2017 foi marcado pela maior crise da história do basquete brasileiro. Após campanha pífia na Olimpíada do Rio em 2016, os olhos se voltaram para a Seleção Brasileira, que vinha em declínio e talvez tenha atingido o seu pior momento. A dívida da confederação foi tamanha que impediu os times brasileiros de participarem da Liga das Américas e deixou a Seleção de fora da Copa América.
A crise foi enorme. O basquete brasileiro passa por tempos sombrios e o auge dessa nebulosidade talvez tenha sido atingido em 2017. Endividada, a CBB (Confederação Brasileira de Basquetebol), foi impedida pela FIBA de participar em torneios internacionais. Clubes como o Flamengo e o Brasília, classificados para a Liga das Américas, foram proibidos de participar.
Com novo comandante, a CBB arquitetou um plano para poder escalar o fundo do poço. Depois de cortes de gastos e a construção de projetos visando o desenvolvimento de atletas, a FIBA anulou a suspensão brasileira. A Seleção masculina, que orgulhou tanto o país em outros momentos, teve de ser remontada do zero. O processo de reformulação e renovação, antes inexistente, teve de ser implementado de uma vez. Com técnico interino, Cesar Guidetti, do Pinheiros, a Seleção enfrentou a Copa América e não conseguiu nem se classificar para o Pan. O campeonato ainda foi marcado pelo caso de indisciplina de Bruno Caboclo, jogador do Toronto Raptors, que se recusou a entrar em quadra.
Passado o torneio sul-americano, a CBB se movimentou para contratar um técnico definitivo para seleção. Aleksandar Petrovic, técnico croata com prestígio no mercado, foi apresentado e já fez suas primeiras convocações. O novo técnico trouxe Anderson Varejão de volta à Seleção e deu chance a jovens nomes como Yago, garoto de apenas 18 anos do Paulistano. Nas eliminatórias para o Mundial de 2019, o Brasil começou bem com duas vitórias contra o Chile e Venezuela, nas quais já pudemos ver mudanças significativas no padrão de jogo brasileiro, ressaltando a ausência dos jogadores da NBA, maior liga de basquete do mundo.
No feminino, Seleção decepcionou e ficou fora do Mundial pela 1ª vez após 58 anos
Menos profissional e às vezes “ignorado” pelo público, o basquete feminino sofreu no ano de 2017. Para os fãs que comemoravam vitórias brasileiras com atauações grandiosas de Hortência ou Magic Paula, esse ano trouxe uma decepção enorme.
Comandada pelo técnico Carlos Lima, a Seleção feminina foi à Copa América e o resultado foi o reflexo da modalidade no país. Mesmo disputando a vaga no 3º lugar contra Porto Rico, uma seleção fraca, o Brasil saiu derrotado e acabou em 4º lugar, ou seja, fora do Mundial pela 1ª vez em 58 anos.
Após o torneio, o interino Carlos teve seu trabalho ameaçado, mas mantido por ora. Os desfalques na competição de atletas de ligas importantes como a WNBA e Euroliga foi um dos responsáveis pelo desastre, segundo a comissão técnica. Érika, Nádia e Clarissa ficaram de fora devido ao calendário de seus clubes.