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Cinco motivos para ter fé na vaga olímpica do basquete feminino

Nos cinco anos sob o comando de José Neto, a seleção brasileira de basquete feminino nunca esteve tão forte como neste Pré-Olímpico

Seleção Brasileira de basquete feminino Brasil
FIBA

Depois de cinco anos sob o comando de José Neto, a seleção brasileira de basquete feminina chega mais pronta e preparada do que nunca para alcançar o seu maior objetivo: a conquista da vaga para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. Para carimbar seu passaporte, o Brasil precisa passar pelo Pré-Olímpico, que será disputado em Belém a partir desta quinta-feira. Dos quatro participantes, três se classificam, mas os adversários são duríssimos: Austrália, Sérvia e Alemanha. Apesar disso, listamos cinco motivos para acreditar que a vaga olímpica vai ser brasileira. Assista ao principais trechos da entrevista coletiva.

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1. TIME COMPLETO

Stephanie Soares no Draft da wnba
Recuperada da lesão no joelho, Stephanie Soares está de volta à seleção brasileira (FIBA)

Desde que José Neto começou o trabalho na seleção brasileira de basquete feminino, nunca a equipe conseguiu reunir todos os seus principais talentos com 100% de sua forma física. Em 2023, na conquista da AmériCup, a pivô Kamilla Cardoso, destaque da Universidade da Carolina do Sul na NCAA, roubou a cena e foi a MVP da competição. Mas naquela oportunidade, Stephanie Soares, draftada pelo Dallas Wings, da WNBA, não jogou o torneio por estar machucada, e Damiris esteve em quadra, mas ainda recuperando o ritmo de competição depois de praticamente um ano sem jogar.

Um ano depois, o trio está completamente à disposição do treinador como ainda mais forte. Kamilla Cardoso segue em ritmo acelerado de evolução e tem tudo para ser uma das principais escolhas do draft de 2024 da WNBA. Por sua vez, depois de uma rápida passagem pelo basquete do México, Damiris se firmou no Omanspor, da Turquia, recuperou seu jogo e assinou contrato de dois anos com o Indiana Fever para voltar à liga profissional dos Estados Unidos. Para completar, Stephanie Soares está completamente recuperada da lesão no joelho que a impediu de jogar em 2023.

“Eu acredito que agora com o grupo completo, todo mundo aqui, todo mundo preparado para este momento, vai dar muito bom. Eu estou muito confiante”, diz Damiris.

Com as três feras que deverão jogar a WNBA de 2024, o Brasil fica muito forte no garrafão. Para completar as armadoras Débora e Tainá Paixão vivem grande momento e têm tudo para serem fundamentais para a seleção brasileira conseguir bons resultados no Pré-Olímpico de basquete feminino. 

2. MAIS FORTE DO QUE NUNCA

Kamilla Cardoso em ação na final da Americup Feminina. Ela irá jogar para o Brasil no Pré-Olímpico de basquete feminino
Kamilla Cardoso deve ser uma das três principais escolhas do draft da WNBA (FIBA Américas)

Com a equipe completa, é hora da seleção brasileira de basquete feminino colher tudo o que foi plantado ao longo dos últimos cinco anos. Nesse período, a equipe foi bicampeã dos Jogos Pan-Americanos (2019 e 2023), campeã sul-americana (2022) e campeã da AmeriCup (2023). Além disso, o Brasil chega ao Pré-Olímpico defendendo uma sequência de 17 vitórias seguidas e praticamente dois anos sem derrotas.

“Agora realmente chegou a hora. Eu não acho que está como eu esperava que estivesse. Eu acho que está muito melhor pelo comprometimento que as jogadoras tiveram. Estamos preparados para enfrentar a dificuldade. Vamos ver se nosso melhor vai ser suficiente para que a gente consiga a vaga. Estou bastante confiante”, diz o técnico José Neto. “Eu sinto a equipe preparada. Eu posso falar que chegou o momento, estamos preparadas, vamos dar o nosso melhor e vamos viver o presente”, completa a armadora Débora.

