Nas duas últimas temporadas, Vitor Benite tem se acostumado a feitos históricos com o San Pablo Burgos. O ala brasileiro levou o time até à semifinal da liga espanhola de basquete, a Liga ACB, pela primeira vez na história e foi peça fundamental na recente conquista da Champions League, primeiro título internacional do clube. Além dele, Marcelinho Huertas e Leo Meindl renasceram na Espanha. Por tudo isso, o técnico Aleksandar Petrovic acompanha de perto cada jogo do trio.
Para o comandante da seleção brasileira masculina de basquete, a evolução de Benite nos últimos anos é evidente, o que o faz enxergar o atleta de uma maneira diferente. “O Benite tem tudo para ser, até os Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, um dos jogadores mais importantes da seleção”.
Protagonismo
Benite começou a defender a seleção em 2008. Então com 18 anos, o atleta sabe que conquistou espaço e subiu degraus conforme os anos passaram. Recentemente, disse que espera conseguir alcançar protagonismo na seleção brasileira.
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“Eu me preparei para isso. Soube aprender o máximo com os mais experientes quando cheguei, amadureci e agora estou pronto para ajudar os mais novos. É uma via de mão dupla, eu quero ajudar, passando o que eu sei, e eles precisam querer ser ajudados. Eu me vejo pronto para esse papel”, comentou o atleta.
Carreira na Europa
O que Benite busca na equipe nacional, ele já vem sendo em seu time há algum tempo. Capitão do Hereda San Pablo Burgos na temporada, o brasileiro tem médias 12,7 pontos em pouco mais de 24 minutos em quadra nas partidas da liga espanhola.
Um dos melhores momentos do ala na temporada foi na semifinal da Champions League, quando fez 25 pontos, foi o cestinha da partida e colocou a equipe na decisão da competição continental.
“Ele melhorou muito defensivamente, nos últimos dois ou três anos. Ofensivamente, deixou de ser o jogador que só saía do bloqueio para arremessar e passou a ser um atleta que pode fazer tudo em quadra. Benite melhorou muito nos últimos anos. Muito”, finalizou Petrovic.
Huertas com o melhor ano na década
Marcelinho Huertas é o melhor armador do Brasil há algum tempo. Com carreira consolidada fora do país, o jogador faz parte da seleção brasileira há mais de uma década, mas nos últimos anos o rendimento do atleta em quadra tinha caído.
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Após uma passagem pela NBA, ele retornou para a Espanha e assinou com o Baskonia. Contudo, dentro de quadra viu seu tempo de jogo diminuir nas partidas e teve o pior ano, em minutos, em sete temporadas em que atuou na Liga ACB. Cerca de 20 por partida.
Com a mudança para o Tenerife, que aconteceu em 2018/2019, o cenário mudou. O brasileiro voltou a mostrar um bom basquete, marcado pelas assistências, e o rendimento cresceu. Para Petrovic, o motivo desse mudança de cenário é bem clara.
“Quando Marcelinho Huertas estava no Baskonia ele era o terceiro armador e não podia demonstrar o seu basquete. No Tenerife ele é o primeiro de sua posição e seu treinador dá a confiança, confia no que ele faz e ele tem os minutos para que jogue muito bem”.
Com essa confiança do treinador e com o time “em sua mão”, o brasileiro elevou mais uma vez o nível de jogo e, no fim da temporada passada, Marcelinho Huertas se tornou o terceiro maior assistente da história da Liga ACB.
Chegada junto deu resultado em Leo Meindl
Depois de ter em sequência uma temporada em Bauru, Franca e outra no Paulistano, Leo Meindl se viu sem clube e passando por um problema pessoal grande. Sem o pai, o ex-jogador Paulão Berger, o ala rumou para a Europa e passou um período treinando com o Oviedo, da segunda divisão da Espanha.
“Eu conversei com ele. Estava mal nos arremessos, acima do peso e precisava se mexer. Estava acomodado no Brasil e precisava saber o que queria. Lembro que comentei com ele que não entendia como um jogador com passaporte europeu nem tentava ir para lá. Ele precisava melhorar”, comentou Petrovic.
E melhorou. Após o período de treinamento na Espanha, Leo Meindl voltou para o Brasil e defendeu o São Paulo pelo NBB. No time do Morumbi, fechou a temporada, que foi encurtada por conta da pandemia, com médias de 17,9 pontos, 7,2 rebotes, 3,3 assistências e 18,6 de eficiência, ajudando a equipe a encerrar o torneio em terceiro.
Novo desafio
Para 2020/2021, o ala rumou para um desafio diferente. Mais uma vez na Espanha, fechou contrato com o Fuenlabrada para a primeira experiência fora do país. Na Liga ACB, Meindl vem crescendo a cada semana e tem médias de 11,6 pontos e 5,5 rebote em mais de 26 minutos de jogo. Sobre o que o atleta vem fazendo fora do país, Petrovic é direto.
“Leo Meindl está melhorando muito. Tenho acompanhado os jogos dele na Espanha e hoje está melhor do que esteve há um ou dois anos. Emagreceu, melhorou seus arremessos de fora, tem sido constante nos jogos do Fuenlabrada, mas ainda precisa melhorar nos lances livres. Ainda deixa a desejar nisso e eu já conversei com ele sobre isso”, finalizou o treinador.