na atual temporada, o americano sofreu um pouco com as lesões e por conta disso viu o seu poder ofensivo cair. Shamell saiu de uma média de 20.4 pontos por jogo, na temporada passada, para 15.1 nesta edição. Apesar dessa queda, o técnico Guerrinha vê o crescimento no comprometimento defensivo do atleta.

“Todo o time cresceu defensivamente nesta temporada, continuamos com alguns problemas, principalmente no 1 x 1, que algo que jogadores como o Shamell precisam melhorar, mas nos outros aspectos ele tem entregado 110% do esperado, tem se entregado muito”, comenta o técnico.

Quando Shamell desembarcou no país, o cenário era completamente diferente. “O NBB mostra o crescimento da modalidade. Eu lembro que quando eu cheguei aqui, em 2004/2005 não tinham tantas equipes, as condições para jogar não eram as melhores, para viajar era complicado, muito desorganização. Hoje em dia ver o crescimento da liga e do Basquete no Brasil me dá muito orgulho”, comentou o jogador.

O desejo de defender o Brasil 

Nascido no dia 7 de setembro e com tanto tempo vivendo em solo brasileiro, Shamell tentou “virar” brasileiro três vezes. No período que esteve no Paulistano, entre 2004 a 2007, teve a primeira negativa. No seu período no Pinheiros, entre 2009 e 2014, sofre a segunda e em 2015, já no Mogi das Cruzes, teve o terceiro não.

Apesar de já ter declaro que “se sente mais brasileiro que americano” e considerar o Brasil como sua primeira casa, Shamell não vê as três tentativas como grandes frustrações. Para o jogador, o país deu a oportunidade de ter a carreira que teve e a possibilidade de defender o país pode ser realizada pelos filhos.

“Defender o Brasil seria algo extra. O Brasil é minha casa, tenho meus amigos aqui, mas jogar pelo país seria algo extra quadra. Mesmo não conseguindo, a minha carreira seguiu, continuei jogando e nem tudo que nós queremos pode ser realizado, faz parte. Quem sabe os meus filhos, que jogam basquete, não conseguem defender a Seleção nas quadras”, disse Shamell.

Com quase 38 anos, Shamell sabe que está nos últimos anos de carreira. Tentando olhar para o futuro e fazendo um balanço do que já passou, o jogador enumera alguns fatores que vão pesar para continuar a carreira nos próximos anos.

“Penso em jogar mais três ou quatro anos, se meu corpo assim aguentar. Se eu puder parar de jogar no Mogi, eu vou ficar muito feliz. São quatro anos aqui, consegui escrever meu nome na história do time e encerrar minha carreira aqui seria muito bom”, finalizou o americano.

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