3. CABEÇA NO LUGAR

Damiris Dantas, com a camisa da seleção brasileira de basquete feminino, se prepara para fazer lance livre; ela fechou acordo com o Indiana Fever e disputará a WNBA
Damiris Dantas destaca trabalho da psicóloga para o Brasil chegar bem em Belém (Divulgação/FIBA)

Apesar dos títulos conquistados e dos bons números recentes, a seleção brasileira de basquete feminino precisa quebrar alguns tabus para alcançar a vaga olímpica. Há 11 anos, a equipe não vence uma equipe europeia e a última vitória sobre a Austrália aconteceu em 2002. A adversária da estreia em Belém defende uma sequência de 12 vitórias seguidas diante do Brasil.

“Vamos jogar realmente com equipes muito duras como é a Austrália, como é a Sérvia, que são medalhistas, e a Alemanha, que foi a equipe da Europa que mais cresceu no ranking. Subiu 11 posições. Uma equipe europeia subir 11 posições no ranking? Não é para qualquer um”, analisa Neto.

Para que nem os tabus, a força das adversárias e nem nenhum fator externo possa se tornar uma pressão a mais que atrapalhe a luta pela vaga olímpica, as brasileiras contam com o trabalho da psicóloga Manuella Marques, que mantém a cabeça das atletas no lugar e cuida da saúde mental delas. “Ela tem feito um trabalho fantástico e tem nos ajudado muito para entrar em quadra realmente sem sentir tanto essa pressão. A gente tem feito esse trabalho com ela de muitos exercícios, atividades. Então, esse trabalho dela tem ajudado muito para que a gente pudesse chegar neste momento bem fisicamente e mentalmente, que eu concordo com vc que é muito importante”, afirma Damiris.

4. FORÇA DA TORCIDA

Torcedores brasileios Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023 chapolins
Torcida de Belém vai lotar o Mangueirinho nos três jogos do Brasil (Sebastian Cisternas / Santiago 2023)

A sempre fanática torcida de Belém promete lotar o ginásio do Mangueirinho nos três jogos para empurrar a seleção brasileira de basquete feminino rumo à vaga olímpica. Para o jogo diante da Austrália, nesta quinta-feira, 11 mil ingressos foram esgotados. “Estou feliz também de estar aqui em casa. A última vez que eu joguei com o Brasil em casa foi nos Jogos Olímpicos de 2016 e foi muito emocionante sentir a energia da torcida, o tempo todo torcendo, o tempo todo vibrando. Eu acho que isso faz total diferença dentro de quadra. Então, tem tudo para dar muito bom e certo”, acredita Damiris.

“Vamos ter 11 mil pessoas gritando o nosso nome e torcendo a nosso favor. Eu sempre digo que a torcida é a sexta jogadora. Estou muito emocionada e privilegiada de poder estar aqui com as meninas. Não vai ser fácil, mas sabemos que com a torcida vai ser um ponto positivo. Acho que elas  (as adversárias) têm que ter um pouco de medo, um pouco de respeito e saber que estão dentro da nossa casa e que vamos dar o nosso melhor, independente de qualquer situação”, completa a experiente Érika.

5. FATOR ÉRIKA

Érika está com a bola e é marcada por jogadora dos Estados Unidos; ela está na convocação do Brasil para o basquete feminino dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023
Érika tem um pacto com as jogadoras para se aposentar em Paris-2024 (Alexandre Loureiro /COB)

Érika completa 42 anos no mês que vem. Ela é a capitã da equipe, referência as meninas mais novas e um dos fatores fundamentais para a união do grupo. A pivô não esconde de ninguém que 2024 é o último ano de sua carreira e que seu sonho é se aposentar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

“Para eu poder estar aqui, eu tive que ralar muito, não foi fácil não. Eu até comprei uma bike. Como todo mundo sabe, Paris é minha despedida e as meninas estão me apoiando, me incentivando, me ajudaram a chegar onde eu cheguei, minha família… Não vai chorar Neto!”, brincou Érika, sem perceber que enquanto ela falava na coletiva de imprensa, Damiris é quem estava às lágrimas por causa da companheira.

“Todo mundo sabe que a tia está aqui para o que der e vier. Esse ano é nosso, é a nossa oportunidade. Estamos em casa, junto com a nossa família e com a nossa torcida, e nada e nem ninguém vai destruir isso, vai tirar essa vaga da gente”, promete Érika.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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