Por causa de graves problemas de gestão e uma dívida acumulada que ultrapassa R$ 17 milhões, a CBB foi suspensa pela Fiba até o dia 28 de janeiro de 2017. Por conta disso, Flamengo, Bauru e Mogi das Cruzes, que estavam classificados para a disputa da Liga das Américas, foram obrigados a ficar de fora da competição e uma força tarefa formada pelo Comitê Olímpico Brasileiro, pelo Ministério do Esporte e pela Fiba deve intervir na entidade e assumir o comando da modalidade no país até a Olimpíada de Tóquio.
No meio disso tudo, as duas seleções brasileiras estão sem treinador. Ao final da Olimpíada do Rio de Janeiro, tanto o argentino Rubem Magnano, que dirigia a masculina, quanto Antonio Carlos Barbosa, técnico da feminina, foram demitidos pela CBB e até agora novos nomes não foram contratados. Vale lembrar que em 2017 haverá a disputa da Copa América, que vai definir os participantes do continente nos Mundiais de 2018.
Se o novo técnico ainda não foi definido, a base que a partir de agora defenderá a Seleção Brasileira precisa de uma renovação urgente. Praticamente toda uma geração se despediu com a eliminação na fase de grupos da Olimpíada do Rio de Janeiro. Marcelinho Huertas, tem 33 anos, Leandrinho, Anderson Varejão e Nenê, 34, Larry Taylor, Alex Garcia e Guilherme Giovannoni, 36. Dificilmente algum desses jogadores terá condições de jogar em Tóquio 2020.
Tiago Splitter, com 31, Marquinhos, 32, e Rafael Hettsheimeir, 30, vão ter idade um pouco avançada, mas terão alguma chance de durar mais quatro anos jogando em alto nível. A base para 2020, portanto, será, provavelmente de jogadores jovens e com pouca experiência de Seleção Brasileira.
O quarteto que joga na NBA, Raulzinho, do Utah Jazz, Cristiano Felício, do Chicago Bulls, e Lucas Bebê e Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, devem formar a base do novo time junto com Vítor Benite, Rafael Luz, Vítor Faverani e Augusto Lima, que jogam no basquete europeu. No comando deles o nome mais forte é o de José Neto, técnico do Flamengo, atual tetracampeão do NBB, que foi assistente de Rubem Magnano nos sete anos do argentino à frente da Seleção.
Apesar de estar há 52 anos sem conseguir um pódio olímpico e há 38 sem uma medalha em Mundiais, a situação do basquete masculino é menos pior do que a do feminino. Ao menos, o NBB tem 15 times em sua primeira divisão, o que pode fomentar a formação de novos talentos. Já a LBF, Liga de Basquete Feminino, só tem seis equipes disputando seu campeonato e é cada vez mais difícil para uma garota que jogou todas as categorias de base seguir carreira no adulto. Não há número de clubes suficiente para absorvê-las e muitas delas são obrigadas a desistir de jogar.
Fora isso, não há um nome que surja com força para assumir o comando da Seleção Brasileira e apenas duas jogadoras aparecem com destaque internacional: as pivôs Erika e Clarissa, que jogaram a última temporada da WNBA pelo Chicago Sky e que atualmente estão disputando a Euroliga feminina. Erika defende o Perfumerias Avenida, da Espanha, e Clarissa joga no Bourges Basket, da França.