8 5
Siga o OTD

Basquete

Damiris aponta racismo na falta de reconhecimento para Janeth

Brasileira elogiou as passagens de Janeth, Érika e Iziane pela WNBA e comentou sobre a renovação de contrato com o Lynx e começo dos playoffs

Damiris Dantas Brasileira WNBA Racismo Janeth
Damiris faz, em 2020, sua melhor temporada na WNBA pelo Minnesota Lynx (Stephen Gosling/NBAE via Getty Images)

Damiris é uma das sensações do esporte brasileiro e, no momento, o principal nome do basquete. A atleta do Minnesota Lynx, da WNBA, participou de uma videoconferência nesta terça-feira (15) e elogiou Janeth, Érika e Iziane pela passagem delas na liga dos Estados Unidos, apontando o racismo como motivo do pouco reconhecimento que elas têm no país. Além disso, comentou sobre a renovação de contrato e o início dos playoffs. 

Questionada sobre só enaltecerem Paula e Hortência no Brasil e deixarem de lado os feitos dela e, principalmente, das outras três na WNBA, Damiris apontou a questão racial como explicação. “Por que será, né? Será que é mais um racismo rolando aí? Será que é por que somos negras? Eu sou muito próxima da Janeth e, para mim, a Tia Jane é a melhor jogadora de basquete do Brasil entre masculino e feminino e nunca teve o reconhecimento merecido. E por qual motivo? Talvez por que ela é negra? Eu acredito que sim”, afirmou.

+ Damiris se diz honrada em figurar em lista com Iziane e Janeth

“Acredito que isso pesa muito. Somos quatro atletas representando o país e muito bem por sinal. Érika e Iziane ficaram anos na WNBA e a Tia Jane ganhou tudo que tinha para ganhar aqui e no mundo e, até hoje, não tem o reconhecimento que ela merece. Espero que esse cenário mude e que nós atletas, se posicionando e cobrando as coisas, possamos mudar essa situação e que tenhamos o reconhecimento que merecemos pelo nosso trabalho e luta”, acrescentou Damiris.

Temporada especial e playoffs

Damiris renovou seu contrato com o Lynx por mais duas temporadas da WNBA (Stephen Gosling/NBAE via Getty Images)

Nos últimos sete jogos da temporada regular da WNBA, sendo seis deles em setembro, Damiris fez pontuação de dois dígitos em todos, incluindo seu recorde de pontos na competição, quando anotou 28 acertos contra o Chicago Sky, e de rebotes, ao recuperar 13 bolas diante do Dallas Wings. A ala-pivô brasileira classificou como ‘especial’ o seu momento na carreira e está feliz por estar correspondendo as expectativas.

“É um momento muito especial da minha carreira. A técnica (Cheryl Reeve) queria que eu jogasse mais e que chamasse mais a responsabilidade. Ela disse que criaria jogadas para que eu pudesse definir e isso foi acontecendo durante o campeonato e fui criando mais confiança e me soltando mais. Aí aconteceu que a Syl (Sylvia Fowles) se machucou e ficamos sem uma pivô 5. Foi quando a coach virou para mim e falou: ‘é com você. Você vai fazer a função e é isso'”, disse.

+ Leandrinho se aposenta para ser assistente técnico dos Warriors

“Passei por essa situação de ter que jogar em uma posição nova, que não atuava há muito tempo. Mas tive que jogar pela Syl é ela faz uma falta enorme para o nosso time, já que dá uma segurança muito grande. Porém, precisei assumir mais a responsabilidade. As coisas foram acontecendo de forma natural. O time foi me ajudando e os números foram melhorando. Estou feliz com o meu desempenho nessa temporada regular e espero continuar bem nos playoffs”, complementou Damiris.

Renovação de contrato

Damiris apontou o racismo como motivo da falta de reconhecimento de Janeth (Stephen Gosling/NBAE via Getty Images)

O Minnesota Lynx anunciou, há cinco dias, a extensão contratual de Damiris, que está com 27 anos. A jogadora foi selecionada pela franquia na primeira rodada (12º geral) do Draft 2012 da WNBA e vai continuar na equipe por mais duas temporadas. Esse foi um dos temas da videoconferência e a brasileira admitiu que a ampliação do vínculo era uma das suas metas e a deixa mais tranquila para atuar nos playoffs.

+ NBB terá 16 times na temporada, sendo dois do Distrito Federal

“Conseguir assinar a extensão de contrato no Lynx, time que queria ficar, e isso era um dos meu objetivos para essa temporada. E aconteceu na semana passada, quando a coach entrou em contato com a minha empresária para conversar sobre isso. Eu fiquei meio surpresa, pois esperava que isso só fosse acontecer após a temporada, mas muito feliz e nem tive muito o que pensar. Logo fizemos um acordo e assinei”, revelou Damiris

+ SIGA O OTD NO FACEBOOKINSTAGRAMTWITTER E YOUTUBE

“Já ter isso decidido tira um pouco do peso das costas. Fica aquele pensamento de que já estou dentro e agora só preciso me preocupar em jogar mais dois anos no time e terminar bem essa temporada”, completou a brasileira, que está ansiosa para saber se o rival do Lynx nos playoffs da WNBA será o Washington Mystics ou o Phoenix Mercury.  

Esperando o rival

“Escolher adversário não é minha praia. Aqui na WNBA não tem jogo fácil ainda mais se falando de playoff. É esperar o que vai acontecer hoje. Estou ansiosa para saber quem será o adversário”, disse Damiris, que prefere a decisão em uma partida. “Prefiro esse esquema de mata-mata. É mais rápido e não fica com aquela pressão toda. Perdeu vai embora, ganhou já vai para a outra fase”, concluiu a brasileira.

Mais em Basquete