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Basquete

‘Eu o influenciei no basquete’, diz Petrovic sobre Dražen

Técnico da seleção brasileira é irmão do armador croata que foi destaque na NBA no início dos anos 90

Aleksandar Petrovic e Dazen Petrovic
A relação do sobrenome Petrovic no basquete (Montagem OTD/Divulgação FIBA e Divulgação NBA)

Petrovic não é um nome desconhecido do basquete mundial e muito se deve ao sucesso de Dražen Petrović, nos anos 80 e 90. O armador de 1,96 m teve seu auge na Europa, mais precisamente na Croácia, chegou à NBA e marcou sua passagem defendendo o New Jersey Nets. Hoje, o irmão mais velho de Dražen, Aleksandar, comanda a seleção brasileira masculina. “Ele começou no basquete por minha causa”, diz Aleksandar, que acredita ter sido o responsável pela família ter dois representantes na modalidade durante os anos 80 e 90. 

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Drazen sendo marcado por Jordan na final dos Jogos Olímpicos de 1992 (Divulgação FIBA)

“Penso que eu influenciei muito ele no basquete. Com o meu treinamento e meus jogos, ele acabou se apaixonando por basquete por minha causa. Chegamos a jogar juntos alguns anos na Europa e estivemos também na seleção croata nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992. Dražen como jogador e eu na comissão técnica”. 

Dražen Petrovic marcou época nas quadras pelo mundo. Por clubes e por seleção, o armador pensava o jogo e definia bolas pelas equipes que defendeu. Pelas equipes nacionais que jogou, Iugoslávia e Croácia, Dražen conquistou três medalhas olímpicas, foi campeão mundial em 1990 e chegou a ser o capitão da seleção croata no início dos anos 90. 

Aleksandar Petrovic técnico da seleção brasileira de basquete masculino mundial guy peixoto cbb
Aleksandar Petrovic no comando da seleção brasileira (Foto: Divulgação/FIBA)

O melhor arremessador do mundo 

Perguntado sobre como vê a carreira do irmão mais novo em comparação a sua, Aleksandar Petrovic é direto na resposta. “Éramos opostos no basquete. Eu tinha mais talento e não trabalhava muito. Já ele tinha menos talento mas sempre trabalhou demais, se dedicava como eu nunca vi ninguém fazer. Ninguém. Queria poder ter essa ética de trabalho que ele tinha, de se dedicar, cuidar do corpo”. 

A dedicação aos treinos e ao corpo indicada pelo irmão mais velho fizeram com que o talento de Dražen Petrovic aparecesse em quadra. Depois de sucesso em Šibenka, Cibona e Real Madrid, com quem conquistou a Copa Saporta com uma atuação magistral de 62 pontos, o Petrovic mais novo foi para a NBA. 

Dražen foi draftado pelo Portland Trail Blazzers em 1989/1990 e em duas temporadas pela equipe não conseguiu tantos minutos de quadra. A troca para o New Jersey Nets, que aconteceu em 1990/1991, fez Petrovic explodir. 

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Com um crescimento a cada temporada, Dražen chegou ao auge de sua passagem na NBA em 1992/1993, quando teve médias de 38 minutos e pouco mais de 23 pontos por jogo. Com esse desempenho, principalmente nos arremessos, o armador foi considerado por muitos na época o melhor arremessador do mundo, mas para Aleksandar Petrovic ele precisava melhorar. 

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Dražen Petrovic teve a camisa 3 aposentada pelo Nets (Divulgação NBA)

“Meu irmão foi dos melhores arremessadores de todos os tempos, não tenho dúvidas disso. Mas em treinos entre nós de arremessos ele nunca me venceu”, comentou aos risos. 

Once Brothers por um outro ponto de vista 

Em 2010 o nome de Dražen Petrovic ganhou ainda mais notoriedade na mídia por conta do documentário “Once Brothers”, da ESPN. O filme conta a história da amizade entre o armador e o pivô Vlade Divac e a relação dela com as guerras que aconteceram no fim dos anos 80 e começo da década de 90 na Iugoslávia. 

A dupla, que se considerava como irmãos, conquistou um bronze e uma prata olímpica pela Iugoslávia e foi campeã do mundo em 1990. Entretanto, no momento que parecia que a equipe europeia conquistaria o ouro olímpico, a guerra dividiu a dupla. 

Petrovic e Divac na NBA
Dražen Petrovic e Vlade Divac no começo de suas carreiras na NBA (Divulgação NBA)

Fim da amizade pela guerra

No início da década de 1990, um confronto entre Croácia e Sérvia fez com que Dražen e Vlade Divac ficassem “um contra o outro”. Por conta do confronto armado entre os países, o armador e o pivô deixaram a amizade de lado e pararam de se falar, até a morte de Petrovic em um acidente de carro em 1993, na Alemanha. No documentário, Divac confirma que nunca havia ido ao túmulo do amigo/irmão, o que aconteceu em um dos dias das gravações.

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Perguntado sobre o assunto, Aleksandar Petrovic deixa claro que, para ele, existe um lado do documentário que nunca se saberá. Apesar de ser muito bom, o filme nunca terá a visão de Dražen sobre as coisas porque ele já não está vivo. Além disso, o técnico da seleção brasileira tem outro ponto de vista sobre a obra da ESPN. 

Túmulo de Dražen Petrovic na Croácia (Divulgação)

“Falamos de momentos de ruptura. A questão do documentário não foi só uma questão pessoal. Meu país, a Croácia, estava em guerra. Os sérvios estavam na guerra e muitos amigos de meu irmão estavam na guerra. Meu irmão foi pressionado a dar uma resposta. Não se tratava de apenas uma coisa ou de coisas pessoais. Meu irmão não conseguia se manter tranquilo e seguir falando com o Divac normalmente. A decisão do meu irmão, certa ou errada, foi feita levando em consideração tudo”, finalizou o treinador do Brasil. 

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