Principal reforço da nova temporada do NBB, Raulzinho falou sobre sua relação com a NBA durante apresentação no Pinheiros, seu novo clube. Ele comentou sobre o que motivou sua saída para a Europa depois de oito anos na principal liga do planeta e não descartou voltar um retorno um dia, apesar de destacar sua preferência por um novo contrato no Velho Continente quando deixar o Brasil.
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“Eu não quero fechar as portas para a NBA, mas o meu último ano lá foi muito difícil. A NBA é uma liga que tenta desenvolver muitos atletas e um jogador como eu, estando em uma etapa da carreira, estando mais velho, é muito difícil ter uma continuidade no trabalho. Eu vim de jogos que eu jogava super bem, achava que ia ter mais oportunidade e acabava não tendo. Em termos da minha felicidade, eu estava perdendo um pouco essa motivação pelo basquete porque o trabalho que eu estava fazendo, sabia que não ia dar resultado”, explicou Raulzinho, de 32 anos.
O histórico na NBA
Raulzinho começou sua carreira no Minas Tênis Clube e foi selecionado pelo Atlanta Hawks como a 47ª escolha do Draft da NBA de 2013. Posteriormente, foi trocado para o Utah Jazz. Apesar da escolha, o armador ficou na Europa até 2015, onde atuou pelos espanhóis Gipuzkoa e Murcia. Ele enfim estreou com a camisa do Utah Jazz, onde ficou quatro temporadas. Em 2019, migrou para o Philadelphia 76ers. Um ano mais tarde, foi para o Washington Wizards. Encerrando seu ciclo inicial na NBA, jogou no Cleveland Cavaliers em 2022/2023.
Em sua última temporada na liga, Raul atuou em 48 partidas, apenas uma delas como titular, com média de 10,5 minutos atuados, 3,3 pontos 1,0 rebotes e 1,6 assistências. Foi a sua menor minutagem desde a temporada 2016/2017, quando ainda atuava pelo Utah Jazz e saiu do banco em todas as 40 oportunidades que atuou. Naquela ocasião, o Cavaliers foi o quarto colocado na classificação da Conferência Oeste e caiu para o New York Knicks na primeira rodada dos playoffs.
“Esse foi o motivo de eu querer jogar na Europa e esse ser meu primeiro objetivo. Lógico que mais para frente, às vezes no final da carreira, se aparecer a oportunidade, eu quero poder voltar a jogar na NBA. Mas o meu objetivo e foco agora, até por essa minha felicidade, meu amor pelo basquete, é estar jogando e ser parte de um time. Saber que, se eu jogar bem, vou jogar mais no próximo jogo. Se eu jogar mal, também vai ter um cara atrás de mim para pegar meu espaço. Essa competição que eu amo do basquete e que na NBA eu estava perdendo um pouco disso”, completou.
Bagagem
A temporada 2024/2025 do NBB contará com sete atletas que já tiveram passagens pela NBA: Raulzinho (Pinheiros), Vitor Faverani (São Paulo), Alex Garcia (Bauru), Leandrinho (R10 Score Vasco da Gama), Scott Machado (KTO Minas), Luis Montero (KTO Minas) e Didi Louzada (Sesi Franca). O novo armador do Pinheiros falou sobre a importância de ter tantos atletas tendo atuado na principal liga do mundo para o desenvolvimento do NBB e do basquete brasileiro.
“A NBA é o auge do basquete. É muito difícil se manter lá. Lembro que uma coisa que o Varejão falou comigo que é muito difícil se manter na NBA. Eu acho que ter atletas que passaram por lá, que puderam experenciar isso, puderam jogar no maior nível de basquete que existe no mundo, com certeza traz muita qualidade para o basquete brasileiro e é um número legal. Não são todos os países que podem ter essa quantidade de atletas que jogaram na NBA”.
Evolução da liga
Por fim, Raul comentou sobre o desenvolvimento do NBB durante os anos em que ficou fora. O armador participou de três temporadas do maior campeonato de basquete do país, entre 2008 e 2011, sempre pelo Minas Tênis Clube. O jogador jogou sete jogos em 2008/2009 e atuou em 31 oportunidades em 2009/2010. Em sua última temporada na liga antes de ir à Europa, ele fez 31 jogos e registrou médias de 12,6 pontos, 2,9 rebotes e 2,2 assistências, com 29 minutos.
“Eu acompanhei durante esses anos todos um pouco do que dava para acompanhar. A qualidade está melhor. O nível físico está muito alto no NBB, então acho que isso para mim é muito importante. Tem muitos atletas que, desde aquela minha primeira temporada no NBB, ainda estão jogando e que provavelmente vou enfrentar nos próximos jogos. É muito legal ver o tanto que a liga evoluiu e a estrutura do Pinheiros. É muito legal voltar depois de tanto tempo e ver que as coisas melhoraram. O basquete está no caminho certo. Lógico que sempre tem coisa para melhorar. A comparação de que eu estava na NBA durante oito anos para cá ainda é muito alta, mas é muito legal ver dos 13 anos para agora o tanto que melhorou”, finalizou.