Com seu 1,94 m de altura, Nadia Colhado chama a atenção por onde passa. Jogadora de basquete, a brasileira já rodou alguns países do mundo, tendo passado por Estados Unidos, França, e hoje está na Espanha. Contudo, a pivô tem mais mais paixões além do esporte. É amante das artes.
Fotografia, pintura, desenho, música, literatura e até um pouco de canto fazem parte do dia a dia desde muito cedo. Por conta de influência da família, Nadia Colhado teve, em casa, uma vivência quase que diária com todo tipo de arte.
Segundo ela, que esteve nas últimas duas Olimpíadas, no momento mais difícil da carreira, e da ida, foram as artes que ajudaram. “A arte, principalmente a fotografia, me salvou do momento mais difícil, me tirou da depressão”.
O pior momento e a influência de casa
Nádia Colhado não esconde que viveu momentos complicados nos últimos anos. A atleta não nega que teve um período difícil, tanto dentro como fora das quadras, e a alternativa encontrada para retomar o caminho das coisas boas teve influência direta de seu amor pelas artes.
“Hoje as coisas mudaram, mas tive dias bem complicados. O caminho que eu encontrei foi aproveitar as artes. Eu desenhei bastante e fotografei muito nesse período. Tinha dias que eu simplesmente pegava a minha câmera e saia, sem destino direito e ficava tirando as fotos do jeito que eu gosto. Me ajudava muito e me deixava feliz. Me vez voltar”.
Natural do Paraná, Nadia Colhado contou com ajuda da mãe para dar início a este lado da vida. “Minha mãe foi dona de um conservatório de música quando eu era pequena. Ela dava aula de piano e me incentivou desde pequena a gostar. Hoje eu voltei a tocar piano aqui na Espanha porque tem um no meu apartamento, comecei a escrever um pouco essa temporada e sigo gostando desse universo”.
A escolha do novo time
Na temporada 2019/2020 Nadia Colhado jogou na França e defendeu o Flammes Carolo Basket Ardennes. Após o fim, acelerado por conta da Covid-19, a pivô da seleção brasileira decidiu que iria priorizar propostas da Espanha. “Sempre gostei do basquete europeu e mais precisamente do espanhol. Aqui, independente da cidade, eu sabia que teria uma relação bem legal artisticamente falando e decidi pelo Biskaia”.
Basicamente, não existiria nada mais simbólico para que a relação com a arte fosse mais presente. O Biskaia, ou Lointek Gernika Biskaia, fica no País Basco, mais especificamente na cidade de Guernica, localidade com notoriedade mundial por dois eventos.
+ ‘Brasileira’ na França, Julie Oliveira sonha com Paris-2024
Em abril de 1936, então com cerca de cinco mil habitantes, Guernica foi alvo de um bombardeio de aviões alemães durante a guerra civil espanhola. Segundo dados históricos, cerca de 1,5 mil pessoas faleceram. Alguns meses mais tarde, Pablo Picasso, espanhol radicado na França e símbolo do cubismo, pintou um quadro para retratar o momento, que leva o nome da cidade.
Para especialistas, o quadro de Picasso é um manifesto contra a violência. A obra, ainda segundo especialistas, além de um ícone da Guerra Civil Espanhola, é hoje um símbolo do antimilitarismo mundial e da luta pela liberdade do ser humano.
“Sei da importância do Picasso para a cidade e para a pintura como um todo, perto da minha casa tem uma réplica do quadro exposta e um museu sobre ele que eu pretendo visitar logo. Fico feliz em estar em uma cidade que respira arte desta maneira”, comentou Nadia.
Pós carreira nas artes?
Em bom momento na carreira depois de retornar para a Espanha, Nadia Colhado busca viver um dia de cada vez, mas não esconde que quando pensa no que poderá fazer no pós carreira, a ideia de ser algo com uma de suas paixões artísticas existe.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK
“Para mim, eu não desenho tão bem. Sempre faço algo mais a mão livre, sem forma. Eu não toco muito bem piano, cantar e escrever eu retomei agora, mas a fotografia é uma vontade sim. Adoro mostrar como eu vejo as coisas através da câmera, quem sabe não pode ser algo com isso. Uma exposição de fotos minhas”, finalizou a pivô.